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ACORDEI SENTINDO, meu corpo dolorido, havia uma sensação estranha em minhas costas, minhas articulações estavam doloridas, só então eu percebi os leves hematomas nos meus tornozelos e pulsos.Abri e fechei os olhos diversas vezes tentando me acostumar com a claridade instalada no local, após conseguir enxergar corretamente, notei o lugar vazio.
Sem entender me levantei, tirando as cordas de fios grossos do meu corpo, que já estavam frouxas demais, ficando de pé notei que estava em um galpão abandonado.
A questão era, por que?
Dei alguns passos pelo local, sentindo algumas partes do meu corpo latejar, respirei fundo, tentando processar as coisas. Para mim, como eu havia chegado ali era um mistério.
Fui até a única porta ali presente, notando que a mesma estava trancada, mas algo além disso me chamou a atenção. Havia um elevador ao lado, onde eu entrei e peguei um pequeno pedaço de papel em mãos.
Lendo seu conteúdo estava escrito: "Desça até o segundo andar."
Um bilhete simplista, isso indicava que eu estava no terceiro andar ou a cima disso, apertei o próximo botão, notando a porta do elevador fechar, e então descer.
Após o elevador abrir, eu dei alguns passos a frente, notando um local bem iluminado, pisos de mármore e paredes brancas, uma enorme janela que dava a vista dos prédios lá fora, o local era bem decorado com uma sala luxuosa, em azul claro e cinza.
Logo a frente, haviam alguns estudantes do mesmo colégio que o meu, suspirei sabendo o que viria em seguida; passei pelo local, procurando com os olhos alguém conhecido.
- Achei que nunca viria. - Vash disse, atrás de mim; fazendo eu me virar.
- Podiam ter me avisado, hm? - Reclamei, vendo os outros virem até nós dois.
- Nem que quiséssemos avisar, não daria. - Nyxia explicou. - Todos nós fomos pegos de surpresa e chegamos aqui da mesma forma que você.
Exclamei, fazendo um sim com a cabeça entendendo melhor a situação.
- Isso significa que não sabemos o próximo jogo sangrento que nos aguarda? - Perguntei.
- Infelizmente não. - Vash disse.
Suspirei, notando os outros alunos andarem e observarem o grande salão, também curiosos e nervosos.
O tempo passou, não sabia quanto mas sabia que era o suficiente para deixarmos todos da sala loucos de ansiedade.
Um dos alunos se irritou;
- Porra! Vocês chamam a gente aqui para brincar de espera? - Ele gritou, olhando para o nada.
- Relaxa aí! - Um dos garotos de seu grupo exclamou, tentando acalmar os nervos do outros.
- Que se foda! Vamos todos morrer mesmo! - Ele disse.
Ele foi em direção ao elevador, apertando um dos botões; provavelmente decidido a sair dali. Alguns tentaram chegar até ele rapidamente, mas foram parados brutalmente por um estrondo, seguido de sangue.
O Garoto havia explodido na nossa frente, deixando o elevador manchado com seu sangue, alguns precisaram sentar-se para que suas pernas não fraquejassem, enquanto outros derramaram lágrimas de desespero, estávamos presos, a única escapatória ou "rota de fuga" era vencer.
- Não sei dizer se ele está melhor que nós, ou pior. - Susurrei.
Aquilo não me destabilizou, acho que todos os acontecimentos do massacre no colégio me fez mais forte ou menos humana, quem sabe.
Uma porta de um dos elevadores foi aberta, ficamos receosos de entrar, mas seguimos cautelosos entrando. Quando, todos estávamos dentro do mesmo, a porta se fechou e abriu segundos depois.
Enquanto eu estava dentro daquele elevador, eu me olhava no espelho, meu corpo com pequenas marcas das agressões anteriores, e os olhos sem vida.
Eu parecia apenas um fantoche guiado para toda essa loucura, o pouco de sanidade que eu tinha havia se perdido, e eu me perguntava se ainda existia amor ou doçura dentro de mim, mesmo que só os resquícios.
Mas, mesmo que eu lute para encontrar o pouco que há de ter sobrado, não encontro; é como um oceano vasto, um vazio.
...
Após o elevador permitir nossa saída, entramos no local, era um armazém com prateleiras altas de ferro antigo, algumas caixas vazias outras cheias, o chão era de piso polido, mas algumas partes já estavam quebradas ou trincadas.
Havia pouca iluminação, uma ou duas luzes piscando dando um ar aterrorizante, o ar poluído invadia minhas narinas junto do cheiro de coisas velhas e úmidas.
As paredes eram brancas, mas haviam marcas sujas nelas, além das teias de aranhas sobre os cantos, e a humidade aparente.
Um verdadeiro caos de sujeira.
- Parece que dessa vez não é um local muito agradável. - Nyxia susurrou.
- Já era de se esperar, segundo jogo local menos aconchegante que o primeiro, jogo mais brutal.
Matias disse, logo em seguida me encarando com um sorrido de lado, seus olhos passearam meu corpo, sem se importar com a cara fechada que Vash fez quando percebeu.
Suspirei, tirando a distração dos dois da minha mente, enquanto observava as outras pessoas começarem a se instalar no local.
Fiz o mesmo, passando pelas prateleiras de ferro e checando algumas das caixas abertas, algumas tinham comidas enlatadas e outras pertences de higiene.
- Transou com ele?
Dei um pulo quando percebi as mãos de Vash percorrem para meu pescoço apertando o suficiente para sentir o incômodo, enquanto ele susurrou no meu ouvido.
- O quê você está... - Tentei dizer, mas seu aperto se firmou mais.
- Não foi essa pergunta que eu te fiz.
- Ah; - Me contorci. - Sim.
Sua mão ainda agarrada firmemente em meu pescoço, me virou com facilidade para que eu pudesse olhá-lo, minhas costas batendo com tudo na prateleira, trazendo um barulho alto.
- Seja clara, gosto de respostas objetivas. - Ele apertou mais, me fazendo arquear a cabeça para trás em busca de mais ar.
- Sim, eu. - Fiz uma pausa. - Eu transei com o Matias.
- Suponho que ele não tenha sido tão carinhoso como eu, não é?
Ele perguntou, mas antes que pudesse respondê-lo ele inclinou sua cabeça para perto do meu ouvido.
- Minha piedade acabou com você, pequeno Ratinho. - Ele riu. - Que comece a caça.
...
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The Kingdom
Mystery / ThrillerUma jovem herdeira de uma fortuna sem igual e influência política inigualável, porém isolada e alvo de bullying em sua escola de elite, decide mudar radicalmente seu destino ao se afastar de sua segurança familiar. Em um país distante, ela se vê em...