No outro dia na escola, eu só conseguia pensar em sair correndo dali pra ver a Tzuyu. Eu me sentia eufórica, fazia tempo que não me sentia assim com algo.
- Tudo bem, por hoje é isso pessoal, até mais. - o professor mal acabara de falar e eu saio rapidamente da sala, com minha amiga, Dahyun, olhando com o cenho franzido pra mim.
- Sana! Não vai ao clube hoje de novo?
- Pergunta Dahyun, correndo atrás de mim já na saída da escola.-Ah eu tô meio cansada. Acho que não quero mais ir.
-Como não quer ir? E a Exposição Nika? Você tava tão empogalda...
- A Exposição Nika, né?
- Hm, o que foi? - Fala Momo, que acabou de chegar, ficando no meio entre eu e Dahyun.
-O tombo de bicicleta foi tão feio que mexeu com sua cabeça, Sana? - Fala Dahyun, dando um soco no meu ombro.
-Nananinanão, não fala assim com ela, pelo menos o joelho dela tá melhor. - Fala Momo me dando um abraço pelos ombros.
- Sai, Desgruda! - Falo rindo e empurrando Momo pra longe de mim.
- Fala, O que rolou? - Dahyun diz com um semblante sério.
- Foi mal, mas eu vou perder o ônibus.
-Digo deixando uma Dahyun irritada e uma Momo confusa pra trás.[...]
Antes de ir pro hospital eu decidi ir na floricultura que tem perto, pra dar algo pra Tzuyu desenhar, como ela tivera pedido.
- Procurando alguma coisa específica?
- A florista pergunta me fazendo dar um sobressalto. - A senhorita estava olhando pras flores.- Quero sim, eu vou visitar uma amiga no hospital - Falo enquanto me agacho para olhar umas flores que estão em pequenos vasos no chão.
- Eu não recomendo uma flor no vaso. Dizem que elas dão azar, por que dá ideia de que a doença está criando raízes. - me afasto rapidamente das flores. - Vem cá, vem, vem. O que cê' acha dessas aqui?
- Nossa! elas tem cores pra caramba, parecem até pintadas. - falo enquanto me curvo levemente em direção as flores.
- Elas se chamam gérberas, e existem mais de dois mil tipos. - arregalo meus olhos.
- Dois mil? - falo surpresa.
- É, elas têm um monte de significados. E tanto faz a espécie ou a cor, nenhuma simboliza nada negativo. São flores extraordinárias, e como são tão coloridas, iluminam o ambiente. Elas são um ótimo presente. - a mulher fala com certo entusiasmo.
- Tá bom, então, eu vou querer quatro... não! Cinco, por favor.
- Certo, de que cor?
- Pode ser rosa - falo meio em dúvida
- A rosa significa gratidão. Pode ser essa? - ela pega uma gérbera rosa.
- Ah tá, entendi. E a laranja?
- A laranja quer dizer paciência.
- E a amarela?
- A Amarela é beleza definitiva. - ela solta uma pequena risada. - A branca quer dizer pureza e a azul... ah, é mesmo, a flor gérbera em si, simboliza esperança.
- Tá ótimo! Eu vou querer cinco, uma de cada cor. - respondo rapidamente.
[...]
Eu chego no hospital com o pequeno buquê nas mãos, e sinceramente, eu espero que ela goste.
Paro na frente da porta semiaberta do seu quarto, dou umas três batidinhas e resolvo chama-lá.
- Tzuyu, tá aí? - não obtenho resposta. - Tzuyu, eu posso entrar? - novamente não obtenho resposta então resolvo entrar.
Me deparo com ela dormindo, como sempre ela está linda, Isso nunca vai parar de me impressionar.
Ando silenciosamnete até a mesinha onde ficam seus cadernos e vejo que tem um novo desenho lá. Uma praia, com duas cadeiras vazias na areia, aquilo me intriga assim como o desenho das crianças no parque.
- Não entra sem permissão! - dou um sobressalto quando ouço sua voz ecoar pelo ambiente silencioso.
- Ai meu Deus! - coloco a mão no peito pelo susto - Desculpa, Tzuyu.
- Se ainda não percebeu, esse quarto é de uma dama. - ela fala risonha enquanto senta na cama e arqueia as sobrancelhas.
- Desculpa mesmo. - pego o buquê e estendo pra ela - Toma, é pra compensar.
- Flores? - seu sorriso aumenta, isso me faz sorrir também, inconscientemente.
- São gérberas. - digo com um sorriso.
- Obrigada! Adorei! Amo gérberas, elas são muito lindas - ela fala com os olhos brilhando, apesar de eu achar que seus olhos sempre brilham.
- Foi recomendação da mulher da floricultura, ela me falou que elas simbolizam esperança.
- "Esperança" é? - o semblante dela muda, eu me arrependo instantaneamente com o que eu acabei de dizer.
- Ah, foi mal. Não foi isso que eu quis dizer. - tento amenizar a situação, ela dá risada?
- Tá tudo bem Minatozaki. - seu sorriso volta, e isso me alivia. - A verdade é que a palavra "doença" pra mim, é só uma palavra mágica bonita. Se você não gostar de alguém, é só mencionar a palavra "doença" que todo mundo vai correr de você. - ela fica encarando as flores, com o olhar triste, caramba! eu tinha que falar merda? - Essa palavra mágica só não afetou uma pessoa.
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Até Que As Cores Acabem - Satzu
Roman d'amourSana só tem mais um ano de vida. Mas acaba encontrando um novo propósito ao conhecer Tzuyu, uma garota que também enfrenta uma doença terminal. ~ Essa fanfic é uma adaptação/inspiração no filme "Até Que As Cores Acabem"