Em um mundo onde o tempo é tão maleável quanto a percepção, Liesel Hannah Rothschild-Adler, uma jovem estudante de intercâmbio de dezessete anos, sempre soube que sua família era um tanto peculiar. Filha de mãe judia e um pai alemão, ela cresceu no...
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As luzes das ruas refletiam-se no Spree, transformando o rio em algo semelhante a um espelho prateado que serpenteava através da cidade. Liesel caminhava pelo Kreuzberg acompanhada por seus melhores amigos. O som distante de música eletrônica pulsava no ar, misturando-se com o zumbido das conversas animadas e risadas dos grupos espalhados pelos bares e cafés que ladeavam as ruas do bairro. Seus olhos brilhavam com uma mistura de excitação e melancolia, pois sabia que aquela seria sua última noite na cidade que conhecia tão bem.
A noite começou em um bar terraço que oferecia uma vista panorâmica de Berlim. Cercada pelos amigos, que riam e bebiam, Liesel parecia mais viva do que nunca. Eles saboreavam petiscos, degustavam cervejas artesanais e brindavam repetidamente ao futuro, à amizade e às memórias compartilhadas. A cada gole, o sabor amargo e refrescante da cerveja misturava-se com a doçura das risadas e das histórias contadas.
Nora, uma presença constante e reconfortante na vida de Liesel, exclamou ao vê-la:
— Você chegou! — puxando-a para um abraço apertado. Com seus cabelos castanhos e um sorriso travesso, Nora sempre trazia uma energia vibrante ao grupo.
— Eu não poderia perder isso por nada! — respondeu Liesel, com um sorriso no rosto.
— Temos a noite toda para comemorar! — disse Klaus, entregando a ela uma garrafa de cerveja.— Prost, Liesel!
