Capítulo 12

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Hinata POV

- Não posso mesmo levar ele lá fora? - Eu disse com insistência - Por favor doutor - minha voz fica embragada - ele vai morrer, meu namorado pode morrer a qualquer hora. Doutor... quando eu estava doente, ele me prometeu que ia me levar na neve. Porém, na situação atual, quem terá de levar sou eu, por favor, é importante para nós dois

O Dr. Tsukasa não parecia que iria ceder fácil eu leva-lo para fora daquele lugar, no começo ele não havia deixado mesmo. Entretanto, depois de falar isso para ele, acho que ele está pensando melhor. Por fim ele acabou cedendo, mas somente por uma hora, ainda assim valeria a pena. O Tsukasa disse para eu voltar para o quarto e que ele levaria uma cadeira para eu levar o Kageyama. Não demorou muito para ele vir, na verdade nem deu tempo de eu contar para o Tobio que tinha dado certo. Aposto que o médico veio correndo, acho que no fundo ele tem um coração mole, pelo menos foi a única coisa que veio na minha cabeça naquela hora, mas eu também não me importava com isso, ele podia demorar o quanto quisesse apesar de que eu acho que ficaria ansioso demais. Enfim, fiquei feliz de que ele veio rápido

Fomos para um jardim perto do hospital e estava absolutamente lindo. Tudo branquinho com neve nas folhas das cerejeiras e pétalas das flores levemente rosadas. Ficamos apenas abraçados observando a beleza daquele pequeno espaço, e o pôr do Sol começou.

-Kageyama!! O pôr do Sol!!— grito animado, e ele ergue a cabeça para ver. Nessa hora, seu rosto se entristece por um momento e depois volta ao normal.

-Hinata. Preciso te falar uma coisa - Seu tom de voz era sério e me deixou preocupado

 - Pode falar - eu disse baixinho para que somente ele pudesse ouvir

-Hinata Shoyou, eu te amo. Mas assim, não é só um "eu te amo basiquinho" Eu te amo MUITO. Ouviu? Muito mesmo. Então, se eu morrer, que provavelmente eu vou, queria que você soubesse que você é pessoa mais importante pra mim. Conhecer você foi a melhor coisa que me aconteceu, e meus melhores momentos na vida foram compartilhados com você. Desde as vitórias no vôlei até nosso primeiro beijo. Então, quando eu morrer, não deixe de me amar, mas também siga em frente - ele beija minha testa e sorri tristemente, enquanto lágrimas escorrem de seus olhos

Eu estremeci, a quentura do Sol batia no meu rosto, fazendo com que eu não conseguisse enxergar direito do olho esquerdo, mas meu outro olho estava focado nas palavras dele. Meus olhos caramelos foram envoltos de lágrimas, eu não queria acreditar que a possibilidade da morte fosse real, mas no fundo eu sabia que aquele seria o jeito em que ele me deixaria para todo o sempre

- Kageyama seu idiota, não fale como se estivesse se despedindo - eu disse chorando - você não vai se livrar de mim tão cedo, você ainda vai viver muito - disse eu sabendo que estava mentindo

- Mas eu estou me despedindo... Não acho que passarei dessa noite - ele disse tristemente engasgado em seu choro. Por fim ele sorriu - Viva muito por mim ok?

Eu não respondi, não consegui, apenas apertei o abraço me agarrando nele com força e chorei. Um impulsivo sentimento de que eu queria ficar abraçado nele pro resto da vida dele me dominava, porém tínhamos que voltar para o hospital, até porque estava escurecendo e o pôr do Sol terminando

Quando chegamos no hospital, o Kageyama estava cansado e fomos direto pro quarto para que ele possa descansar, o quarto estava igual, entretanto a cama estava arrumada, tenho certeza que isso foi obra do Dr. Tsukasa. Enfim, eu levei ele até a beira da cama e o ajudei a subir. Ele estava extremamente fraco, não parecia o mesmo menino que eu conheci, o Tobio de antes era forte e bruto, grosso que nem uma parede, porém, gentil como um cafuné, depois do acidente ele ficou fraco, e bem longe de bruto, precisa de ajuda para tudo, não que eu me incomode, na verdade amo o ajudar, mas em uma situação melhor talvez eu gostasse mais, ele também tinha que colocar fios e maquinas que o ajudavam a viver

O Pôr do Sol (kagehina) (sadstory)Onde histórias criam vida. Descubra agora