O medo é ter todo o silencio para preencher e não pensar em nada a dizer, nada que valha a pena
Luto contra meus pensamentos, não quero repetir padrões, reescrever textos, canonizar musas, adorar dores
Meu luto infinito, sem saber ao certo quem se foi
Um enorme vazio no meu peito, tenho como palavra fundadora AUSENCIA
Acredito que giramos ao redor de determinadas palavras, que carregam em si todo o poder do nosso individualismo, indiferente ao significado lexical das mesmas, mas sim o sentido interior que assumiram, marcadas na alma
Ausência com certeza está marcada em minha alma
Sempre em luto por alguém, sempre em falta de algo
E na falta de uma falta que se faça propriamente presente, prontamente atuo a fim de me proporcionar a falta de algo
Meus amores foram algo para uma falta, com seu profundo significado concretizado apenas após seu fim
Sou um homem de amores póstumos, o verme que rói a ultima carne da caixa torácica onde dividimos um coração
É meu alimento, a falta o putrefato
vivo disso, para isso
Enquanto estiver aqui não será suficiente
Inclusive meu textos, os deixo convenientemente no pretérito do indicativo
Para que meus sonhos estejam todos gravados junto as suas respectivas faltas
para que meus registros sejam sempre inconclusivos
Serei isso, uma falta
Talvez por isso você se sinta assim ao meu lado, propriamente não ocupo lugar nenhum
Não serei seu amigo, seu amante, seu filho, seu confidente,
Serei algo a parte, diferente
E faltante
Serei tudo ao mesmo tempo e nada suficientemente, meu lugar estará sempre vago
É quase como se eu não existisse