Capítulo 27 - Um Novo Começo

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Retornando ao acampamento, Kagome se preparou mentalmente para uma conversa com Inuyasha.

Por mais relutante que estivesse em falar com ele sobre tal assunto, ele precisava ser informado, e ela precisava de um favor dele, embora ele provavelmente não estivesse inclinado a concedê-lo.

- Você está bem, Kagome? - A mão de Sango encontrou seu caminho até seu ombro, apertando-o levemente e oferecendo seu apoio. Sua irmã de coração, Kagome, refletiu. Uma sempre sabia o que a outra precisava, e estava sempre disposta a fornecer.

- Eu vou ficar bem. É com Inuyasha que estou preocupada.

- Como assim?

Ela pensou nisso por um minuto antes de responder.

- Ele está tão acostumado com a rejeição, odeio acrescentar mais, mas é assim que ele vai ver. Uma rejeição dele por seu irmão, com quem ele compete, mas nunca pode vencer. Embora seja difícil para qualquer um engolir seu orgulho nisso, ele vai achar isso impossível, e provavelmente vai atacar.

- Não vou deixar que ele te machuque. Miroku e eu ficaremos por perto para interceder se necessário.

Sorrindo, ela reuniu suas forças.

- Obrigada Sango, mas não acho que chegará a esse ponto. Ele pode machucar, mas não vai me machucar. Não vou me deixar machucar por suas palavras. - Respirando fundo, ela entrou na clareira e olhou ao redor.

Ela podia ver Miroku e Shippou sentados perto do fogo, fervendo um pouco de água para o que ela supôs que seria chá. Kirara deitada ao lado deles, esparramada e dormindo, mas nada de Inuyasha.

- Ele se foi. - explicou Miroku sem tirar os olhos do fogo. - Ele seguiu vocês duas até a fonte termal, não perto o suficiente para ver. - acrescentou. - Mas perto o suficiente para ficar de olho se houver algum perigo. Ele está se sentindo culpado por não conseguir ajudar a livrar vocês do espírito, pois sente que é seu dever protegê-la. Ele passou por aqui há cerca de cinco minutos e pulou para algum lugar no sul.

- Inuyasha... - Kagome murmurou, triste por ele ter que ouvir a história dela do jeito que ouviu. Ninguém deveria ter que ouvir uma história como essa ouvindo.

Ela preferiria ter contado a ele ela mesma.

- Ele vê isso como um grande golpe, Kagome-sama. Não sei sobre o que você e Sango conversaram, mas ele não reagiu bem. - Tirando a panela de água fervente do fogo, ele colocou várias folhas de chá nela antes de mexer e deixar descansar para que o sabor se intensificasse.

- Uma mistura de ervas fornecida por Kaede. Sugiro que vocês duas se sentem e quando isso estiver pronto, eu vou servir uma xícara para vocês. Acho que já está na hora de alguém me contar o que fez Inuyasha ir embora daquele jeito.

Suspirando, Kagome sentou-se perto do fogo e esperou Miroku servir o chá.

- Felizmente não é uma história longa, Miroku, mas é complexa. E não é algo que eu queira compartilhar com todos no acampamento, pois é intensamente privado. Inuyasha nunca deveria ouvir isso como ouviu. Eu não tinha certeza se eu iria contar a ele para ser honesta, mas ele tem o direito de saber.

- Não vou julgá-la, Kagome-sama.

- Eu sei.

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Correr por entre as árvores e saltar no ar a uma velocidade alucinante era a única maneira de se sentir livre no momento, não se sentir arrastado para baixo pelos eventos recentes.

Passado EspelhadoOnde histórias criam vida. Descubra agora