Um Anjo? Talvez.

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Sana sempre foi uma pessoa prática. Mas ao receber o pro-diagnóstico de um ano por conta de um tumor em seu coração ela vinha se definhando. Que azar né? Neste momento ela se encontrava no terraço do hospital, pensando em como poderia ser diferente.

Observando Seul naquela tarde, Sana até pensou em pular, até porquê, só iria adiantar o seu destino final, certo? Mas ela ouviu um ruído vindo de um dos bancos que tinham ali, viu uma garota.

Sana foi até lá pois aquela garota tinha chamado sua atenção, o que não era pra menos, ela era linda, parecia até um anjo, e talvez fosse mesmo.

Quando se aproximou, lentamente, viu a garota desenhando. - Essas são muito bonitas. - A garota olha para Sana com as sobrancelhas arqueadas. - Quer dizer... São Lápis da Faber Castel, né? São muito bons, eu queria um kit desses, mas acho que é muito caro. Eu acho que era o Chagall que desenhava com eles, né?

A garota morena com olhos de caramelo estranha a aproximação repentina da japonesa. - Van Gogh. - fala de cabeça baixa - O Van Gogh também desenhava com eles.

Sana dá um leve sorriso e dá um leve passo se aproximando de onde a taiwanesa estava sentada. - Me fala, tá desenhando o que?

- O paraíso.

- Paraíso? - Sana arquea as sobrancelhas em sinal curiosidade.

- Isso, é o lugar pra onde eu vou logo, logo. E você? O que tava fazendo aqui em cima?

- Quê? -

- Por acaso, você tava pensando em pular dali? - fala a garota com um leve sorriso e olhando para onde Sana estava alguns minutos atrás.

- Eu, não. Eu tava só... -

- É zoeira. - a taiwanesa dá uma risadinha. - Você veio visitar alguém?

-Foi, uma amiga minha. Só que isso aí não tem graça não, tá? Não fica falando que vai pro paraíso. - fala a japonesa olhando para cima.

- Mas eu vou mesmo - Sana olha nos olhos da garota após aquela fala. E, caramba, Sana sentia que poderia ficar o resto de sua vida olhando pros olhos brilhantes daquela garota.

- Escuta, eu não tenho muito tempo. Só mais seis meses. É uma doença bem rara que acaba afetando uma pessoa a cada centenas de milhares. Já nasci com isso.

- É Verdade? - depois de alguns segundos Sana responde com empatia. - Entendi. - a mais alta estranha a reação da japonesa.

- Isso não te assusta? -

- Como assim? - a taiwanesa nega levemente com a cabeça olhando para seu desenho. Sana decide ir embora após o silêncio da garota. - Mas...me fala, você não tem medo?

- Do quê?

- De morrer, você não... não parece assustada. - fala franzindo o cenho.

A garota de olhos caramelo se encosta no banco e olha para cima. - Eu não tenho medo. Já faz um tempo que me falam que minha expectativa de vida é baixa. - Ela pega o desenho e o ergue para mostra-lo. - Em vez de ficar presa no hospital, eu prefiro ir pro paraíso, porque lá parece ser bem melhor que aqui. - Ela fala tudo isso com um sorriso no rosto, o que ficou muito confuso para Sana. - Eu vou pro paraíso. E tô até empolgada.

[...]

No outro dia de manhã, a japonesa estava deitada em sua cama olhando para o teto e se perguntando da razão para aquela garota estar empolgada pra morrer.

- Maninha! Vem comer logo se não vai se atrasar! - Aquela era a voz de sua irmã mais nova, Mina, da qual ainda não sabia de sua doença e Sana não pretendia contar.

Sana vai caminhando até a cozinha lentamente, como se tivesse em transe, mas na verdade, a japonesa se sentia sempre assim, como se tudo passasse devagar demais, mas ao mesmo tempo, muito rápido, afinal, todo dia era um dia a menos.

Em seus desvaneios Sana acaba pisando em sua paleta, machucando seu pé.

[...]

- Você não tem sorte mesmo Sannie. Na real você tem maestria em atrair azar. - Fala Mina olhando para a irmã fazendo um leve curativo na sola de seu pé.

- Mina... - Repreende a mãe

- Vamos ter que comprar uma paleta nova para você - Diz o pai.

- Não precisa. Guarda esse dinheiro. Se for pra gastar, compra aquele bastão de lacrosse que a Mina queria.

- Quê? Não brinca! O da Crux Pro?

Maestria em atrair azar... acho que ela tem razão.

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Então, queria dizer que isso aqui é tudo um teste, não sei se essa fanfic vai pra frente, e também queria dizer que isso tudo é uma adaptação de um filme que eu gosto bastante.











Até Que As Cores Acabem - SatzuOnde histórias criam vida. Descubra agora