vampiros

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Pov's Rosálie 

Ar frio de uma noite de inverno, tão gélido quanto a neve que caia em abundância do céu noturno e enchia o chão com seus flocos delicados e frios de gelo. Lufadas de ar que faziam a fumaça fria sair de meus lábios ao encontrar o halito quente ao frio temporal, em plenos pulmões em quando meus pés delicados cobertos por um salto branco pisava na terra, uma terra gelada e coberta de neve que dificultava meus passos rápidos, correndo em plenos pulmões com aquele enorme vestido de noiva. Uma noite tão bela, um dia que deveria ser tão feliz, eu escolhi com tanto amor este traje branco, um longo vestido branco com detalhes em rendas com uma tiara de diamantes enfeitando meus lindos cabelos loiros. Tudo acabou tão rápido, a cerimônia, uma mulher aparecendo em frente aos votos chorando “Você me prometeu, prometeu que eu seria sua.” A traição após o esperar por anos, a traição que meu noivo fez comigo, destruindo meu coração que palpitava em medo e tristeza como uma bomba prestes a me engolir, fazendo as lágrimas quentes escorrer pelo meu rosto gelado devido ao frio da noite.

Eu o conhecia desde meus 16 quando ele tinha 18 e eu tinha 16,meu noivo prometido pela minha família, o homem que de início estranhei pelo casamento arranjado, mas que com o tempo o aceitei com alegria. Eu não sei o que é amor romântico, não além dos livros, mas eu podia casar com ele, era meu dever casar com ele, era meu dever aceitar a traição de meu noivo em um mundo machista aonde as mulheres pouco fazem, mas eu me recuso! EU ME RECUSO A TER UM MARIDO INFIEL E A OBEDECER A PORRA DE UM HOMEM A MINHA VIDA TODA! Eu me recuso a esta sociedade. 

Eu fugi, chutei os ovos de meu noivo e fugi de meu casamento, sendo perseguida pelos guardas do ducado. Pouco me importava aonde estava indo, isso até cair na mata, me perdendo floresta adentro e sentindo o medo subir em meu estômago junto do nojo embrulhante ao pensar que os lábios que me beijavam há horas atrás já estiveram como ela mesma disse “Entre as minhas pernas me fazendo gemer enquanto sua querida noiva estava em casa o esperando” nojo, nojo, que nojo que desprezo.

Quero matar ele, mas antes disso estarei morta.

Em um mundo aonde o sobrenatural é o humano coexiste, cheio de lendas e notícias de vampiros a solta pelo anoitecer, céus, foi a maior burrice que já fiz vindo de uma família como a minha. Poucos sabem sobre o Sobrenatural, humanos sabem que eles existem, mas fingem não ver e tentam sobreviver não saindo na calada da noite ou indo a certos locais. Uma floresta escura, um vestido de noiva pesado e neve densa, um ser correndo atrás de mim como se fosse me matar e ele vai me matar!

Eu caí.

Tropeçando em um tronco de árvore coberto de neve, meu corpo colidiu com o chão coberto de neve, me fazendo gemer de dor ao sentir meu tornozelo torcido me fazendo quase chorar. A criatura alta, que ouso dizer ter 1,94 de altura, parou na minha frente sendo coberto pelo breu das árvores. Me rastejei pelos cotovelos na neve, sentindo os mesmos ficarem machucados enquanto minha reação humana era chorar, chorar de tristeza e de medo, soluçando desesperada enquanto olhava o ser a minha frente. 

— Pare de correr, sente tanto medo assim de mim? — A voz grave e levemente rouca ecoou, tão forte e sensual, perigosa como veneno. Era um homem, um homem que saiu das sombras parando na minha frente perto de meus pés. Um lindo homem de olhos de Ágata negra e cabelos escuros como a noite escura, uma pele pálida que causava medo como a neve, trajando uma blusa social preta e um blazer preto, junto de sua calça de alfaiataria social, com certeza um nobre. Engoli seco tentando controlar as lágrimas que insistiam em rolar pelo meu rosto. 

— Por favor… não — Pedi em um tom baixo e choroso, eu não tenho nem mesmo uma pedra para me defender, isso é tão…
Odioso.

— Eu nunca a machucaria… Mas estou com tanta fome-O homem ditou baixo, como um segredo erótico. Puxando pelo meu corset meu corpo para o dele, colando nossos corpos em um abraço violento aonde meu pescoço foi seu alvo, uma mordida forte e dolorosa como se me rasgasse foi feita em minha pele delicada, arrancando um grito doloroso de meus lábios. Agarrando a roupa do homem enquanto chorava de dor ao ter meu sangue sugado, a dor latejante me deixando tonta e aquela sensação quente e provocante subindo em meu corpo, fazendo aquela dor ardida parecer fogo, o núcleo entre minhas coxas se aquecer e um baixo gemido escapar fechando meus olhos. Por que… por que um vampiro está me marcando?por que está sendo gentil em deixar seu veneno me entorpecer durante?por que… é tão bom.

Minha visão se apagou, eu desmaiei sentindo os sonhos me abraçar e nada mais escutar além do silêncio.

[.]

— Onde… onde é isso? — Murmurei sentindo o colchão fofinho abaixo de meu corpo, analisando a decoração em preto por todo o recinto, as cortinas bem fechadas e meu corpo ainda trajava aquele vestido de noiva, esse que agora estava visivelmente sujo de sangue. Me levantei da cama sentindo a dor leve da mordida me fazendo grunhe de dor, olhando a situação no espelho, que pelo visto o causador fez um curativo.  Suspirei levemente apoiando uma mão em minha barriga, lembrando da sensação estranha que aquela mordida me causou, era tão quente e necessitado.

Céus Rosálie, pare com isso.

Andei pela enorme mansão que era muito bem decorada, a maioria em preto. Ao parar no corredor consegui ver o homem que me mordeu, aquele belo homem que me machucou tanto. No mesmo instante o desespero veio junto da dor forte em meu tornozelo, me fazendo apoiar na parede, sentindo toda a minha perna doer.

— QUEM É VOCÊ? — Afrontei irritada, e com certo medo 

— Suguru, suguru geto e você é Rosálie gojo, certo? — Olhei aquilo espantada, concordando com a cabeça suguru iniciou — Esta segura aqui, ninguém vem no castelo da floresta perturbar e eu não pretendo machucá-la. 

— Nossa, típico de um livro. O que quer comigo?porque não vau me machucar, além disso, você diz não me machucar quando meu pescoço foi mordido por você.

— Estava… uma situação sensível, eu não vou te machucar, porque… você é minha noiva, minha doce noiva dada por seu noivo.

Minha ficha finalmente caiu. Meu noivo me vendeu para alguém, e agora sei que ele me vendeu para o monstro do castelo, o motivo?não tenho ideia, mas sei que agora estou nas mãos de um monstro sanguinário.

— Você fala que não vai me machucar, mas me mordeu. Fala que meu noivo me vendeu para você, mas a situação nem sequer se encaixa… Estou confusa.

Murmurei com a voz baixa e falha, chorosa e cheia de sentimentos machucados, sentimentos feridos e destruídos como uma folha de papel rasgado em pequenos pedaços. Meu coração estava arruinado, eu nunca pensei que nayoa fosse capaz de me trair com aquela pessoa, eu o amava com todo meu coração. Senti as lágrimas quentes inundarem meus olhos verdes esmeralda, os enchendo com seus doces sentimentos feridos e esmagados. O choro entalado em minha garganta, a sensação de abandono, mágoa, traição e rejeição era horrível.

Eu nunca fui uma pessoa muito querida, nunca fui a pessoa mais desejada do mundo ou a mais bonita. Tenho uma boa aparência, sei disso, mas mesmo assim… não passa disso. Meus pais me comprometeram a nayoa aos 15 anos, viramos noivos e eu pensei que seríamos um bom casal. Eu já sabia que normalmente essas coisas acabavam mal, mas ele disse que me amava, ele disse que me amava com todas as suas palavras. Prometeu ser meu marido pata sempre, então quando finalmente chegou no dia co casamento ele me trocou, ele me jogou fora como um sapato velho usado. Meus sentimentos que existiam desde os 15 foram esmagados, e então eu finalmente percebi que eu não o amava, não o amava de verdade, eu nunca quis o beijar, o tocar e acariciar. Eu não sentia nada por ele, nada além de amizade, e no fim mesmo que estivesse confusa, pude notar que meu amor era falso, um amor amigável e silencioso que se camuflou como se fosse apenas aceitação. Sim, eu nunca o amei, eu apenas aceitei o que me foi mandado, eu me enganei como uma idiota e no fim recebi isso.

— Não chore… eu não vou te machucar, muito menos deixarei que te machuquem. — Suguru confirmou me abraçando fortemente. Ele é um monstro, um monstro terrível do castelo negro antigo, um monstro que todos sentem medo em Londres. Ele é só um monstro sanguinário, um homem, não, um vampiro terrível e cruel.

Um vampiro cruel que tem um abraço tão quente, tão calmo e gentil realmente pode ser tão cruel assim?

Solucei fungando enquanto minhas lágrimas não deixavam de escorrer, eu nem sei mais o motivo de estar chorando, só sei que era uma mistura horrível.

Não posso voltar para casa, não posso mais voltar para meu irmão Satoru…

Ah, tudo parece tão caloroso, tão gentil e meigo…

Estou apagando novamente, novamente caindo naquela vasta imensidão inerte.

Suguru… me deixe ir embora.

Cold blood (Suguru getou)Onde histórias criam vida. Descubra agora