𝐉𝐔𝐒𝐓 𝐂𝐀𝐒𝐔𝐀𝐋-𝐂𝐇𝐀𝐑𝐋𝐈𝐄 𝐁𝐔𝐒𝐇𝐍𝐄𝐋𝐋

007

𝐂𝐇𝐀𝐑𝐋𝐈𝐄 𝐎𝐍

𝟎𝟎:𝟑𝟕

A noite já tinha chegado

Bianca tinha ido embora a quatros horas, não tinha sido tão Insuportável ter ela "cuidando" de mim, ela até fazia umas piadinhas as vezes que me faziam esquecer de como é terrível estar doente

estava na sala procurando um filme para assistir quando alguém começou a bater na porta e tentar abrir a mesma

eu obviamente fiquei assustado, peguei um guarda chuva que estava atrás da porta e abri a mesma rapidamente, revelando a imagem de Bianca

-eu achei que alguém estivesse tentando invadir o meu apartamento-falei

-eu só tava tentando entrar-ela falou passando por mim e entrando no meu apartamento

-oque você tá fazendo aqui? E quase meia noite, tá tarde para você, você não tinha dito que você não existia depois das sete?-perguntei trancando a porta denovo enquanto as batidas do coração voltavam ao normal

-depende do dia-ela respondeu se sentando no meu sofá

-veio verificar se eu estava dormindo ou veio dormir comigo?-perguntei me aproximando dela

-lana e Apólo vão ter que dormir fora por um motivo qual eu não me recordo agora e heitor trouxe uma garota pro apartamento e disse que me daria cinquenta dólares se eu saísse-ela explicou rápido

-e então você veio passar o resto da noite no meu apartamento?-perguntei me sentando ao seu lado

-a resposta e um pouco óbvia-ela disse

-e oque te faz pensar que eu quero você aqui?-questionei

-te dou metade do dinheiro-ela falou

-me convenceu-disse

-na verdade, vinte e cinco dólares e muito barato para a estadia de uma noite nesse apartamento, ele e muito legal pra ser só vinte e cinco-eu falei

-e o máximo que eu posso pagar-ela disse

-o Maximo não, na verdade você-estava falando mas ela me interrompeu

-se você falar oque eu estou pensando que você vai falar, eu mato você aqui e agora-ela falou apontando o dedo para mim

-nos temos superpoderes de melhores amigos agora? Podemos ler a mente um do outro, diz o que eu tô pensando agora-falei irônico tirando um riso da garota

-você tá pensando em... nuvens!-ela falou  rindo

-acertou!- falei rindo junto com ela

[...]

estávamos os dois deitados na cama

separados por uma barreira de travesseiros que Bianca colocou entre nós

passamos uma hora vendo programas antigos na televisão, Bianca não comeu nada, disse que já tinha escovado os dentes e que para ela isso significava que não podia mais comer nada

até falei que se ela quisesse poderia usar a minha e ela logo me disse "já é nojento suficiente lembrar que já beijei você, isso aí já é demais" acho meio hipócrita ela sempre pular em mim para me beijar e depois falar isso

enfim, agora ela só está deitada ao meu lado porque eu desliguei o aquecedor do resto da casa para que ela não dormisse na sala, ou seja, ou ela dormia aqui no quarto ou ela congelava

ela até falou que dormiria no chão mas eu não deixei

e ela só esta na cama porquê ela fez essa barreira e ela gosta da minha cama e não porque quer ficar perto de mim, palavras dela

ela falou que gostava da minha cama como se eu não soubesse, ela já esteve nela umas quatro vezes.

estávamos em silêncio, mas não era um silêncio ensurdecedor e desconfortável, na verdade estava bem confortável

-não consigo dormir-ela falou

-eu também não, não durmo direito a dois dias -falei

-quer que eu cante uma música para você dormir?-ela perguntou se deitando de frente para mim

-não, sua voz me da dor de cabeça-falei me deitando de frente para ela

-eu pensei numa resposta muito boa pra te dar mas prefiro só cantar uma música ao invés de te falar-ela falou e então começou a cantar baixinho

-se essa rua, se essa rua fosse minha, eu mandava, eu mandava ela brilhar, com presinhas, com pedrinhas de brilhantes, para o meu, para o meu amor passar-cantou enquanto olhava para cima como se estivesse tentando lembrar as letras

-nesta rua, nesta rua tem um bosque, que se chama, que se chama solidão, dentro dele, dentro dele mora um anjo, que roubou que roubou me coração-ela continuou e então parou enquanto ainda olhava para cima daquela forma

-e só isso?-perguntei

-eu esqueci o resto, espera um pouco-ela falou enquanto cantava a música  baixo, tentando se lembrar dos outros versos

-não tá me ajudando-falei

-lembrei, fica quieto e escuta-ela disse e então voltou a cantar

-se eu roubei, se eu roubei ter coração, e porque, e porque te quero bem, se eu roubei, se eu roubei teu coração e porque tu roubaste o meu também- ela cantou e terminou a música

-isso é uma música de verdade ou você está se declarando para mim? Porque se for saiba que eu não sinto o mesmo-perguntei irônico

-e uma música de verdade seu idiota, uma música que eu nunca entendi-ela falou se virando de costas para mim

-e sobre a rua e depois é sobre o anjo, então de repente você rouba o coração de alguém-disse

-mas e uma música bonita-ela falou

-e mesmo-concordei

-nunca adormeci com ela, apesar da moça que canta ter uma voz que da muito sono, quero dizer, por ser uma canção de ninar e meio óbvio que ela vá usar um tom-ela começou a falar mas então a interrompi

-olha, eu gosto de escutar você tagarelando sobre fatos de alguma coisa, mas nesse momento eu prefiro escutar você cantar doque escutar você falando sem parar sobre música-falei e ela levantou a cabeça e olhou para mim

-você gosta de me ouvir falar? Que fofo charlie-ela falou sorrindo

-eu quis dizer que-comecei a falar mas ela me interrompeu

-você prefere me ouvir cantando não e? Então deixa eu recomeçar, se essa rua....-ela falou e assim cantou a música de novo, e de novo, até eu adormecer