O homem e o mendigo

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As cortinas se abriram,

pois era mais um dia

E os olhos já viam

uma azulada manhã fria.

Mal amanhecia

Mas o som era alto

"Por raios, que ousadia"

Devia ser algo.

Afinal alguém a porta batia

Mas que horas!

Desceu a escadaria.

"Que fazes aí fora?"

"Estou com frio, deixe-me entrar"

"Puta que pariu"

Abriu a porta e o deixou passar

Era um mendigo

Judiado e com frio

Disse não ter amigo

E sua vida, por um fio.

"Permita-me pernoitar,

Juro que lhe pago."

Não podia acreditar

Disse que não e deu uns trocados.

"Ora, 

Eu tenho um preço justo."

"Pois diga sem demora,

Afinal eu durmo"

Deu-lhe um amuleto.

"Esse é o amuleto de Hamurábi"

"Você não sabe,

Mas isso é de Pedro,

Meu avô querido,

Passado de mão em mão,

E tem que ter lido,

Então leia a inscrição"

Viu seu brilho fosco

E leu descrente:

"Olho por olho,

Dente por dente"

O velho sorriu

e disse "É seu"

O homem a testa franziu

"Esse apartamento é meu"

Expulsou o mendigo,

Subiu as escadas,

Dormiu tranquilo,

E acordou na estrada.

O ar estava gelado,

e era madrugada.

A isso era forçado:

Foi a uma casa.

Bateu a porta,

e alguém atendeu.

Gritou "Céus! Esse sou eu!"

O homem então respondeu

"Aparentemente.

Você está morto,

Pois olho por olho,

Dente por dente"

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⏰ Last updated: Aug 17 ⏰

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Poemas infamesWhere stories live. Discover now