Dúvida

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A mulher diante de Roseanne ainda estava imóvel, como se fosse uma estátua esculpida em pedra. Seus olhos, de um tom preto intenso, desceram lentamente até a mão estendida da princesa, mas ela não fez menção de apertá-la. Em vez disso, arqueou uma sobrancelha de forma quase desdenhosa e, com uma voz fria, disse:

- Uma princesa... De Zephirya, você diz? - Havia um toque de sarcasmo em suas palavras, o desprezo era inconfundível. - Não me faça rir, criança. - Ela completou, esboçando um pequeno sorriso sarcástico.

Roseanne piscou, confusa pela hostilidade inesperada. Nunca antes alguém havia duvidado de seu título real, muito menos de forma tão aberta. - Como assim?

A mulher inclinou ligeiramente a cabeça, seus olhos negros brilhando com uma curiosidade sombria. - Diga-me, o que uma pessoa vinda de um lugar que tanto desprezo faria aqui? - Sua voz estava carregada de suspeita. - A não ser que... - Ela parou abruptamente, olhando as garotas intensamente. Sua expressão, já severa, se tornou ainda mais dura, o ar ao redor delas parecendo esfriar. - Vieram atrás da minha cabeça?!

Roseanne deu um passo para trás, surpreendida pela acusação. - N-não! Quem faria algo tão terrível?! - Park respondeu quase instantaneamente, a voz tremendo levemente enquanto ela tentava esconder o medo que começava a crescer dentro de si.

- Alguém de Zephirya, talvez. - A mulher deu um passo à frente, observando Park com um olhar avaliador, como se pudesse ver através de suas palavras. - Se você é mesmo uma princesa, o que realmente veio fazer aqui?

O silêncio que se seguiu foi pesado, Roseanne sentiu sua garganta secar. - Bem... Nós viemos... - Ela começou, mas as palavras se perderam no ar. Ela lançou um olhar desesperado para Jennie, esperando que sua amiga pudesse encontrar uma saída para a situação. A verdade parecia absurda demais para ser dita: uma princesa e sua criada, aventurando-se em uma floresta desconhecida, à procura de uma figura que poderia ser apenas um mito.

Jennie, percebendo o pânico crescente em Roseanne, soube que precisava agir rápido. Com uma voz firme, mas calma, ela finalmente disse:

- Viemos parar aqui por engano.

A mulher ergueu ambas as sobrancelhas, claramente não convencida. - Engano? Como alguém se perde e acaba em um lugar tão remoto, em plena floresta, por engano? - Havia incredulidade em seu tom, misturada com uma pitada de ironia.

- Simplesmente nos desviamos do caminho e acabamos aqui. - Jennie explicou, tentando soar convincente. - Mas não queremos causar problemas. Na verdade, já estávamos de saída. - Com essas palavras, ela se curvou respeitosamente diante da mulher, tentando acalmar a situação, e segurou a mão de Roseanne.

Jennie puxou a amiga com firmeza, e as duas começaram a caminhar rapidamente em direção à saída, os passos ecoando no silêncio tenso do lugar. Cada batida de seu coração parecia sincronizada com o ritmo apressado de seus pés. Jennie queria sair dali o mais rápido possível, antes que a mulher decidisse que não acreditava em suas desculpas e agisse contra elas.

Assim que alcançaram o primeiro andar, Jennie estendeu a mão para a maçaneta da porta, quase sentindo o alívio da fuga. Mas, antes que pudesse girá-la, algo, ou alguém, segurou seu pulso, impedindo-a de continuar. O toque era firme, quase gelado, e Jennie sentiu um calafrio percorrer sua espinha.

My Dear Vampire! (Chaesoo)Onde histórias criam vida. Descubra agora