Entre as linhas do que sou e o que pareço,
Há um espelho distorcido, um reflexo oblíquo,
A imagem ideal que ao mundo ofereço,
Mas nos rabiscos, meu ser é mais verídico.Desenho em traços tortos, minhas imperfeições,
No papel da vida, esboço minhas emoções,
Cada rabisco é uma marca, uma confissão,
Uma linha de verdade em meio às ilusões.Espelhos clamam por uma perfeição sem fim,
Mas nos rabiscos encontro o verdadeiro eu, enfim,
As máscaras que visto, peças de um teatro vão,
Escondem minhas falhas, minha real versão.Quebrar o espelho é ato de coragem rara,
Expor ao mundo a alma, nua, sem máscara,
Meus rabiscos, meus erros, minha vulnerabilidade,
São a essência do meu ser, pura autenticidade.Olho o espelho estilhaçado no chão,
Vejo meus pedaços, minha própria construção,
Entre rachaduras, surge a verdadeira visão,
A face que escondi, agora em exposição.Desnudo minhas mentiras, revelo meus medos,
Abraço os rabiscos, sem segredos,
Me entrego à vulnerabilidade,
Encontro força na fragilidade.Cada linha imperfeita é uma história,
Um pedaço da minha trajetória,
Aceito os rabiscos, minha identidade,
Celebro a minha verdade.Liberto-me das amarras da perfeição,
Nos rabiscos encontro minha redenção,
Sou mais do que um reflexo, sou profundidade,
No quebrar do espelho, encontro a liberdade.E assim, entre os rabiscos, vivo a plenitude,
Na autenticidade, encontro a virtude,
Minha imagem idealizada se desfaz,
Nos traços imperfeitos, minha paz.
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O cemitério das Palavras
PoesíaEm um mundo onde as palavras são eternas, mas as emoções que as inspiram se desvanecem, "O Cemitério das Palavras" é um refúgio para as poesias esquecidas, as promessas não cumpridas e os sonhos que nunca floresceram. A cada página, os versos desent...