Capítulo 20

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   Mais tarde, naquela mesma noite, a festa já não estava tão animada, ao contrário de Marília e Lauana. Elas só foram embora porque a música havia acabado e restavam poucas pessoas no local. Marília havia dado um tempo de beber pois não queria dar trabalho para Lauana e depois ter que ouvir reclamações durante a semana inteira, mas ainda não se consideraria sóbria naquele momento.

Elas estavam no carro voltando para casa de Lauana, rindo à toa e conversando besteiras. Você chegou ao seu destino. O gps avisou.

- Você quer subir? - Lauana perguntou.

- Tem certeza? - Marília riu com malícia, fazendo Lauana virar os olhos de reprovação.

- Não é pra o que você está pensando, sua pervertida. Eu só não queria ir dormir agora, a gente pode continuar conversando, eu roubo umas cervejas do meu padrasto pra você.

  Marília riu e não hesitou em concordar. A última coisa que ela queria era ir para casa com sua mente à mil e ficar sozinha o resto da noite, já que era certo que ela não iria conseguir dormir tão cedo.

Alguns momentos depois, Marília já estava esparramada na confortável cama de Lauana, que sequer tentou disfarçar a bagunça do quarto. Lauana deixou duas cervejas em cima de sua mesinha bagunçada e se jogou em uma poltrona, mexendo em seu celular. Em certo momento ela riu de algum meme e mostrou para Marília, que teve um breve devaneio. Porque ela não poderia ser sempre tão legal assim?

- Você é tão irritante. - Marília se pegou dizendo.

  Lauana franziu a testa e desmanchou o sorriso aos poucos.

- Eu sei.

- Porque você não é sempre assim como foi hoje? - Marília se apoiou com um cotovelo na cama apenas para olhar para Lauana.

- Como? Beijoqueira?

Elas riram.

- Você sabe do que eu tô falando.

- É, eu sei. - Lauana respirou fundo e foi até Marília, se sentando próxima a ela - Pra ser sincera com você, eu ando muito amargurada ultimamente. Toda essa questão da Verônica me deixou péssima. Quando eu te conheci eu sequer cogitei ser legal, porque eu conheço garotas do seu tipo.

Foi a vez de Marília franzir a testa, mas ela não lhe atrapalhou.

Lauana continuou.

- Garotas do seu tipo é exatamente o tipo de garotas que eu gosto e sempre acabo me ferrando. Eu só estou cansada disso, de me apaixonar e quebrar a cara, ser trocada ou traída na melhor das hipóteses. E, sim, eu te julguei pela capa, mas é porque eu me conheço e conheço meu ciclo vicioso, eu não queria dar abertura para algo desse tipo acontecer de novo.

Elas ficaram em silêncio por um momento, Marília refletiu sobre tudo o que Lauana  tinha falado e não julgaria, entendia.

- Eu gosto de você, Marília, mas eu não quero gostar mais do que isso. Não quero levar você pra o outro lado, não tem nada de bom no outro lado.

Vamos fazer um trato, então. - disse Marília.

- Que tipo de trato?

- Um trato de não se apaixonar.

Lauana riu.

- Eu não sei se você vai conseguir, eu sou apaixonante quando quero.

- Ah, sério? Até agora não vi nada de apaixonante em você.

Lauana riu e lhe deu um tapinha na cabeça.

- Cala boca.

- Eu não quero me apaixonar também, não quero nada do tipo namoro ou relacionamento. Passei por um término muito difícil também e a última coisa que eu quero é deixar alguém entrar no meu coração e na minha mente daquele jeito de novo.

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