°• Capítulo 1 •°

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Um pouco mais de dois meses haviam se passado, Felix já estava de volta a sua casa. Nova casa, agora morando sozinho, após se mudar para Seul. Terminava de se recuperar da costela e organizava o que fosse necessário para começar sua faculdade, além de arrumar a própria casa com a ajuda do irmão.

Felix iria cursar faculdade de direito. Era seu sonho a anos, buscar uma profissão que tivesse melhor alcance para ajudar ômegas e betas. Odiava todos os “passa pano” na justiça, composta majoritariamente por alfas nojentos e misóginos, que deixam outros alfas nojentos saírem impunes ao perturbarem ômegas e betas.

Coisas simples como guarda dos filhos e pensão, davam a preferência aos alfas, mesmo que estivesse explícito para o bem da criança a/o ômega ou beta ser a melhor opção.

Até coisas não relacionadas à justiça como traição, alfas ainda podiam processar o ômega, mas da forma mais hipócrita e sem noção, muitos alfas traiam seus parceiros e se fossem confrontados por eles, ainda recebiam apoio da sociedade. Isso tudo o irritava muito, ainda mais com a falta de interesse da justiça e da sociedade em melhorar.

Ficavam conformados, quietinhos na bolha de que está tudo bem enquanto a vítima não é eles mesmos.

Queria especializar-se em defender os que possuem menos voz na justiça, afinal infelizmente o mundo é cheio de pessoas nojentas e horríveis, e o pior é que são exatamente eles quem conseguem “o topo” por não se importarem em pisar nos outros para isso.

Felix sempre foi um alfa doce, isso não o ajudava a enfrentar menos preconceito. Na infância era mais tranquilo, as pessoas apenas se admiravam pelo alfinha carinhoso, já que o pequeno garoto sempre estava a tratar ômegas e betas com todo o carinho do mundo, e alfas? Bem... A maioria negava seu carinho, então sentindo-se negado por eles, passou a ter certa raiva do subgênero alfa.

Na pré-adolescência descobriu ser um tanto sensível e chorão, foi quando sua vida ficou mais difícil, se chorasse e era visto, seria tratado com carinho até descobrirem que é um alfa, então passavam a zombar dele com um bullying baseado em estereótipos alfa e ômega.

Além disso, o confundiam com um ômega em outras situações, era assediado e depois de descoberto um alfa, era xingado e destratado, colocando ele como culpado por ser um alfa de aparência ômega.

Durante a adolescência foi quase a mesma coisa, apenas com uma leve diminuição no assédio por conta de sua voz, porém aprendeu a ser mais firme e indiferente, camuflando seu lado sensível e de choro fácil. Apesar de ainda não bater nos outros, não gostava de ser violento, seguiu passando pelas situações desconfortáveis e mais agressões desejando que acabasse, que parassem de vê-lo como um erro.

Com suas roupas largas e boné, entrava na faculdade com o pensamento de que esse ano seria diferente, não ia deixar as pessoas o humilhar, “Ser fofo não o faz deixar de ser alfa, são só estereótipos.” Como iria fazer isso? Nem tinha ideia, mas o que vier é lucro.

Percebia os olhares enquanto passava pelos corredores, em sua maioria falando sobre ser um ômega bonito, mas sem senso de estilo, ignorava qualquer comentário mais... ácido, ignorava tudo na verdade. Ele chegou à secretaria para pegar sua grade de aulas e o cadeado do armário.

— Com licença, bom dia.  — Curvou-se brevemente ao homem em meio as papeladas da secretaria.

— O que deseja? — Perguntou sem levantar o olhar.

— Sou aluno novo de direito, vim pegar minha grade e cadeado do armário. — O homem finalmente levanta os olhos para si, um leve curvar de desgosto aparece em seus lábios ao olhar dos pés a cabeça o pequeno alfa.

(Meu) Alfa Teimoso - HyunLixOnde histórias criam vida. Descubra agora