Capítulo I: O começo de algo desconhecido.

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Recadinho no final, leiam por favor

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23 de março do ano 2896

4° Distrito de Seul, União Associada do Extremo Oriente

Sede da Revolução, às 01:03 da madrugada

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Ânsia de vômito.

A primeira coisa que eu me lembro é da sensação dos meus pés atingindo o chão e depois de vomitar nele. A tontura veio como consequência por ter abaixado a cabeça muito rápido e, assim que consegui levantar, meu apoio foi o transportador do meu lado. Minha visão e olfato não tinham voltado ainda, mas minha audição sim já que eu conseguia ouvir uns murmúrios ao longe.

É de consciência geral que, quando você é teletransportado, seus cinco sentidos podem falhar por um instante. Felizmente, ou infelizmente, poucas pessoas têm a oportunidade de passar por essa experiência, já que transportadores são raros. Tão raros quanto mutantes retrógrados - os que conseguem voltar o tempo; ou como os manipuladores, que, diferente dos telepatas, conseguem além de ler a mente das pessoas também manipular elas.

Pode parecer estranho toda essa variedade de habilidades e poderes, mas já é algo tão comum que existem pessoas que não costumam usar. Ou, nunca treinaram o que poderiam fazer para se autoconhecer, como eu. Não costumava ir aos treinos reais já que nunca iria assumir o trono, e também nunca pensei que fosse precisar, em algum momento, usar meus poderes.

Diferente da família real (a legítima família real) que tem o poder de manipular – os mais poderosos também de gerar – metais, eu, como filho bastardo do rei, saí um pouco defeituoso. Com um pouco mais de treino, deveria saber controlar elementos. Deveria. Como a quantidade de oxigênio no ar ou separar as partículas de água. Ou manipular qualquer outro elemento da tabela periódica. Mas eu não sei, e lido com isso.

O técnico de ensino disse que eu preciso criar uma ligação com os elementos mas, sarcasticamente, eu não sei como criar ligações. Eu não criei quando criança com meus pais, nunca tive a oportunidade de criar com meus meios-irmãos e nem com qualquer outra pessoa e pelo jeito, eu não posso controlar os elementos sem conseguir sentir eles.

- Príncipe, consegue me ouvir? – sim, eu conseguia, mas não me senti pronto para responder ainda. Minha boca estava seca e minha visão ainda não tinha voltado. Os braços do soldado estavam na minha cintura e ele parecia já estar acostumado com aquele tipo de reação. Durante mais alguns segundos eu me mantive quieto e esperando a sensação melhorar. Aos poucos a tontura passou e eu já conseguia enxergar poucos pontos claros, pelo visto onde estávamos era escuro. Levantei a cabeça em direção ao transportador e torci para conseguir ver a expressão do seu rosto. Queria saber se minha reação era uma surpresa ou completamente comum, mas, como o esperado, só vi o contorno da luz. – É normal não enxergar nos primeiros momentos. Já chegamos na sede, quando se sentir melhor me avisa para podermos andar. O líder marcou uma reunião para daqui a pouco.

- Não me chama de príncipe, por favor. Eu acabei de roubar dados do castelo e minha única relação com a coroa morreu hoje. – abaixei a cabeça de novo para me acostumar com as luzes que estavam aumentando muito rápido. O lugar não era escuro como eu pensei, e os ruídos vinham do lado de fora da sala. Meu olfato voltou e, infelizmente, eu senti o cheiro do vômito. O chão da sala era feito de grades, como as de janelas. Quando consegui ficar em pé sozinho ele foi até um canto da sala e pegou uma mangueira – que eu não sabia para o que era até ele começar a limpar o chão. Parecia ser uma sala exclusivamente para isso, receber pessoas teletransportadas. Era um quarto pequeno e com as paredes em um tom cinza. Me apoiei em uma delas quando a tontura ficou um pouco mais forte.

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⏰ Última atualização: Jul 30 ⏰

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