ENAMORADO | Peso Pluma

capitulo dos

❛❛ Hoy todo ha cambiado, no voy a negarlo
Pensamientos nuevos son los que ya cargo
Una nueva vida la que me estoy dando
Poco a poco envidias se van presentando ❞

── Primeira vez que vem para a Espanha?

Mirasol perguntou, se virando para olhar Hassan, que estava com os olhos já em sua direção, um sorriso automático surgiu em seus lábios. Já passava das cinco horas da manhã e o sol já começaria a nascer, o céu ficando alaranjado pelo incrível contraste que aquelas cores causavam ali. A praia ainda estava vazia, assim como as ruas do outro lado, nem mesmo uma pessoa caminhava naquele horário, cedo demais para que qualquer pessoa tivesse energia para sair de casa.

Seus corpos estavam sujos de areia e água salgada, as roupas grudando na pele por estarem molhados do mergulho de horas atrás. Não falaram muito após os lábios estarem juntos um do outro, muito ocupados em explorar a boca e o corpo um do outro, sem muito se importar com as pessoas que poderiam ver, já era tarde demais para que alguém entrasse no mar e pegasse os dois com as mãos um no outro, os lábios distribuindo beijos ardentes a cada novo minuto. Sem muito se importar com toda a conversa que deveriam ter antes de se entregarem completamente aquilo.

── Não, já vim a trabalho também, mas no momento são apenas férias. ── Sorriu, se pondo nos cotovelos para olhar ao céu laranja e azul escuro. ── Você mora aqui?

── Em parte sim, mas viajo muito com meus pais, eles trabalham muito e eu odeio ficar em casa, é até mais divertido viver em quartos diferentes sempre. ── Olhou para frente. ── Mas eu também danço, apresentações de patinação ou qualquer tipo, então às vezes eu preciso viajar sem eles. Nasci no México e passei boa parte da minha infância lá, morei em Cuba, Colômbia e ano passado viemos para Madrid.

── Então já morou em muitos lugares? Isso é muito legal. ── Passou um dos braços pelos ombros da mulher. ── Qual será sua próxima viagem?

── Fico feliz em saber que será ao México, já estou morrendo de saudades do meu país. Por que? ── Entrelaçou os dedos na mão que estava caída próxima aos seios, a brisa que batia já se tornava um pouco gelada.

── Para eu saber que passagem devo comprar. ── Sorriu de lado, buscando o celular que permaneceu no bolso da bermuda por boa parte daquela noite. ── O México é melhor acompanhado, seus pais estarão trabalhando e eu estarei no seu pé. É meu país também, Solcito.

── Você é completamente louco. ── Falou rindo, deitando a cabeça no ombro do homem. Aquela conversa fazia com que a noite se tornasse ainda mais brilhante, afinal, nunca tinha conhecido alguém como Hassan, não disposto a fazer aquela pequena loucura, que poderia não ser muito, mas não estar sozinha em seu lugar favorito era algo que não poderia negar o quão incrível poderia ser.

…

A casa estava vazia quando adentrou pela porta, subiu as escadas com lentidão e abriu a porta de seu quarto, encontrando sua mãe sentada em sua cama, a mulher segurava uma foto, reconhecia, era aquela em que estava no colo de seu pai, Esmeralda segurava a câmera e batia a foto, quase não entrando no enquadramento, mas estavam mais felizes do que em qualquer outro momento. Caminhou até sua frente e sentou ao seu lado, deitando a cabeça em seu ombro, a mulher não gritou ou discutiu, apenas abraçou o corpo um pouco úmido da filha.

── Eu e seu pai odiamos discutir com você ontem, querida, sei que somos um saco em grande parte do tempo, mas o trabalho tem tirado todo o tempo que tínhamos ao seu lado, dói muito ver que você agora tem uma vida sem a gente. ── Suspirou, acariciando os cabelos molhados. ── Você estava certa ontem, nós já temos tanto dinheiro, mas ainda sim trabalhamos como loucos, deixando de viver seus momentos mais importantes. Seu pai foi até a empresa resolver algumas últimas coisas, pelos próximos meses iremos resolver tudo de casa, a internet existe por algum motivo, não é mesmo?

── Fui muito dura ontem, falei coisas que não deveria, eu deveria entender que vocês fazem tudo para me dar uma vida perfeita, que sempre planejaram e desejaram que eu tivesse. Nós devemos resolver os problemas juntos como uma família, não discutir e ir cada um para um canto, odeio estar longe de vocês. ── Abraçou a mulher, deitando na cama sem soltar o corpo da mais velha. Se sentia uma pequena criancinha naquele abraço. ── Desculpa ter ficado a noite inteira fora, eu estava na praia, mas confesso que antes disso eu bebi um pouco.

── Só isso mesmo? Eu estou vendo a marca no seu pescoço, minha filha. ── Esmeralda riu, se divertindo com o espanto nos olhos da mais nova, que se sentou, a olhando. ── Você tem quase 19 anos, Marisol! Eu obviamente sei do que faz, pode me contar tudo sobre o garoto ou garota, não me importo o que seja, contanto que esteja feliz.

── Na verdade nos conhecemos no bar, ele derrubou margarita em mim, me pagou outra e uma cerveja, saímos de lá juntos e fomos até a praia. Ele me elogiou com “belos seios” quando eu fiquei de topless, mama! ── Riram juntas. Marisol não conseguiu contar o sorriso abobalhado que surgiu no rosto. ── Quando eu menos esperei, já estava o beijando e minutos depois essa marca surgiu magicamente. ── Deu de ombros, sentindo o rosto esquentar.

Esmeralda escutava cada palavra da filha com um sorriso no rosto, se lembrando de quando conheceu seu marido, eram apenas dois jovens tentando viver a vida sem se apaixonar, mas bastou um só olhar para que desejassem se jogar nos braços um do outro pelo resto de suas vidas. Em menos de dois anos estavam casados, prontos para começarem uma família só deles, sem que ninguém pudesse julgar certo ou errado.

── Ele também vai ao México, mama! É cantor, as músicas dele são incríveis e eu nem mesmo me importo se ele é famoso ou não, a minha noite foi incrível com ele, nós sairemos hoje de noite, tudo bem? Vamos jantar no meu restaurante favorito. ── Alda conseguia ver o olhar sonhador no rosto da filha, era como um espelho daquilo que também tinha sido um dia.

── Aproveite a noite, querida! Se jogue nos braços do amor como sua mama fez um dia e seja feliz como eu também sou.