"Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura."Friedrich Nietzsche
Harry Styles, Junho de 2012
Três dias se passaram desde o meu acordo com o Liam.
Como combinado, eu e Eli temos chegado a Brodie's alguns minutos mais cedo para que Liam possa para levar meu sobrinho à Escola Primária no meu lugar, que fica do outro lado da rua, em frente à loja de antiquários e locadora onde eu me propus a ajudar meu amigo como moeda de troca com qualquer tarefa simples, desde espanar móveis, estatuetas e outras centenas de velharias e relíquias postas à venda.
Aparentemente, está incluso no pacote um capuccino de brinde e, também, quebrar a cabeça no computador tão antigo quanto a invenção do fogo.
Após algumas horas, aproveito que Liam está muito ocupado, o que é um sinônimo para distraído, e dou uma escapadinha para o Museu de Doações de Willi, onde passo o restante da minha manhã explorando.
Ainda não me sinto pronto para usar minha câmera, mas achei um monte de coisas legais para fotografar aqui. Quase como nos velhos tempos, quando eu era jovem e fotografava todo objeto que eu acreditava ser porta-voz de histórias instigantes.
Então, aqui na Brodie's, com esse sentimento de amadorismo sendo reaceso dentro de mim, tenho separado essas coisas em uma caixa.
Na verdade, tenho feito isso não só com o que eu gostaria de ver através da minha lente, mas também com doações que, ao meu ver, merecem um espaço na vitrine.
Por exemplo, para substituir uma seleção de chapéus de variados formatos, tamanhos e cores, separei uma coleção muito interessante de bússolas raras, binóculos e compassos que parecem, pelo estado de conservação, terem sobrevivido a muitas aventuras no mar, no navio de um pirata.
Embora auxiliar na Brodie's tenha injetado uma dose de ânimo aos meus dias, acho que uma parte de mim espera reconhecer mais alguma coisa que tenha pertencido ao Louis em meio às caixas e itens amontoados nas prateleiras.
Para o meu desconsolo, nada além do porta-jóias e da pulseira foi encontrado até agora.
À propósito, tenho usado ela desde que a levei para casa comigo, a pulseira com o pingente, como uma espécie de amuleto da sorte, mesmo eu não estando nem perto de arrumar um emprego e Louis estar a uma distância segura de mim, que é o equivalente a nunca mais nos falarmos, isso se o meu plano continuar fluindo bem como parece...
É mais pelo valor sentimental do que pelo real significado. Ter a pulseira comigo à noite tem me ajudado a pegar no sono mais rápido à noite, não que tenha afastado os pesadelos. Mas pelo menos por um breve instante, ainda que eu volte àquele bistrô em sonhos, encurralado aos escombros, quando acordo no meio da madrugada com a pulseira envolta do meu pulso, a sensação que me acalma é a certeza de que Louis está vivo e a salvo.
Toda manhã a rotina é a mesma. Eli fala com a mãe dele por ligação, toma café da manhã, escova os dentes, se agasalha, calça o par de sapatos certos e nós dois caminhamos juntos até a estação de trem.
Liam diz ao meu sobrinho que vai atravessar a rua com ele para que eu possa descansar da caminhada, e Eli se despede de mim com um aceno, dizendo: "Até daqui a pouco, Marlin."
Depois de muito trabalho, pois por incrível que pareça há muito a se fazer em uma loja como a Brodie's por mais antiga que ela seja, próximo ao intervalo para o almoço do Liam, eu e meu amigo nos preparamos para girar a plaquinha de aberto na vitrine para fechado, e meu amigo sai para buscar Eli enquanto eu espero um pouco mais à frente na calçada do antiquário, na esquina.
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O Tom do Sol | Versão Larry
FanfictionLouis tem memórias recorrentes de um livro que leu e não consegue se lembrar o nome, enquanto Harry enfrenta uma barra para superar um pesadelo que não o persegue apenas à noite. Em meio a luta para conseguir emprego por conta de uma lesão na perna...