𝗛𝗮𝘇𝗲𝗹 𝗣𝗮𝗿𝗸𝗲𝗿 sempre sonhou em ser uma atriz. Não pela fama, mas sim pelo prazer de poder viver diferentes vidas fazendo aquilo que ela mais gosta. E tudo parece possível quando a garota descobre que foi aceita para dar a vida à personagem...
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— 𝐇𝐀𝐙𝐄𝐋𝐏𝐀𝐑𝐊𝐄𝐑 —
— Muito bem, mais uma vez! — gritou o diretor e eu bufei. –— Hazel, Walker. Ânimo! — avisou.
— 'Pra você é fácil falar — murmurei.
Agora estamos gravando — ou tentando gravar — a cena final do caça bandeiras. Sabe, quando Percy é reclamado filho de Poseidon? Essa mesma. É algo até que fácil de fazer, mas eu simplesmente não estou conseguindo. Motivo? Tenho que ficar à menos de dois metros de distância de Walker Scobell.
— 'Vê se acerta dessa vez, Parker! — disse o garoto.
— 'Vê se deixa de ser insuportável! — sussurrei.
Nos reposicionamos. Charlie ficou ao meu lado, já que teria uma cena com Luke e Ashley, enquanto Dior e Walker começaram a lutar mais uma vez, como estava no roteiro. Ao receber o sinal da câmera se aproximando, pulei nos braços do moreno, começando minha fala:
— CONSEGUIMOS, LUKE. CONSEGUIMOS! — exclamei em êxtase, já que nossa equipe do caça bandeiras havia conseguido a vitória.
— Eu falei que ia dar certo! — pude ouvir os risos do mais velho enquanto ele me colocava no chão.
É, essa traição vai doer mais que nos livros.
Estávamos encenando perfeitamente, como de costume. Até que ouvimos um grito estridente, algo que parecia ter vindo da Dior. Por conta do susto, me virei de forma brusca a procura da cacheada, que agora tinha suas mãos na camisa de Walker, ameaçando o bater por conta de sua lança que havia sido quebrada. Só então minha ficha caiu de que ela ainda estava atuando, coisa que realmente me surpreendeu, fiquei genuinamente assustada.
Porém tive o cuidado de reter minhas emoções, ainda haviam câmeras viradas para mim, então continuei meu trabalho e fui de encontro com os dois:
— Clarisse! O jogo acabou, nós ganhamos. Encoste um dedo nele vai ter que aprender a ser canhota! — fiz minha falsa ameaça, ficando de frente para a mesma.
Dior me encarnou, como se me analisasse. Admito, sua atuação é tão boa fiquei ainda mais apavorada, era como se a garota fosse me espancar a qualquer momento e me desafiava a perder minha postura. Mas então ela se afastou, indo de encontro aos seus amigos, fora do meu campo de visão e do alcance das gravações. E é aqui que as coisas se complicam:
— Você está bem? — me aproximei do loiro, que agora estava caído na areia e ofegante, como se a mais velha tivesse o assustado também. Me aproximei, checando seus falsos machucados. Não era a primeira vez que fazia isso, mas era irritante. Seus olhos focados em mim eram irritantes.
