Taehyung POV
Acordei com os raios de sol atravessando a cortina do meu quarto. A manhã estava bela, incrível como a paisagem de uma cidade que me conquistou em tão pouco tempo. Preferi encarar o teto por uns bons minutos antes de me levantar, pois não era de hoje que eu precisava colocar alguns pensamentos em ordem. Listei as prioridades:
• Ajudar Paulo com alguns arranjos, pois iríamos nos apresentar em breve. Não dá para sobreviver somente de luz e água. Tínhamos despesas, um pequeno apartamento que sua família nos cedeu emprestado e muitos sonhos pela frente;
• Preciso dar um jeito de telefonar para minha irmã. Meu pai já não queria conversa desde Nova Iorque, quando contei animado sobre minha vinda para o Brasil. Por ele, eu nunca deveria ter saído de Daegu e ter me arriscado desse jeito louco;
• Do mesmo jeito que preciso respirar, preciso ver Clara novamente.
O último tópico me arrancava o sono há algumas noites. Paulo brincava que nem foi muito preciso para a garota me laçar - E realmente era verdade. Só aquele sorriso tímido e seu olhar acompanhando o meu até a saída me deixou anestesiado. Era como se meu coração tivesse encontrado um motivo para continuar batendo além da música.
Seus traços eram extraordinários. As ondas de seu cabelo, a maçã do rosto redondo, o sorriso envergonhado aberto e espontâneo. Como podia alguém que eu nem conhecia me provocar um misto de sensações que eu jamais imaginei que poderia sentir?!
Fui despertado de meus devaneios com Paulo recostado no batente da minha porta, rindo da situação catatônica que eu me encontrava. Ele olhou para mim com um sorriso travesso, como se soubesse exatamente o que estava na minha mente.
- Dormiu bem? - Perguntou, entregando-me uma xícara de chocolate quente.
Eu assenti, embora minha mente estivesse em outro lugar.
- Você não consegue tirar a Clara da cabeça, não é? - Paulo comentou, com um olhar de quem sabe exatamente o que se passa.
Sorri, meio envergonhado, enquanto tentava achar as palavras certas. - Ela... ela é diferente.
Paulo riu e deu um tapa amigável no meu ombro. - Que tal um segundo encontro, mas dessa vez, adequado?
Me engasguei com a proposta. Meu coração disparou com a ideia. A perspectiva de vê-la novamente trouxe ainda mais borboletas no estômago. Não que eu realmente não tenha pensado em me apresentar da forma certa para ela, mas me sentia uma criança fujona quando o assunto se tornava esse. Paulo já tinha proposto irmos ao Vibratto no dia depois do fatídico acontecimento, porém desistimos quando surgiu a oportunidade de tocarmos num bar com alguns amigos de Paulo.
- Você acha que ela vai querer conversar comigo?! - Perguntei receoso.
- Louca seria ela de não querer trocar algumas palavras com um bom partido internacional desse. - Sorri amarelo. Parecia que eu havia perdido a habilidade de falar. - Qual foi, Taehyung? Nunca falou com mulher? Já te vi flertando com uma lá no West Side. Tá com medo de mulher logo agora?!
- Ma-ma-mas - Gaguejei. - É diferente! Como eu já falei, ela é diferente. É doce, preocupada, é gentil e carinhosa. E se ela não gostar de mim? E se não quiser conversar? Se ela não souber o que estou falando!? - Bufei, voltando a fitar o teto.
- Taehyung! - Paulo me repreendeu. Um dia tentarei levar seu penteado milimetricamente alinhado à sério - Para! É só uma mulher! Não é o fim do mundo!
O fitei inconformado. Ele parecia muito a Soyoon brigando comigo quando éramos crianças.
- Você vai botar a sua melhor roupa, nós vamos ao clube hoje a noite e você vai falar com ela. E acabou. Anda, teremos um dia cheio. - Saiu do meu quarto, sem mais nem menos, me deixando com cara de tacho olhando para onde estava.
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só tinha de ser com você • kim taehyung
Fiksi Penggemar[CONCLUÍDA] Década de 80. Quando colocou seu estojo de saxofone na mala e rumou para um novo destino, ele imaginava seguir um plano: estudar jazz em Nova Iorque, conhecer músicos e ser feliz fazendo o que gosta. Tudo mudou quando, através de uma ami...