Destinos Traçados (EM PAUSA)

Capítulo 3

Fiquei ali observando o vendedor cortar o coco quando senti que alguém sentava-se em um banquinho ao meu lado, quando olhei de rabo de olho e pude reparar em quem estava ali, na verdade eu não o conhecia, mas pelo que vi me admirei, ele era lindo, mesmo estando sentado aparentava ser alto, 1.75 mais ou menos, pele bronzeada, os cabelos estavam molhados, mas eram de um castanho lindo, seu corpo parecia ter sido esculpido a mão, mesmo naome olhando deu para ver que os olhos verdes tinham um brilho surreal quando o sol batia, ele estava só de bermuda e a camisa no ombro deixava o seu abdômen à mostra, também um pouco molhado. Fiquei tão perdida em meus pensamentos que nem percebi que estava olhando para ele quase sem piscar. Foi quando o vendedor chegou com meu coco, me tirando dos meus pensamentos.

-Aqui garota, são só 2,00R$.

-Está bem, aqui está...-Paguei a ele -Obrigada.

Saí andando pela praia à procura da minha família quando avistei a Meri vindo na minha direção.

-Mell, ainda bem que te encontrei hein? Onde você estava prima? -Perguntou ela pondo as mãos na cintura e parando na minha frente.

-Calma prima. Eu só fui comprar um coco. Estava com sede. -Respondi calma.

-Não custava nada ter avisado né? Todo mundo ficou preocupado quando viram que você tinha "desaparecido".

-Ai, nossa. Me desculpa prima, eu não queria ter deixado vocês preocupados, eu só estava com sede. Me desculpa. -Lamentei.

-Está bem prima. Agora vamos, porque a mamãe está super preocupada. -Falou, e saiu correndo me puxando pelo braço. Paramos e eu pude descansar um pouco, logo quando cheguei tive que aguentar a tia Laura me passando sermão, disse que quando quisesse alguma coisa que pedisse a ela ou ao tio John e blá blá blá. Depois de um tempo sentada avistando a praia a Bel me chamou para irmos dar uma volta por ela e é claro que a Meri foi também.
Fomos andando pela a areia da praia conversando sobre qualquer coisa, quando a Meri fez sinal pra que nós parassemos.

-Oh meu Deus! -Disse ela olhando na direção da praia. -Olhem meninas.

-O quê? -Perguntamos eu e a Bel juntas.

-Como assim "o quê"? Vocês não estão vendo aquele gatinho surfando lá não?

Olhamos de novo para a praia eu pude ver quem estava ali, era o mesmo que havia sentado ao meu lado na barraca quando eu fui comprar o coco. Ele estava fazendo umas manobras de surfe, por isso estava todo molhado quando o vi.

-Eu TENHO que pegar o número desse gato. -Falou a Meri, já andando em direção a onde ele estava.

-Espera Meri. -Gritei, mas ela não me ouviu e continuou andando.
Eu e a Bel fomos atrás dela até ela parar em frente à praia. Ficamos ali do lado de algumas pessoas que também olhavam os meninos fazendo manobras. Sim "meninos", tinham uns três fazendo manobras na água. Um moreno de olhos verdes, um loiro de olhos azuis e o que eu havia visto mais cedo. Todos com corpos esculturais e altos. Quando olhei para a Meri vi que ela estava olhando para o loirinho toda derretida e a Bel não tirava os olhos do moreno.

-Ele é muito lindooo! -Falou a Meri mostrando o loirinho de olhos azuis.

-Lindo é aquele moreno de olhos verdes encantadores! -Disse a Bel.

-Cuidado meninas, pra não darem um infarto hahaha. -Ri delas.

-Aaa vai dizer que você não achou eles lindos? -Me desafiou a Meri.

-É vai? Bem... São bonitos, mas não sou de me apaixonar fácil só por causa de um rostinho bonitinho e corpinho sarado. Não mais.

-Unrum. Sei, sei... Cauã Miller... "Destruiu" o coração da minha priminha e a deixou fria e fechada para novos amores, não foi isso Mell? -Falou a Meri.

-Meriiii? -Falou Bélgica. Dando um tapa na cabeça da América.

-Aiiiiii. Precisava? Argh!!

-Deixa Bel... Ela tem razão. Foi isso mesmo. Desde aquele dia em diante o amor é só ilusão pra mim. Só isso.

-Desculpa prima, eu não queria te magoar com essa história. -Lamentou a Meri.

-Não tem problema amor, pra quê ficar relembrando essa história hein? E olha, os surfistas já estão saindo da praia.

Logo quando eu falei isso, numa fração de segundos as duas já estavam olhando para eles novamente. Foi quando o garoto que eu havia visto mais cedo olhou em minha direção. Por um momento em que os nossos olhares se cruzaram foi meio louco, mas eu senti que já o conhecia a muito tempo, aquele olhar era tão lindo e tão familiar ao mesmo tempo que eu nem sei explicar como.