Capítulo 3

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Na aula, eu estava me esforçando o máximo para prestar atenção

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Na aula, eu estava me esforçando o máximo para prestar atenção. Mas minha mente vagava pela noite passada. O olhar de desprezo, as palavras cruéis. Ele era gentil comigo, por que mudou do nada?.

— Você tá bem, pequena? — Maximiliano sussurrou ao meu lado.

— Estou — suspirei.

Olhando para o caderno, sem ânimo. Se ele queria que eu sumisse, eu faria isso. Minha mãe dizia que se as pessoas não te querem por perto, não force a barra. Isso te torna insuportável e chata. Então, quando ela não queria conversa, eu a deixava sozinha, porquê eu me tornaria chata.

Meu coração doía porque eu o considerava um amigo, que conversava comigo e me acompanhava até o quarto. Mas isso durou pouco. Na hora do refeitório peguei minha comida e sentei no local habitual. Mesmo que eu quisesse procurá-lo com o olhar, não fiz. Me esforcei aí máximo, para ignorar essa vontade.

Levantei meu olhar de maneira descontraída e encontrei os pares de olhos de cores diferentes, olhando para meu rosto. Ele já não tinha mais aquela expressão séria ou de desprezo.

Porém já não me importava mais. Desviei o olhar com indiferença e foquei na conversa das meninas e como riam. Raphael se juntará a elas numa risada gostosa. Maximiliano sorria discreto, porém estava se divertindo. E eu ainda sentia aquelas olhos sobre mim, como um Corvo.

Quando a noite caiu me senti inquieta, querendo levantar da minha cama e ir até ele, porém não fiz. Ele me queria longe e era isso que iria ter. Virei para o lado e encontrei os olhos de Sam me encarando.

— Não consegue dormir de novo? — sussurrou baixinho.

— Sim — suspirei — Também não consegue dormir?.

— Estou com saudades de casa — suspirou.

— Eu também — confessei.

— O próximo final de semana, a senhora Smiths disse que faríamos um passeio, por um museu. Será bomassim sairemos um pouco desses muros — sorriu.

Isso não preenchia o vazio que eu sentia.

— Vocês falam demais — a voz de Hazel soou — Vão dormir.

— Chata — Sam retrucou.

Sorrir e escondi o rosto no travesseiro. O silêncio soou e eu fechei os olhos, para dormir. Mas sonhei com ele.

Padre Bernardo iria fazer uma missa logo às seis horas da manhã, era algo matinal. Alguns estavam caindo de sono, já que geralmente as atividades começavam às oito.

— Sei que muitos de vocês estão com sono, mas será bom. Se aproximar de Deus — ele sorriu.

Olhei para o lado, vendo Maximiliano quase cair do banco. O cutuquei e ele se despertou alarmado.

— Você quase caiu do banco — sussurrei e ele piscou os olhos várias vezes.

— Obrigado — agradeceu e eu assenti com a cabeça.

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