Capitulo 23 - Frio

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O primeiro alerta de Sesshoumaru de que algo estava errado foram os múrmuros dela.

Se ela estivesse meditando, não havia razão para que ela choramingasse daquele jeito, como se estivesse com uma dor excruciante, mas tentando manter silêncio sobre isso.

Ele estreitou os olhos.

Ela estava tremendo e tinha lágrimas escorrendo pelo rosto.

Essas lágrimas... ele pensou enquanto se movia para fazer algo para retificar a situação. Ele ficou parado por um momento, porém, enquanto percebia que ela poderia ter simplesmente adormecido e estava tendo um pesadelo.

Se esse fosse o caso, então era culpa dela e ele não se menosprezaria, ou seu estado semi-sereno para ajudá-la.

Mas se isso fosse um pesadelo, por que ela não estava acordando?

Rin já estaria bem acordada agora.

Uma agitação podia ser sentida dentro dele enquanto ele a observava se debater e chorar.

Raiva, e algo mais.

Algo poderoso.

Sem pensar duas vezes, Sesshoumaru se viu estendendo a mão para ela, se para acordá-la ou acalmá-la, ele não sabia. O que ele sabia era que precisava dar um fim nisso antes que trouxesse o espírito para fora novamente.

Oh, ele sabia sem certeza que a agitação pertencia ao espírito, era muito raivoso, muito cru para vir dele, e ocorreu-lhe que se Shion estava reagindo, então algo tinha que estar acontecendo com Mokuren.

A Sacerdotisa estava segura, mas o que ela estava vendo para deixá-la em tal estado?

Imediatamente sacudindo-a, ele a sentiu desmoronar, os soluços fazendo seu corpo tremer, seus olhos se arregalando de terror, mas ainda sem ser visto.

Era isso que eles iriam fazer com eles?

A raiva dentro dele aumentou dez vezes quando ele olhou com o olhar vazio dela.

- Sacerdotisa. - Sesshoumaru quase gritou em um esforço para acordá-la, sacudindo-a enquanto ela estava ali olhando para ele, embora não ciente de sua presença.

O que quer que a estivesse incomodando, ele sabia que era assustador.

O cheiro de medo permeava o ar como ele nunca tinha sentido ao redor dela antes.

Mesmo quando ela estava contra ele, depois que ele a encharcou com sua toxina, ela nunca cheirou assim.

Perturbou mais do que o espírito interior.

Puxando-a para perto dele, não havia nada que ele pudesse fazer até que ela acordasse, mas ele jurou que a protegeria da tempestade que se seguiria.

Depois do que pareceram horas, embora ele soubesse melhor, ele sentiu a respiração dela se estabilizar e eventualmente se acalmar. Mas os olhos dela não se abriram, então a questão era se ela apenas adormeceu e estava sonhando, ou se ela foi dominada enquanto meditava.

Ele não tinha a resposta para nenhuma dessas perguntas, e sabia que não seria capaz de descobrir até que ela decidisse acordar.

- Dói. - Kagome murmurou enquanto se virava em seus braços, seu rosto se contorcendo em uma careta.

Olhando para ela, ele notou que ela não tinha nenhum ferimento visível.

Estava tudo na cabeça dela?

O que os espíritos estavam fazendo?

Estava tomando toda a sua energia, pois era para manter o espírito dentro dele domesticado. A raiva que ele sentia...

Passado EspelhadoOnde histórias criam vida. Descubra agora