Prólogo

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— Eu amo vocês, se cuidem e obedeçam a sua irmã

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— Eu amo vocês, se cuidem e obedeçam a sua irmã. — Mamãe repetia mais uma vez para nós.

Definitivamente eu não sabia o que estava acontecendo. Não queria me separar dos meus pais, nascemos e crescemos aqui, longe de tudo, e agora ela dizia que não podíamos mais ficar, e que iríamos para um lugar melhor. Mas para isso teríamos que ir sem eles... Como seria melhor se não teríamos nossos pais para nos proteger?

— Max... O que está acontecendo? — Victória, a irmã do meio perguntava enquanto corríamos pela floresta.

— Temos que ficar seguras, não faça perguntas agora. — Maxine responde de forma rápida.

— Eu quero a mamãe e o papai... — Falo, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

— Kat, não chore, eles irão nos encontrar logo logo.

— Mas eu quero agora... — Minhas pernas já doiam de correr, e o meu medo era gigante. Eu só queria o colo da minha mãe e o carinho do meu pai.

— Silêncio, Kat! Só me obedeça, assim como ela pediu. — Max responde novamente, sendo rude. O que me faz ter ainda mais vontade de voltar para eles.

Engulo o choro, enquanto segura na barra da blusa de Victória, mas o medo do da separação e do desconhecido já tomava todo o meu corpo. Então, em um momento de insegurança, eu solto Victória, vendo elas continuarem a correr, sem sequer ter notado que eu as deixei, e assim volto, na esperança de encontrar os meus pais novamente.

Mas não foi isso o que aconteceu. Em meio ao desespero, eu acabei me perdendo naquela mata, sem saber para onde ir, chorando, com medo e com dores nos pés, até finalmente ver de longe a nossa cabana, mas essa estava inteira em chamas, me fazendo recuar. Foi então que eu tentei voltar para as minhas irmãs, e depois de vários minutos tentando achar o caminho por onde elas teriam ido, eu finalmente encontrei a estrada, saindo de vez daquela floresta traiçoeira.

Olhava em volta, chamava por elas, mas não havia nada, só uma estrada deserta. Mas eis que ao tentar atravessar, um carro surge, quase passando por cima de mim, freando bruscamente.

— Querida... Você está bem? Está perdida? — Olho para a mulher que saio do carro, vindo até mim preocupada, e eu apenas concordei com a cabeça.

— Onde estão os seus pais?

— Eles foram embora... — Sussurro, limpando as lágrimas.

— Não chore... Iremos te ajudar. — Ela estende a mão para mim, que exitando, acabo aceitando.

Naquele dia eles me acolheram, procuraram por meus responsáveis, e depois disso, eu tive que ir para um orfanato. Mas graças ao amor que aquela mulher teve por mim, ela e o seu marido acabaram me adotando. Eu era nova demais para saber o que estava acontecendo na minha vida, pelo que eles falavam, eu havia sido abandonada pelos meus pais, mas e quanto a minhas irmãs? Elas também haviam me abandonado?

Eu tinha seis anos quando me perdi das minhas irmãs. E hoje, eu já não sei mais se eu realmente tive irmãs, se os meus pais me abandonaram ou se simplesmente morreram naquela cabana em chamas. Só sei que, sempre tive pesadelos daquele dia na floresta, que me atormentam até o dia de hoje.

Katherine Em: Morando Com O InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora