2 - Salvatore

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Camila on

Eu estava deitada no sofá olhando para aquele bendito panfleto que Jeff havia me engraçado na garagem. Eu pensava se aceitava aquilo ou apenas continuava minha vida normal, não sei o que faço, eu não sei o que pensar. Vamos pensar em partes. Se caso a gente aceitar isso, provavelmente iríamos ter mais chances de fazer a banda crescer, iríamos fazer mais shows grandes e não shows de barzinhos, iríamos provavelmente ser mais reconhecidos (ok isso é bom) mas e se eu não gostar desse negócio de fama? O Kurt Cobain detestava e isso deve ter algum motivo, deve ter alguma justificativa. Os paparazzis, câmeras na sua cara o tempo inteiro, muitas pessoas atrás de vocês, pressão da mídia. Agora vamos no caso de não aceitamos. Eu iria continuar nesse emprego, e iríamos continuar sendo uma banda de garagem provavelmente mas sem pressão de mídia e as outras coisas.

Sinceramente eu não sei de mais nada.

Mudando de assunto, o patrão da minha mãe convidou ela pra ir jantar na casa dele e eu vou ter que ir junto. Eu não queria muito ir não, mas fazer o que né. Descobri que é na Barra da Tijuca em um apartamento que é bem chique, não fica tão longe de casa, mas que preguiça de ir em.

- Karla! - Escuto minha mãe me chamar da cozinha - Vai se arrumar! Já é 20:30 - Escuto os passos dela se aproximando.

- Ah mãe, deixa eu ficar aqui? Qual é? Qual a diferença de eu ir ou não? - Eu falei me sentando no sofá. A vejo entrando na sala e a olhei.

- Filha você sabe, iremos voltar tarde para casa e não é nada seguro voltar nesse horário mesmo que vamos de carro. As filhas dele são uns amores, você vai gostar delas - Ela coloca o guardanapo que segurava nem seus ombros e ajeitava seus óculos.

- Não sei..

- Vai por mim. Pela sua mãe, esse jantar vai ser legal e não quero ir sozinha. - Ela diz fazendo aquele típico drama que ela sempre faz. Amo minha mãe sabiam?

- Caô...- eu sussurro pra mim mesma e me levanto do sofá - Tô indo pro banho. Já volto e eu espero mesmo que essas garotas sejam legais viu Dona Sinu? - Eu falei subindo e ouvi a risada dela.

Entrei em meu quarto e fechei a porta. Quando liguei as luzes vi a bagunça que aquilo tava. Eu apenas suspirei olhando aquilo e disse "Que merda em". Eu arrumei tudo aquilo bem rápido antes que minha mãe entrasse ali e me desse uma bronca tremenda, coloquei minha guitarra no lugar e depois peguei minha toalha e coloquei no meu ombro. Quando entrei no banheiro, me olhei no espelho e vi que meu piercing na sobrancelha já estava cicatrizando e fiquei feliz. Aquilo doeu pra um caralho. Tirei minhas roupas e olhei minhas tatuagens.

Quando eu terminei o banho, me enrolei em minhas toalha e saí do banheiro. Abri meu guarda roupa e me perguntei com que roupa eu iria. Tava calor mas também eu não queria usar roupas assim até porque aquele lugar deve ser chique. Coloquei uma calça jeans meio larga, uma T-Shirt Star Capella, uma jaqueta meio azul escuro com uma estrela enorme atrás e um All Star preto. E eu não poderia esquecer o meu boné não é mesmo. Eu passo um gloss em meus lábios os deixando brilhoso.

Eu desci as escadas e vi minha mãe passando o batom dela. Fiquei falando com ela sobre outros assuntos e depois fomos para o carro.

- Coloca o cinto - Minha mãe diz entrando no carro e ficando enfrente ao voltando. Ela colocou o cinto dela e olhei pra frente e eu fiz o mesmo - Podemos ir?

- Claro - eu falei e ela diga o carro dela. Quando estávamos no caminho, fiquei olhando para as ruas que estavam passando. Algumas movimentas e outras não. - Mãe quando iremos ver a vovó?

- Mês que vem. Sua vó está vindo passar um tempo lá em casa, esqueci de dizer. - Ela diz parando no sinal vermelho. - Inclusive sua prima também vem.

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