Ela adentrou no carro, ainda chocada com o sonho. Relembrando cada detalhe. Respirou fundo. Depois engatou a macha ré e saiu da garagem, foi em direção a faculdade de jornalismo. Hoje seria seu primeiro dia. Ela odiava aquilo tudo, odiava primeiros dias de aula, odiava ter que socializar. Mas seu caderno do "God of war" ia ajuda-la ter um dia tranquilo. Passou seus ensino médio todinho enfurnada em livros e cadernos, pois havia passado por vários traumas, só em conviver com pessoas. Sofria bullying calada, e se expressava por meio de poesias. Isso a mantinha com a cabeça legal e esquecia das pessoas ao redor.
Num piscar de olhos, voltou a sua realidade. Estava na pista, e pegou uma avenida, como de costume. Do nada as casas começaram a sumir, e de repente se viu em uma estrada reta, de terra, no meio do nada. Freou bruscamente. Olhou para trás.
-Mas que merda é essas?
Voltou sua visão para frete, o rádio do carro se ligou, e a mesma melodia fúnebre que tocava em seu sonho, passou a tocar. Tentou desligar o rádio, mas não funcionava o botão de "off". Um arrepio se intensificou, e ela estava prestes a gritar quando o medo tomou conta de suas ações, seu grito foi calado por um silêncio assustador. O lobo dos seus sonhos estava em frente a seu carro, sua pelagem continuava vermelho sangue, com o focinho branco. O lobo, se aproximou do carro, ficando lado a lado, próximo ao retrovisor esquerdo. O olhar se voltou para ela. Que assustada, ligou o motor do carro, e acelerou.
-Tenha cuidado! – Uma voz de mulher saia do lobo em um gutural suave, e ao mesmo tempo assustador
Ela dirigiu reto, tentando sair dali, daquele deserto, sem saber o que encontraria, num piscar de olhos, a paisagem voltou ao normal. Respirou fundo, e dirigiu até a faculdade. Estacionou, e foi em direção a sua sala "jornalismo 1ma"...Sala 1MA. Correndo pelos corredores por estar atrasada, adentrou a sala certa.
-Bom dia, licença! – Disse em tom envergonhado
-Bom dia, senhorita....? – Perguntou o professor.
-Meghan, senhor. Mas pode me chamar de que Megh.
-Escolha um lugar senhorita Meghan, estamos estudando sobre Filosofia.
Ela sentou na primeira cadeira que viu, e abriu seu caderno do "Kratos", onde na capa tinha seu horário: "Idéias Filosóficas Comteporâneas". Uma matéria que ela gostava muito.
-Alguém pode me conceituar o que Filosofia Contemporânea?
Ninguém levantou a mão, todo mundo olhava para lado, e depois para o professor.
-Vamos lá pessoal, sei que é o primeiro dia, e muitos estão acanhados. Se ninguém se pronunciar serei obrigado a escolher um.
Toda turma permaneceu em silêncio. Então o professor continuou sua aula.
-Darei um desconto a vocês. A filosofia contemporânea pode ser vista como resultado da crise do pensamento moderno no século XIX. O questionamento ao projeto moderno se faz nos termos de um ataque à centralidade atribuída à noção de subjetividade nas tentativas de fundamentação do conhecimento empreendidas pelas teorias racionalistas e empiristas. – Ele fez uma pausa. – Alguém quer acrescentar algo ou quer perguntar algo?
Olhando para a janela, Megh se deparou com a loba de novo. E gritou, levantando-se da cadeira em que estava. Todos a olharam como se fosse uma louca.
-Senhorita Meghan, achei brilhante o grito que deu para acordar seus colegas, e vejo que se levantou para acrescentar algo ou perguntar. Então diga-nos.
Meghan ficou corada, olhava para o professor e para a loba a sua janela esquerda. Respirou fundo e falou.
-A linguagem surge então como alternativa de explicação de nossa relação com a realidade enquanto relação de significação. A questão sobre a natureza da linguagem, sobre como a linguagem fala do real, torna-se um problema central na filosofia e em outras áreas do saber na passagem do século XIX para o século XX.
-Por que torna-se um problema? – Disse o professor entusiasmado.
-Porque é difícil distinguir o que é real de uma mente fantasiosa. – Respondeu um aluno lá do fundo.
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Novo Mundo
RomanceSonhando com uma melodia fúnebre, uma loba e um cenário totalmente sinistro e estranho, a jovem Meghan terá quer distinguir o que é fantasioso e o que é real, já que acorda toda vez, melada de terra e sangue. O que será que está acontecendo? Porque...