CAP 2

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🐒 FAFÁ

Complexo Nova Holanda, RJ

Desço da minha velar preta subindo as escadas que dá pra laje aonde está rolando um churrasco pré baile. Passo recebendo comprometimento dos caras do movimento, mas nem rendo muito papo. Chego perto do meu parceiro de anos pegando na sua mão e o puxando para bater seu peitoral no meu

Duduxo: Eai, chefão! Voltou da Disney, finalmente. - ele sorri de orelha a orelha e eu solto uma risada baixa - hoje está tudo nos esquemas pra tua volta, irmão. Mas me diz aí como foi lá ?

- Tranquilo. Mas é bom estar de volta. - ele me oferece a metade do seu baseado e eu pego dando duas tragadas - O morro está nos conformes ou rolou algo nesse meio tempo? - dou mais uma tragada vendo a mulher dele vir na nossa direção. Balanço a cabeça em comprimento e ignoro o papo dos dois olhando a vista da laje -

Duduxo: Ficou de boa meu mano. Apenas a doída da minha mina arrumando problema pra minha cabeça.

Kathleen: Oi amor! Eai Fafá! Amor, eu e as meninas estamos descendo lá pra casa pra gente se arrumar pro baile. Te vejo depois e não demora a descer. Te amo, preto!

Duduxo: Vai lá e vigia em. Daqui a pouco tô indo

Faço uma careta escutando o estalo do beijo dos dois e termino de fumar jogando o pitoco no chão pisando em seguida. Viro pro lado deles e vejo que Kathleen já meteu o pé

- Qual foi que tua mina arrumou dessa vez? Tá toda mansa, mané.

Duduxo: Ficou sabendo das mulher que tô pegando aí e foi surtar pra cima delas. Mas paguei de doído né, falei que era neurose da cabeça dela. Mas depois de eu ter puxado ela pelos cabelos aí essa semana, acho que sossega.

Solto uma risada negando com a cabeça, esse cara era comédia demais.

- Vou piar lá em casa. Depois a gente se tromba no baile!

Ele acena pra mim e eu saio andando descendo as escadas e entrando no carro. Ligo o motor e rapidinho estou em casa.
Após entrar em casa, eu fecho a porta jogando as chaves na mesinha da sala. Entro no meu quarto tirando o tênis dos pés e pulo na cama na intenção de tirar um cochilo.

No mesmo dia mais tarde já estava adentrando o baile com a minha contenção atrás de mim. Aceno em forma de comprimento para os moradores da comunidade e subo direto indo pro camarote.
Daqui de cima além de ter uma visão geral do baile, também tem uma visão maneira da parte baixa do morro.

Respiro fundo soltando a fumaça do baseado que acendi antes de chegar aqui, ainda com a minha visão focada no baile e na agitação que ele se encontra.

Cheguei nesse posto de dono após a morte do meu pai. O cara era ruim como pessoa, marido, pai e principalmente não tinha postura nenhuma para lidar com essa porra toda aqui. Apesar de tudo isso, ele foi esperto em me ensinar como a vida real funciona.

Eu sou um caso de traição com a fiel dele, ele se apaixonou pela novinha que veio visitar um dos bailes, levou pro abate e cá estou eu.
Atualmente mantenho zero contato com a minha mãe, a mulher sempre pensou só no próprio umbigo e esqueceu que tinha filho pra criar. Mas da em nada não, se não fosse por isso, eu não seria quem eu sou hoje.

Quando assumi o morro foi difícil pra caralho, o velho deixou essa porra uma bagunça. E o fato de ter que lidar com vários inimigos dele, e ter que matar um por um. Ninguém tenta com os meus e nem com o meu morro. Essa porra é minha e será até que eu morra, ou passe para alguém que honre o cargo.

Jão: Todas elas sabem que o little Jão não é de ninguém... - viro o rosto na direção de Jão que vem subindo as escadas cantando e dançando enquanto tem uma lata de Brahma em mãos -  Segura, porque o mais doce dessa porra chegou!

Encaro ele arqueando uma das minhas sobrancelhas, dou mais uma tragada no meu baseado e solto a fumaça vendo o maluco vir na minha direção.

- Nem vem encher a porra do saco. - faço cara feia e me viro escorando o corpo no muro do camarote -

Jão: Rapaz... Vou entender legal não tu me ignorando desse jeito. Fico chateado, sabia? Não dá mais carinho e nem beijinho, tu nem flores me manda mais. Maior tiração

Jão faz voz de choro se agarrando no meu braço e eu tiro rapidamente me afastando dele

- Mermão, um dia vou comer seu cú de bala. Desgruda, cão! - falo alto e ele dá um pulo se afastando mais um pouco -

Jão: A mas cê tá nervoso, vida? Com Duduxo você não é assim. - bufo vendo ele bebericar sua cerveja e no mesmo momento Duduxo chega com a mulher dele e a irmã mais nova atrás.

Duduxo: Tá falando o que de mim aí, Jão? Fofoqueiro do caralho. - ele dá um tapa na cabeça de Jão e recebe uma cotovelada do mesmo na barriga - Aí, filho da puta!

Encaro a irmã dele que mal chegou e já esta se servindo whisky com energético, e vejo como ela cresceu. Tempão que não via, e esse tempo fez mó bem pra ela.

A mina estava portando um body branco decotado, saia brilhante da prada, salto prateado e uma bolsa preta, e claro, os acessórios em prata. Gata pra caralho e chamando a atenção dos menor por onde passa.

Ela parece se sentir observada e olha ao redor parando seu olhar na minha direção arqueando sua sobrancelha feita me olhando da cabeça aos pés. Ela passa a mão pela bunda abaixando um pouco a saia e bebe da sua bebida sem desviar o olhar do meu rosto dando um sorrisinho tímido.







confesso que estou mega ansiosa para dar continuidade...
beijos da sisi! 💋💋

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