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"Você não ousaria"

"Você não ousaria"

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Setembro de 1998.

Sentada e observando o movimento deste local. Algumas seivas misteriosas caem no meu cabelo, mas minha mente apenas consegue ser ocupada pelo nôitibus que devo pegar, é imprescindível que eu não vá para casa andando esta hora; infelizmente não estou podendo aparatar.

Estou exausta. O clima está calor para os padrões da Escócia, mas o vento ainda está batendo na minha pele e tirando meu cabelo da arrumação que fiz. Coloquei meus pertences um por um na minha mochila, dei uma última olhada e me dirigi até a saída.

— Não vai falar comigo antes de sair? — minha colega me parou. — Tem que parar de sumir desta maneira, Ruby.

— Me desculpe. — eu rio levemente. — Estava um pouco cansada. — dou um abraço na mesma, e me afasto cerca de três segundos depois. — As coisas estão um pouco corridas, tenho que arrumar meu apartamento ainda.

— Entendo... Não vou ficar te alugando aqui...

Pisco para ela, arrumo minha mochila em meu ombro e sigo meu caminho. Vou olhando para os arredores, para tentar reconhecer algum sinal de perigo.

Após ter virado a esquina em passos ágeis, virei meu pescoço para o lado; por pura intuição, talvez, ou eu simplesmente gosto de me machucar de propósito. Vi alguém que eu não vejo faz um certo tempo, e aquela visão não me agrada nenhum pouco. Talvez no fundo, eu ainda quisesse ver esta pessoa, saber se ela estava bem — inocência de minha parte — ou pelo menos receber a confirmação de que ao menos estava em vida, o que já é um começo.

Rezando mentalmente para que não fosse vista, andei mais meio metro com o coração na mão e estiquei meu braço com a varinha para fora do meio-fio.

O "animado" ônibus roxo de três andares aparece em instantâneo para mim. Não importa quantas vezes eu o pegue, sempre vou me assustar com sua movimentação brusca. Subi depressa, e por incrível que pareça, não está tão vazio.

— Ainda sem aparatar, senhorita? — Stanislau me perguntou com a mão na cintura, sempre em seu bom humor.

— Pois é... — eu rio. — Ainda não me recuperei dos enjôos.

Me sentei literalmente no meio do ônibus. Já estou acostumada com os movimentos bruscos. Encosto a cabeça no banco e fecho os olhos, mas um som de murmúrios e beijos roubam minha atenção.

Inclinei meu pescoço para o lado, torcendo mentalmente para que não me vejam e me julguem como fofoqueira ou algo do tipo. Entrou em minha visão dois pré-adolescentes namorando, pareciam estar perdidamente apaixonados um pelo outro. Não pude deixar de soltar um sorriso com essa cena, época nostálgica da vida.

Mais balanços e balanços, bruxos embarcando e desembarcando. Estou perto do meu apartamento, mas sinto que poderia dormir aqui mesmo no banco, como se não tivesse um lugar para desembarcar ou arrumações a fazer.

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