Capítulo 10

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ninguém POV

Depois de uns dez minutos os amigos chegaram em uma livraria, o Kageyama ficou bem confuso, o que ele faria lá? Ele não gosta de ler e nunca comentou nada com seus amigos sobre livros ou algo do tipo, enfim, dessa vez ele resolveu questionar porque que seu colega tinha levado ele para quele lugar e a resposta foi bem simples

- Porque eu acho que você deveria ter um diário e eu te trouxe aqui pra a gente escolher um bem legal pra você- ele disse calmo e direto entrando na loja

O Tobio aceitou a proposta do Yamaguchi e também entrou na livraria. Ela era enorme, era a maior de Miyagi, tinha paredes cobertas de livros e o chão era de madeira, como era inverno alguns aquecedores espalhados pela loja estavam ligados mantendo o ambiente bem confortável, ela também tinha dois andares, a sessão de diários era no segundo andar. Ambos subiram dando de cara com alguns mangás de um anime chamado Haikyuu, os dois se interessaram mas preferiram focar no seu objetivo, o Kageyama também não queria demorar muito porque o Hinata estava sozinho com o Tsukki. Mais para o fundo ficava os diários, havia de todos os tamanhos e todas as cores, eles ficaram procurando algum que o Tobio mostrasse interesse mas nenhum parecia ser o certo, até que eles acharam um que era azul, mas não era simplesmente azul, tinha alguns adesivos variados para estilizar o caderno. Era perfeito, o Kageyama já tinha se decidido, seria aquele em que ele compartilharia sua vida

Eles foram para o caixa e pagaram pelo diário que foi 1000 yens (34 reais) depois disso, o Yamaguchi e o Tobio ficaram conversando durante o trajeto de volta para o hospital, aquele dia estava muito bonito, as nuvens estavam fazendo formatos diferenciados no azul do céu, o sol estava escondido e estava frio, mas foi o dia mais próximo de quente daquele inverno. O caminho não demorava muito de bicicleta, dez minutos era o tempo máximo que ele podia levar

Enquanto os meninos estavam fora, Tsukkishima e Shoyou ficaram sozinhos naquele monótono quarto, nos primeiros cinco minutos eles ficaram quietos, e o o menino dos olhos caramelos ficou olhando para a janela, a vista era de um parque que estava sempre cheio de crianças, o Hinata gostava de vê-las brincarem, isso lembrava ele de sua carinhosa irmã Natsu. Enfim, depois disso o menino dos cabelos loiros perguntou ao Hinata o porque ele tanto olhava para a janela

- Me faz lembrar da minha irmã, a Natsu

Nada mais foi dito, ele parecia feliz quando o Tsukki chegou, mas agora ele estava pensativo, seu olhar era melancólico, era distante, profundo. Depois de uns segundos ele acrescentou

-Sabe Tsukki, posso te chamar assim?- o Kei assentiu com a cabeça- eu sinto falta da minha família, na verdade da minha mãe, eu acabei brigando com ela ontem de tarde, briguei feio mesmo, ela na verdade tinha ficado brava com o Kageyama porque ele me levou para jogar vôlei e não deu certo - o olhar do Shoyou continuou melancólico, mas agora ele ficou olhando para a parede. Fixamente, depois ele voltou para a janela

Não houve resposta da parte do Tsukkishima, ele ficou pensando no que o Hinata respondeu

-A personalidade dele mudou muito desde que nos conhecemos, hoje ele parece estar com depressão, eu não sei, parece um pouco, seu olho até perdeu o brilho que tinha

Os minutos passaram arrastados, e durante todo esse tempo o menino dos olhos caramelos ficou observando as crianças no parquinho, brincando de todo tipo de brincadeira, pega pega; esconde-esconde; amarelinha e etc. Finalmente o Kageyama e o Yamaguchi chegaram com a sacolinha de compras na mão, duas na verdade. Na estrada havia uma plantação de tangerinas e o Tobio lembrou que seu namorado adorava elas, por isso ele parou para apanhar algumas e as colocou em uma sacola de mercado, tinha umas seis delas. O menino de olhos azuis estava feliz em ver seu companheiro mas o outro não pareceu demonstrar tanto, o Hinata estava feliz também, mas ele não conseguia mostrar direito, algo estava o incomodando

- Oi Shoyou voltei !, eu trouxe umas tangerinas que achei no caminho - o Tobio sorriu

- Oi Kags, obrigado, vamos dividir entre nós quatro - ele forçou um sorriso

E assim eles fizeram, o Kageyama deu uma fruta para cada e comeu a sua. Os meninos passaram a tarde lá no hospital mas antes de saírem eles avisaram ao Tobio que o Daichi queria que ele tentasse ir ao treino, e também que ele não podia faltar tanto. O menino dos cabelos escuros concordou mas no fundo ele só estava contando uma mentira, ele não iria voltar para a escola até que o Shoyou melhorasse, pelo menos foi oque ele pensava. Já estava ficando meio tarde, era sete e meia da noite já e o Hinata estava muito cansado, em vista disso, ele foi dormir mas o Kageyama não conseguia descansar, ele ficou acordado sentado na desconfortável poltrona do quarto hospitalar observando o peito do Shoyou que se enchia e se esvaziava. As horas passaram e o sono não vinha, até que ele decidiu escrever em seu novo diário, ele pegou uma caneta que estava na mesa e começou a escrever

Assim que ele contou seu dia o sono apareceu, ele fechou o diário e se deitou na cama junto de seu amante, seu corpo era quente e relaxante, sua respiração era calma e controlada, como resultado, o Kageyama dormiu pouco depois de se deitar. De madrugada o menino ruivo acordou assustado com os barulhos de uma trovoada. Uma das coisas que mais assustava o Shoyou era os trovões, isso o deixava apavorado, ele ficou ofegante, mas não queria acordar o seu namorado, com isso ele saiu de fininho da cama. Tremendo, ele fugiu do hospital. O Hinata estava tendo uma crise de ansiedade, na cabeça dele tudo era culpa dele

-Não... NÃO - ele pensa chorando - é culpa minha, é tudo culpa minha, a doença, ele estar aqui comigo perdendo aulas, minha mãe, é culpa minha, ela não gosta do Tobio por culpa minha

Shoyou foi andando pela rua desorientado, surtando. Ele não sabia mais oque estava fazendo, ele estava no frio, na chuva, raios caiam pela cidade toda, o Hinata foi atravessar a rua mas não olhou para os lados, ele simplesmente foi indo. Estava tudo em uma poluição sonora que estava tirando a concentração do ruivo e não deixando ele se acalmar, de repente ele ouviu alguém gritar seu nome muito alto

- SHO— 

Um barulho de batida muito forte e alto voltou o Shoyo a vida, a primeira coisa que ele viu foi o amor da sua vida na beira da calçada, coberto de seu próprio sangue

O Pôr do Sol (kagehina) (sadstory)Onde histórias criam vida. Descubra agora