Capítulo 4 - Rápido demais. (2/2)

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[ Música colocada apenas para ambientação da primeira cena, por favor pausar caso atrapalhe a leitura! Ass: autora. ]

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A luz da janela descansou no rosto de Gabriel, acordando o mesmo. Ainda desnorteado, coçou seus olhos, olhando ao redor em busca de algo que não podia dizer muito bem o que era. Sentou-se na cama, encarando os lençóis por um minuto.

Em pouco tempo se deu conta: as lembranças da noite passada invadiram sua mente, e seu rosto logo corou. Descansou sua cabeça nas mãos, dando um suspiro cansado. Tem 99% de chance dos acontecimentos de ontem causarem um problema enorme, tanto na sua vida social quanto profissional.

Respirou fundo, e decidiu focar em ao menos terminar sua rotina da manhã. Foi até o banheiro, lavou o rosto e escovou os dentes. Não se preocupou em trocar o pijama, já que até onde sabia, só tinha sua irmã em casa.

Ao descer as escadas, foi surpreendido ao escutar risadas ecoando pela cozinha. Sua irmã estava próxima ao fogão, rindo enquanto um homem alto estava sentado em uma das cadeiras da mesa de jantar, com uma xícara em sua mão. A cozinha cheirava a café fresco, um clima leve.

Gabriel não reconheceu o homem, dando meia volta para colocar uma roupa mais apropriada. No entanto, seus passos foram interrompidos por uma voz extremamente familiar:

— Gabriel! Onde vai? Sua irmã acabou de fazer café.

Oh não..

Gabriel engoliu seco, é claro que Moacir ainda estaria aqui. O mais novo hesitou por um momento, mas foi em direção a cozinha, puxando uma cadeira ao lado de Moacir e se sentando.

— Querido, não me contou que seu namorado novo era tão carismático.

A loira brincou, recebendo um olhar enfurecido de seu irmão e um olhar envergonhado de Moacir. Antes que o moreno pudesse responder, Gabriel disse em tom irritado:

— Ele não é meu namorado, e você sabe disso.

— Claro que sei..

Gabriel revirou os olhos em resposta a risada sarcástica de sua irmã, que trouxe uma xícara de café pro mais novo.

— Eu vou me encontrar com umas amigas, os sanduíches estão no balcão, não façam tanta bagunça, certo?

Marília pegou sua bolsa e saiu pela porta, fechando a mesma devagar.

Moacir e Gabriel permaneceram em silêncio, os únicos sons presentes no cômodo sendo as xícaras batendo no prato, as migalhas de pão caindo na mesa, e o doce toque do rádio, que tocava "Ovelha Negra", de Rita Lee.

Em qualquer outra situação, essa seria uma manhã calma e agradável, mas não nessa. O constrangimento e tensão eram tão perceptíveis, que diria que era possível corta-los com uma faca!

Gabriel pôs a xícara no pires de porcelana branca, mudando seu olhar para Moacir.

— O que pretende fazer?

— O que quer dizer?

Gabriel desviou o olhar, e então disse em tom mais baixo:

— Bem, nós.. fizemos sexo ontem a noite, e você sabe. O que vai fazer sobre isso?

Moacir deu um gole de seu café, segurando a xícara com mais força que o necessário.

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