O Tom do Sol | Versão Larry

Capítulo 1: O Livro sem Título

Harry Styles, Maio de 2012

Caiu no meu vão conhecimento a respeito do amor que somos terrivelmente propensos a nos apaixonar quando não estamos tentando, sempre por alguém que nunca imaginamos.

Foi assim com a gente.

Nos conhecemos no show da OneRepublic em Novembro de 2009.

Louis estava sozinho, a quatro pessoas de distância de onde eu estava com meus amigos. Ele me olhou por baixo da aba do seu boné e, com um movimento de cabeça, me convidou para perto como se já nos conhecêssemos.

Nunca havíamos nos visto antes, mas, por um breve instante, parecia que éramos tão íntimos quanto um amor à primeira vista permite ser.

Fui até ele. Não tive dúvidas de que era isso que eu deveria fazer. Por esse motivo, pela falta de dúvidas, eu fui. Atravessei o curto espaço entre nós, me infiltrando no alvoroço da multidão só para estar perto daquele garoto do qual, até então, apenas conhecia o olhar e o sorriso.

Apenas seu olhar e sorriso bastaram.

Acontece que, amores relâmpagos, que vão embora depressa, têm a mania de inventar histórias eternas. Perduram no segundo livro sem, fisicamente, fazer parte da história quando a anterior se encerra.

Ele se tornou uma parte minha sem ser mais meu, e hoje, é o resquício de um passado que, também, rasurou minha alma.
É a parte boa que ficou, a saudade que deixou e o sentimento de promessas cumpridas mesmo durando tão pouco tempo.

Mesmo depois de tudo, ainda sinto que ele está aqui, em algum lugar, aquecendo o peito ainda que o indivíduo que aquecia o corpo tenha partido.

Nesse momento, tão de repente quanto chegou, a certeza de que as coisas um dia voltarão a ser como antes me abandona, e tudo que resta são as lembranças.

Dele, me lembro do sorriso. Principalmente do sorriso, sim.

Seu sorriso tinha cor. O tom do sol.

Depois do seu adeus, nunca mais parou de chover.