Capítulo um

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                                   ELEONOR

Eleonor está sentada fora do castelo com seus irmãos, sentindo uma brisa fria tomar conta do seu corpo. Ela olha para eles pensando quão parecidos são com seus pais. Rick e Flery são os mais velhos e mais parecidos com sua mãe. Ambos têm cabelos loiros, sardas e o sorriso da mãe; a única coisa que os diferencia é o fato dos longos cabelos de Flery. Eleonor e Melvin puxaram para o pai: lindos cabelos negros e brilhantes, e tão brancos quanto o pai, mas há algo que os iguala a todos, os seus lindos grandes olhos verdes.

Ao ouvirem passos, Eleonor e seus irmãos olham para trás. Eram seus pais indo até eles com os braços entrelaçados e um sorriso no rosto. Vignis olha com um sorriso para os filhos e fala: "Amanhã iremos para Farsiris, para chegarmos a tempo da cerimônia de amadurecimento do futuro rei, meu irmão." Eleonor e seus irmãos olham com um sorriso para a mãe, felizes porque finalmente, após dois anos sem ir a Farsiris, iriam visitar novamente seu avô.

Não era costume da família de Eleonor visitar o avô, mas nas vezes que foram vê-lo, ele mostrou ser um homem agradável e divertido para ela. Sua avó Kenna, a quem a jovem garota não chegou a conhecer, faleceu antes de Eleonor nascer. Eleonor amava perguntar para seu avô sobre a avó. Ele sempre a elogiava e dizia como a mãe de Eleonor e a avó eram parecidas tanto em personalidade quanto em aparência.

..... no dia seguinte .....

"Onde está sua irmã?", perguntou Zaphiel para Eleonor.

"Acredito que esteja se arrumando para ficar bem-apresentável para os animais da estrada", diz a menina com um tom de deboche.

Zaphiel pede para sua esposa ir atrás de Flery, e disse que se a jovem não se apressasse, iriam sair sem ela. Rick dá uma risadinha de canto, Eleonor o olha com uma sobrancelha arqueada. Os dois caem na gargalhada após lembrarem do assunto do dia anterior, que falava sobre Flery sempre se atrasar, pois ficava tempo demais penteando seus longos cabelos. Flery negou e disse que nunca atrasou ninguém, mas lá estavam eles, esperando pela irmã para saírem de Cavalirac.

Flery saiu do castelo ajustando uma mecha de seu longo cabelo. Ela encarou seus irmãos, que estavam rindo, e perguntou por que estavam tão animados. Eles olharam assustados e disseram "nada", em um tom assustado, pois se assustaram ao ver a irmã encará-los com um olhar arisco.

Finalmente, a família partiu de Cavalaric rumo a Farsiris. O caminho estava tranquilo. Os mais velhos, Rick e Flery, estavam discutindo quem era o mais bonito, enquanto Melvin estava distraído com aquela linda estrada, com flores que nunca tinha visto antes. Era primavera, mas em Cavalaric não havia muitas flores tão belas como as vistas naquela estrada. Eleonor estava lendo um livro super interessante sobre um guerreiro que viveu muitos anos antes de seu nascimento. Ela era fascinada pelas aventuras daquele bravo cavaleiro. Eleonor já estava irritada com os irmãos mais velhos, pois a briga sobre quem era mais bonito a estava incomodando. "Parem seus tolos, vocês são extremamente chatos. Não consigo entender quem é mais chato e, quanto à beleza, ambos são irritante mente vaidosos", disse Eleonor com um olhar cerrado para os irmãos. Eles se entreolharam e ficaram quietos, pelo menos por um tempo.

Após três semanas de uma longa viagem, finalmente chegaram ao destino, Farsiris. Ao chegarem, foram bem recebidos pelo pai de Vignis, que deu um abraço apertado de saudades dos netos que não via há dois anos. Para recebê-los, o rei preparou uma surpresa para cada neto. Para Eleonor, ele deu um arco e flecha, sabendo que a neta adorava treinar. Para Flery, ele deu um lindo prendedor de cabelo, escolhido especialmente para ela. Era dourado, com lindas estrelas brilhantes, uma média e outra um pouco maior. Rick ganhou uma nova espada, com uma joia em homenagem a Farsiris. Melvin ganhou um gatinho laranja com pelos brancos embaixo, já que ele adorava gatos. Seu avô sabia exatamente que presente dar a cada neto, pois sempre se importou com os interesses deles.

Eleonor decidiu explorar o castelo e viu sua mãe conversando com uma mulher que era fisicamente muito parecida com ela, e um homem com asas, e dois rapazes um com asas e outro com um arco e flecha.

Eleonor fica boquiaberta para a mãe e para a mulher, pois eram extremamente parecidas. Vignis percebeu a presença de Eleonor e a chamou.

"Sim," respondeu Eleonor se aproximando. "Esses são seus tios, Maylea e Zyon. Acredito que não se lembre deles, pois era muito nova da última vez que os vimos," explicou Vignis. "E estes são seus primos, Heamod e Hemorques," continuou.

Heamod já tinha catorze anos, e Hemorques estava com quinze. "É um prazer conhecer vocês," disse Eleonor com um sorriso de lado.

Heamod notou o arco e flecha que Eleonor ganhou do avô e comentou: "Achei incrível seu arco... você também pratica o esporte, prima?"

"Obrigada, eu pratico sim. Ganhei este arco do vovô. É o meu primeiro arco e flecha, já que sempre usava os dos meninos por não ter um próprio."

Dirigindo-se ao primo, Eleonor perguntou: "E você, é Hemorques, certo?"

"Exatamente, milady," respondeu o primo fazendo uma reverência.

"Você consegue voar com essas asas?" perguntou Eleonor, referindo-se às asas de fada de seu primo Hemorques.

"Sim, quer ver?" Eleonor assentiu com a cabeça.

Eleonor, Heamod e Hemorques foram para o jardim juntos, após Hemorques dizer a eles para segui-lo.

Eles caminharam pelos caminhos do castelo até chegarem no jardim. Hemorques então abriu as asas, que eram lindas e tinham cores cintilantes. Ao lado de Eleonor estava Heamod, que olhava com orgulho para o irmão.

"Ele treina desde os cinco anos para dominá-las", disse Heamod com orgulho do irmão.

"Como você se sente?", perguntou Eleonor ao primo.

"Me sinto maravilhado. Posso ver tudo lá de cima, e a brisa que vem ao meu rosto me deixa muito feliz. Você deveria tentar um dia", disse Hemorques.

Eleonor respondeu de forma orgulhosa: "Primo, não tenho asas para voar, mas para mim, minhas asas são o arco e flecha. Me sinto tão feliz quanto você quando atiro uma flecha e acerto o alvo, e quem sabe um dia eu possa usá-los para lutar..."

"Que garota tola, acha que algum dia poderá lutar?", disse uma voz desconhecida. "Não passa de uma franga, e ainda por cima uma menininha."

Hemorques pousou no chão ao lado de Eleonor.

"Quem são essas criaturas repulsiva, com a sombra tão grande quanto o ego?" perguntou Eleonor para Heamod, enquanto Hemorques ria da pergunta da prima.

"São os filhos do conselho do vovô. Eles são pessoas baixas, que não mereciam o pouco do poder que tem", respondeu Heamod. Eles tinham um pouco mais de idade que os irmãos mais velhos de Eleonor, ambos eram corpulentos, mas um era mais alto. Eleonor acreditava que ele era o mais velho. Um tinha cabelos ruivos e o outro, loiros.

"O que vocês estão cochichando aí, sua putinha?", disse o jovem de cabelos ruivos.

"O que ele disse?", perguntou Hemorques, avançando.

Eleonor segurou Hemorques,, e pegou a espada que estava na cintura de Heamod. Antes de chegar no garoto ruivo, Eleonor estava nos braços de seus primos com uma espada pronta para atacar o garoto que a insultou. Os primos a seguraram e disseram que não valeria a pena sujar as mãos dela com pessoas tão sebosas quanto eles. Eleonor se virou com os primos para ir embora, mas antes de sair, ela ouviu "COVARDES" vindo do jovem ruivo. Então, Eleonor pegou seu arco e flecha, que havia ganhado do avô mais cedo, e atirou no garoto ruivo. Metade da orelha do jovem foi arrancada. Os primos puxaram Eleonor e saíram correndo, enquanto o garoto ruivo gritava de dor e o outro, de cabelos loiros, tentava acudi-lo.

The legacy of FarsirisOnde histórias criam vida. Descubra agora