O som daquele aparelho médico ecoava por todo o quarto, Jisung estava aos poucos acordando do desmaio. Se deparando com uma sala na cor branca e uma luz extremamente forte que iluminava o local o deixando com desconforto.
Aquilo era de fato uma sala de hospital, se sentando aos poucos se deparando com uma sonda ligada a sua veia do braço, tomando soro, e logo depois vendo Chan sentado ao seu lado em uma cadeira, dormindo com certeza, desconfortávelmente.
- Chan... - uma voz fraca chamou o nome do mais velho.
- Han! Meu Deus!finalmente acordou... - disse olhando para o castanho que tinha seus olhinhos confusos.
- Ontem... Foi um sonho né? Cade o Minho? - viu a expressão de Bang indicar dor. - Cadê o Minho!? cadê ele!? Minho...! - Se levantou, tentando sair do quarto mais foi barrado por Chan. - Hanji, por favor se acalme... Ele está em um lugar melhor agora... Eu sei-
- Você sabe? O que sabe? Você está no lugar dele por acaso!? Sabe a dor que ele passou sendo queimado vivo!? - fala dm meio de algumas lágrimas que caiam involuntariamente.
- ... - apenas foi até o menor o abraçando enquanto Han permanecia chorando em seu peito. - Tudo bem... Vai ficar tudo bem hm? Eu estou aqui...
- Não Channie, você não está aqui pra mim, você tem Seungmin, Hyunjin tem I.n, o Binnie tem Félix, e eu..? - O mais velho paralisou, deixando o silêncio tomar conta. - Viu? Sabe, eu realmente me tornei o que Minha mãe disse que eu seria, uma pessoa que coloca as outras em risco, e que no fundo sabe que vai acabar sozinho. É tudo culpa minha,
- Não! Nunca falei isso Han Jisung! O que é sua culpa? A morte de Minho?! Claro que não! Não foi culpa sua, repita! Não foi culpa sua Jisung! - fala desesperado, como um garoto tão delicado como aquele tinha uma mente tão cheia de pensamentos ruins?
- É Minho culpa! Se eu não tivesse aceitado conhecer aquele grupinho isso nunca teria acontecido! Nunca! Se eu o colocasse em primeiro lugar e não tivesse aceitado aquele pedido de namoro ele nunca teria que passar por isso! - chorava mas em nenhum momento gaguejou, desabafando os seus mais profundos sentimento que guardava para sí. - Eu tenho certeza que fui eu a pessoa que o colocou em perigo!
- Para de falar o que não sabe Han! Você não teve culpa! - vou a enfermeira adentrando na sala.
- Boa tarde sou jihyo, a enfermeira de Han Jisung por enquanto. - se apresentou. - O senhor Han já está muito bem, afinal ele veio para aqui ontem a noite e agora já são cinco da tarde. Se quiser pode se retirar. Fiquem avontade.
- Oh sim, obrigado, já vou me retirar. - disse sério, e apenas foi para fora do local, deixando Bang sozinho sem a chance de se despedir ou ir atrás de sí.
Assim que saiu pode deixar tudo o que queria escapar, suas lágrimas, angústias, sofrimento, tudo de mais profundo que o incomodava. Começou a andar sem rumo, e foi ai que discou o número de Minho, que obviamente não atendeu. Então achou melhor deixar um áudio.
- O-oi Min, M-meu dengo... - disse soluçando por conta do choro, enquanto fala no microfone de seu celular. - Eu só queria voltar para os velhos tempos... E-eu queria você de volta. Você está bem né? Eu sei que esta vivo... Me responde, só esse áudio. Eu prometo que eu paro quando você me responder... - e finalmente enviou o áudio para aquele que ainda era seu namorado, mesmo não estando presente.
Lembrou, de todas as vezes que Minho o protegeu, aquele dia na sacada onde ambos tiveram o primeiro diálogo de conforto, o dia que se separaram por meses mas voltaram a se amar, cada sorriso de Minho conseguiu tirar de Han em momentos que Han queria morrer e desistir de tudo.
Respirou fundo, olhando o nome do contato, e chorou ainda mais, então gravou outro áudio.
- Eu desmaiei. - sorriu sem achar graça nenhuma. - Mas eu sei que não é verdade... Você tá vivo, e eu vou te achar, custe o que custar; e peço desculpa por ter culpa, porque sei que tenho. - e enviou mais um áudio.
Foi ai que percebeu, estava quebrando a promessa tão preciosa que fez a Minho, estav se culpando, chorando, sabia que não iria comer, seu corpo estava muito sobrecarregado, e não dormiu bem, e não iria dormir bem, além de sua insônia, sua ansiedade também não iria o deixar fazer isso.
E se sentiu culpado mais uma vez, porque era incapaz até no fato de cumprir uma simples promessa? Porque sempre se afastava das pessoas que amam? Porque sua vida era tão cruel consigo?
E teve que passar pela perda novamente, relembrando o quão difícil era aceitar, o quão difícil era dizer adeus. Você fica triste... Bravo, ou nem sabe o que esta sentindo, as coisas já não parecem mais tão divertidas sem a pessoa que você ama do seu lado. Você pode tentar parar de pensar no assunto, mas ele sempre volta, e volta ainda mais forte, e com mais sofrimento do que antes.
Então Han teve certeza de uma coisa; pessoas que demonstram mais amor nunca sentiram amor por si mesmas; Elas acabam cuidando dos outros mais do que delas mesmas, esperando que recebam esse amor de volta.
Ele gostaria que alguém tivesse o contado como a empatia pode ser destrutiva.
Ele não quero ser resgatado, só quer que alguém perceba que está preso tentando mudar, tentado ser melhor; É demorado, é difícil, é repetitivo, mas está tentando.
...
Procurava evitar todas as ligações em seu celular, mensagens e qualquer coisa que o tirava de seu próprio mundo. Bangchan e Seungmin haviam ido embora, e porque, só porque, Jisung insistiu muito.
Chegavam várias mensagens de luto, diversas mensagens prezando seu bem estar, já outras estavam com medo de Han tentar algo, contra sí, ou seja, suicídio.
Entre elas, havia um número desconhecido, que por sinal chamou a sua atenção. "Jisung, até quando vai ficar chorando? Não vai buscar a verdade?"
O que aquela mensagem queria dizer? Provavelmente essa mensagem era de apena sun trote, então nem respondeu, mas teve certeza que era de uma pessoa conhecida quando leu mais uma linha. "Eu te conheço o bastante pra saber que você tem uma cicatriz."
Aquilo foi o ápice, Ele já estava assustado e só piorou com a chegada dessa nova mensagem. Como assim descobrir a verdade? O que queria dizer com isso?
Então Han se deu conta, sua vida estava apenas começando a partir daquele momento.
