Sob a sombra de Yamato.

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Bom, perdoe-me se houverem alguns erros de digitação e também sobre o universo. Sou nova nessa categoria e gosto de personagens "problema".

Estou aprendendo aos poucos com duas pessoas aos quais considero maravilhosas, espero conseguir agradá-los, com essa pequena one shot. E a capa ficou terrível, tô aprendendo

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Na vastidão do crepúsculo, onde sombras se alongam e a luz do dia morre lentamente, Althea caminhava com uma graça sobrenatural. Sua beleza era um enigma, refletindo a pureza celestial dos anjos e a crueldade fria dos demônios. Seus olhos, dois poços profundos de uma tristeza que nenhum mortal poderia compreender, estavam fixos em um ponto além do horizonte, onde ela sabia que Vergil estaria.

Vergil, o filho de Sparda, o meio demônio, o gêmeo ao qual ela amava. Era um paradoxo de força e frieza. Um príncipe das trevas envolto em um manto de gelo. Althea sentia o magnetismo inescapável daquele ser enigmático. Ele era um ídolo de perfeição inatingível, e ela estava irremediavelmente atraída por ele, como Ícaro para o sol, consciente do perigo, mas incapaz de resistir ao chamado.

Althea, com sua pele alva como mármore e cabelos dourados que caíam em cascatas angelicais, era uma visão que poderia derreter até o coração mais endurecido. Mas Vergil, impenetrável em sua busca incessante por poder, parecia ser a exceção. Ele a tratava com uma indiferença glacial, o que só aumentava a tormenta dentro dela. Cada encontro com ele era um lembrete cruel de seu próprio anseio não correspondido.

No escuro interior do Templo de Fortuna, onde o silêncio era quebrado apenas pelo sussurro do vento e o eco de passos distantes, Althea encontrou Vergil. Ele estava em pé, imponente e distante, sua espada Yamato emitindo um brilho sinistro. Seus olhos azuis, tão frios quanto o aço, não demonstraram nenhum reconhecimento quando se fixaram nela.

Vergil ㅡ A voz de Althea era um sussurro carregado de emoção contida. ㅡ Por que insistes em afastar-te de mim? Não percebes a profundidade do meu sentimento?

Vergil virou-se lentamente, sua expressão impassível. E mesmo assim, ela quase derreteu ao encarar suas feições masculinas tão próximas.

ㅡ Sentimento é uma fraqueza, Althea. Eu não posso permitir-me tal luxúria. Meu caminho é solitário e não há lugar para distrações.

Ela se aproximou, cada passo ecoando na vastidão do templo, como uma batida de coração acelerado.

ㅡ E se a tua força viesse não apenas do poder, mas também do amor? O que teme tanto em sentir?

Os olhos de Vergil cintilaram brevemente com algo que poderia ter sido dúvida, mas ele rapidamente recuperou seu controle.

ㅡ Amor é um veneno Althea, uma ilusão que enfraquece a determinação. Eu escolhi um caminho de ascensão, não de fraqueza.

A dor rasgou o coração de Althea, mas sua voz permaneceu calma. Mas por dentro, ela sentia-se sangrar, como um machucado que jamais se curaria, uma doença que a levaria á morte.

ㅡ E se eu pudesse mostrar-te que o amor e a força não são mutuamente exclusivos? Que juntos, poderíamos alcançar alturas inimagináveis?

Vergil deu um passo para trás, como se suas palavras fossem uma lâmina afiada.

ㅡ Não há nada que possas dizer ou fazer que mude meu destino.

Althea estendeu a mão, quase tocando a face dele, mas ele recuou, a sombra de Yamato interpondo-se entre eles.

ㅡ Um dia, Vergil, compreenderás o que estás a perder. E talvez, nesse dia, já seja tarde demais.

Com essas palavras, ela se virou e saiu, sua figura pequena desaparecendo nas sombras, enquanto uma lágrima silenciosa descia por sua face perfeita. O templo permaneceu quieto, exceto pelo murmúrio do vento, carregando consigo os ecos de um amor não correspondido e de um coração partido.

Vergil, sozinho novamente, olhou para a espada em sua mão, sua mente em tumulto. Por um breve momento, ele permitiu-se sentir a angústia que sempre se esforçou tanto para suprimir. Mas, como sempre, ele a trancou em uma câmara de gelo profundo dentro de si, e voltou a caminhar seu caminho solitário, deixando para trás o espectro do amor que ele acreditava ser uma fraqueza.

E assim, Althea continuou a viver sob a sombra de Vergil, sua beleza angelical escondendo um tormento demoníaco, eternamente apaixonada por um homem que acreditava ser incapaz de amar.

Sob a sombra de Yamato. Onde histórias criam vida. Descubra agora