Todos os presentes na plateia observavam o incidente com piedade. Todos cochichavam silenciosamente, com expressões de pena pelo ocorrido. Cazarez, aos prantos, joga o microfone no chão e corre do palco após ter sido traída. No caminho para a casa de Brady, só se encontravam lágrimas e mais lágrimas. Ela se perguntava por que aquilo estava acontecendo. Tudo o que ela queria era ser amada.
Com a cabeça baixa entre os joelhos, Brady estava sentado nas escadas do hall quando Cazarez se aproximou. Ao vê-la, ele levantou a cabeça com uma expressão triste.
ㅡ Por que você fez isso comigo, Brady?" - ela perguntou enquanto se sentava ao lado dele. Hepner respondeu: EU NÃO SEI, KAIDA.
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QUINTA-FEIRA - 13h13pm.
Abro a janela do carro e sinto a brisa fria do Colorado, uma sensação estranha no meu corpo, junto com outras sensações de saudade desse ambiente familiar. Já fazia dois anos e meio que eu e minha família havíamos nos mudado para a Europa. Meu pai recebeu uma promoção de emprego, o que nos fez mudar para a Inglaterra. A mudança foi difícil para todos nós, especialmente para mim, que deixei para trás meu melhor amigo, Brady Hepner, e a casa onde cresci. Ainda assim, a brisa fria do Colorado me traz lembranças agradáveis e me faz sentir um pouco mais de ansiedade. Eu sempre me perguntava se algum dia voltaria para cá e se as coisas haviam mudado.
O carro estacionou em frente a um gramado verdejante e natural. Na varanda rústica da grande casa, havia um menino meio baixo, com cabelos loiros dourados e olhos azuis como o céu marejado. Saio do carro e corro até ele, Brady estava me esperando. Abracei ele, sentindo o calor do seu corpo e o cheiro do seu perfume floral. Ele me abraçou de volta, apertando-me com força. Ficamos assim por alguns segundos, até que meu irmão Tristan apareceu e abraçou Brady fortemente por cima de mim, me apertando entre os dois como um sanduíche.
ㅡ T, você está me apertando! - digo rindo, tentando sair do apertão dos dois.
"SAI" "ME SOLTEM OS DOIS" "HAHA" "SAI"
ㅡ Só mais um pouquinho eu estava com saudades do Bday. - diz ele, apertando mais.
ㅡ Tudo bem, tudo bem, T, eu também senti sua falta! - Brady gargalha, já que eu estava amassada no meio dos dois.
Depois do abraço caloroso, meus pais receberam Brady e ajudamos com as malas. Agora, estávamos no quarto do Tristan, enquanto ele ajudava mamãe com o jantar. Eu, Brady e Tristan éramos amigos desde infância, mas eu e Brady éramos melhores amigos. Ele compartilhava comigo os acontecimentos recentes em Denver, incluindo a escola e até mesmo seu corte de cabelo triste.
ㅡ "Você não estranhou, Bday?" - perguntei, referindo-me ao cabelo.
ㅡ "Na verdade, não. É até mais fácil de cuidar!" - respondeu Brady, rindo. ㅡ "Mas sinto falta do meu cabelo", acrescentou, fazendo beicinho.
ㅡ "Eu também sinto falta dele!" - respondi, rindo, enquanto passava a mão na cabeça careca dele."
Enquanto jantávamos, eu e Tristan conversávamos sobre o novo colégio que iríamos frequentar. Brady, por sua vez, conversava com meus pais sobre os acontecimentos em Denver nos últimos dois anos. Foi então que meu pai, sem saber do trágico acontecimento, perguntou inocentemente: ㅡ 'Ei Brady, como anda o namoro?' O comentário deixou todos na mesa sem palavras, inclusive mamãe, que sabia do ocorrido.
ㅡ A... Sr. Pravong, não estamos mais juntos. - disse ele com tristeza na voz. ㅡ Tem um tempo já. - acrescentou ele.
ㅡ Meu Deus, meu filho, me desculpe, eu não sabia! - Papai olhou para mamãe, questionando-a mentalmente: "Por que você não me contou?"
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𝑑 𝑒 𝑛 𝑣 𝑒 𝑟, miguel cazarez mora
Roman d'amourVoltando da Europa, Mei se encontra em um turbilhão de emoções ao reencontrar Miguel. Ele, por sua vez, luta para compreender seus próprios sentimentos e, apesar de tentar, só consegue afastar Mei cada vez mais. Enquanto isso, Brady enfrenta o medo...