ENAMORADO | Peso Pluma

capitulo cuatro

❛❛ Ya, ya me estás gustando más de lo normal
Todos mis sentidos van pidiendo más
Esto hay que tomarlo sin ningún apuro ❞

O aeroporto de Madrid estava cheio, mas a sala VIP do lugar não, apenas a primeira classe de voo, que andava pelo ambiente com suas taças de champanhe em mãos, conversando entre si sobre assuntos que faziam Marisol sentir vontade de rir. Hassan estava ao seu lado, a cabeça deitada em seu ombro e um travesseiro de pescoço amaciando o lugar, o homem estava com sono, tinham passado parte da noite anterior em claro, aproveitando cada momento que puderam depois de sair do restaurante. Mesmo que só depois de jogar os lençóis sujos na máquina de lavar, o mexicano odiaria receber uma reclamação sobre aquele fato constrangedor.

── Faltam quantos minutos para irmos para o portão, Solcito? ── Perguntou baixo, a voz preguiçosa e os olhos ao menos se abrindo para olhar a mais nova. ── Minha bunda vai ficar quadrada se eu não andar ao menos um pouquinho.

── Cinco minutos, mi amor. ── Riu, passando os dedos pelos cabelos do homem, Emilio se aconchegou mais sobre o corpo da mulher, enfiando o rosto entre o vão de seu pescoço. ── Nunca mais te deixo ficar acordado até tarde.

── Foram por ótimos motivos. ── Murmurou, abrindo os olhos e levantando a cabeça para encontrar os lábios da mulher em um selinho prolongado. ── Seus pais sumiram, onde estão?

── Eles estão bem ali. ── Apontou para o sofá próximo a janela, onde Esmeralda estava deitada sobre o ombro do marido, dormindo da mesma forma que o mexicano estava dormindo minutos antes. ── Vamos acordar eles, nós precisamos ir para o portão e embarcar. Não vejo a hora de estar no México novamente.

── Igualmente, Solcito, igualmente.

...

O pescoço de Marisol estava dolorido quando desembarcou do avião, olhando ao redor para encontrar Hassan, não tinham conseguido ficar próximos um do outro durante o voo. Ao menos chegaram no mesmo momento, a mexicana não aguentava mais o ar do aeroporto, apenas desejava se jogar em seus lençois e dormir pelo resto do dia.

Emilio buscou a mulher com o olhar e sorriu quando a viu de costas, conversando com os pais. O homem caminhou em sua direção e a abraçou por trás, a risada de Sol ecoou por seus ouvidos em poucos segundos, se sentiu ainda mais apaixonado, se é que aquilo fosse possível.

── Achei que tinha se perdido. ── Falou sorrindo, deitando a cabeça no ombro do mais velho. Esmeralda olhou para a filha com orgulho e ternura, deitando a cabeça no ombro do marido. ── Podemos ir? Quero te mostrar a casa onde eu cresci!

── E eu quero ver suas fotos bebê, sua mãe prometeu que ia me mostrar. ── Beijou a bochecha da mulher, que revirou os olhos com aquela informação. ── Vamos lá, você deveria ser uma gracinha.

── Com as bochechas enormes. ── Carlos zombou da filha, bagunçando os cabelos lisos. ── Nossa bebê.

── Meu deus, pai, já tenho 19 anos. ── Riu negando com a cabeça. ── Vamos logo, não aguento mais esse aeroporto.

Hassan riu, segurando a mão da namorada para que pudesse a seguir para fora do lugar, Carlos e Esmeralda seguiram-os sorrindo, observando a maneira como Marisol conversava com o mais velho e seus olhos brilhavam, parando diversas vezes durante as frases para que Emilio conseguisse juntar seus lábios em rápidos selares, o sorriso nunca desaparecendo de seus rostos. Souberam que a filha estava verdadeiramente apaixonada pelo cantor, assim como também eram apaixonados um pelo outro, desde que eram apenas jovens que nem mesmo sabiam o que era a vida.

O carro da família aguardava do lado de fora do aeroporto, ao lado de uma mulher de cabelos ruivos. Marisol largou as malas no meio da calçada, correndo para abraçar a mais alta, Madalena abraçou a afilhada com um sorriso no rosto, não se esforçando para a tirar do chão com facilidade. Hassan parou ao lado dos quase sogros, se lembrando do que a mais nova havia falado por mensagem, aquela era Madalena, madrinha de Marisol. 

── Eu já estava morta de saudades, garota! Achei que nunca mais iria vir até o México. ── Falou alto, colocando a mais nova no chão. ── E oh meu deus, o que temos aqui?

── Esse é o Hassan. ── Sorriu, segurando a mão do mexicano, que sorriu e beijou a bochecha de Sol. ── Nós meio que estamos juntos...? É, nós estamos juntos, é recente, mas o Hass é o mais incrível que eu poderia ter na minha vida.

Madalena olhou o cantor de cima a baixo e sorriu, olhando para a afilhada novamente. A abraçando da mesma forma de minutos a trás, mas sem a tirar do chão daquela vez, a felicidade da mulher era nítida pela afilhada, aquilo fez com que o mexicano sorrisse ao saber que a namorada tinha uma família incrível como aquela.

── Meus parabéns, querida, e seja bem vindo a família, garoto. Espero que cuide bem da minha menina, ela é preciosa e merece tudo de bom que uma pessoa pode oferecer. ── Sorriu para o homem, oferecendo a mão para que ele apertasse, mas não demorou para o puxar para um abraço.

Sol sorriu e olhou para os pais, que olhavam para cena com humor no olhar. Apenas por aquilo sabia que tinha feito a escolha certa com Hassan, que mesmo por cima do ombro de Madalena, ainda olhava para si, com os olhos brilhando e um sorriso nos lábios.

...

A noite já caia pelo céu, as estrelas enfeitando o azul escuro e refletindo nos olhos de Sol, tudo poderia estar perfeito naquele momento, mas a única coisa que Emilio conseguia reparar era em como os olhos da mulher eram perfeitos na noite, brilhando mesmo sem a ajuda das estrelas, porque tudo nela era luz. Sabia que estava completamente apaixonado por ela, mas teve ainda mais certeza naquele momento, se sentindo perto das estrelas apenas com o reflexo presente no olhar dela.

── Eu consigo sentir você me olhando, sabia? ── Zombou, se virando para o mais alto, que virou de costas, se apoiando na grade da sacada. ── Não consegue tirar os olhos de mim, não é?

── Não consigo e confesso com o maior orgulho, com uma mulher perfeita ao meu lado, por que eu gostaria de olhar para as estrelas? ── Sorriu, acariciando as bochechas dela com a ponta dos dedos, se aproximando para depositar um beijo na testa da namorada. ── Seria clichê pedir para que namorasse comigo agora?

── Seria muito clichê. ── Murmurou, tentando disfarçar o coração acelerado que batia em seu peito sem parar. Mesmo que Hassan pudesse sentir ele com toda a proximidade que tinham naquele momento.

O cantor riu e fechou o espaço que ainda restava entre os dois corpos, juntando seus lábios aos dela. Um beijo ainda mais apaixonado do que os outros que já tinham compartilhado, a luz das estrelas e com a lua assistindo tudo. Era perfeito, mas só atingia aquela perfeição porque era o amor de sua vida ali, completamente sua e de mais ninguém.

── Aceita ser minha namorada, Marisol?

── Eu aceito ser sua namorada, Hassan.