Texto não revisado.
(...)
Flor de Primavera.
O tempo estava estranhamente agradável naquela tarde: nem frio demais, nem quente demais.
O ar por ali era melhor do que na cidade, precisava reconhecer. Rodeada de árvores e plantas de todos os tipos, a casa principal da família Park parecia o tipo de lugar perfeito para tirar férias. Quando ele passou pelos primeiros portões, aqueles que pareciam portões de templos budistas, sua feição se distorceu em surpresa.
Haviam flores de cerejeira, muitas. Elas dançavam com a brisa suave e desciam de maneira graciosa e elegante ao chão, cobrindo o caminho por onde estavam passando e, fatalmente, sendo pisoteadas pelos sapatos de grife dos homens que acabavam de chegar naquele espaço.
Seus pés seguiam a passos lentos e arrastados, prolongando o sofrer das doces pétalas, como se ele pudesse descontar das delicadas flores a frustração por ser obrigado a estar realizando aquela visita patética. Ele sibilou ao expulsar a fumaça espessa do cigarro para fora de seus lábios, espalhando o odor forte no ar.
— Eu já te disse para parar de fumar essa droga na casa dos outros — O homem alto, de feições endurecidas, avançou em sua direção e lhe arrancou o cigarro dos lábios sem delicadeza — Não basta vir vestindo a mesma roupa que usou no clube ontem à noite, ainda ousa fumar na residência alheia?
Ele revirou os olhos.
— Revire os olhos para mim outra vez e eu os arranco e dou aos tubarões em Cape Town, Kim Taehyung! — O homem ameaçou e o segurou pelo colarinho da camisa Versace amassada, puxando-o com facilidade.
Os homens ao redor assumiram uma postura rígida, temerosos.
— Certo, papai, eu não o farei nunca mais, tudo bem? — Respondeu em um tom irônico e estapeou a mão do homem mais velho com força, obrigando-o a soltar suas roupas — E porra, não amasse o caralho da roupa mais ainda.
Kim Taeho suspirou frustrado, e desistiu de continuar discutindo com o filho mais novo. Ele tinha feito isso durante todo o caminho de Seul até Jeju, e agora que estavam na casa dos Park, ele não queria deixar uma má impressão, afinal de contas, eles eram os únicos convidados ali.
Taehyung passou a mão nos cabelos pretos e grandes e os ajeitou como pode, prendendo os fios mais compridos com um elástico preto, deixando os fios mais curtos soltos de maneira suave, complementando o visual meio selvagem. Ele usava uma Barroco Sea Silk Shirt de cor preta e mangas longas, parcialmente aberta, exibindo a regata branca por baixo.
A camisa cara era combinada com a Barroco Jacquard Formal Trousers também de cor preta, que abraçava suas pernas compridas de maneira perfeita e confortável, e para complementar o visual composto por peças Versace, ele escolheu um par de Adriano Loafers pretos, o mesmo que usava para pisotear as sakuras.
Para ser sincero, ele não gostava tanto da extravagância da grife, mas precisava concordar com a famosa frase que dizia que Armani vestia esposas, e Versace vestia amantes. Não que ele fosse amante de alguém, mas o visual apimentado e ousado proposto pela grife lhe proporcionaram boas bocas naquele clube noturno da noite passada.
Sim, ele sabia que não era o traje ideal para participar de um almoço formal entre dois líderes das maiores máfias ativas no país, mas não era tão ruim assim. Ao chegar do clube noturno ele até tomou um banho e escovou os dentes, poxa! A culpa era de Taeho, que não era capaz de reconhecer os esforços de seu filho mais novo.
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Flor de Cerejeira
FanficEm um universo onde o crime organizado dita as regras do mundo, as maiores organizações mafiosas detinham o poder de mudar o mundo da maneira que queriam. Jeon Jeongguk é um dos herdeiros da poderosa Yakuza, e acaba se tornando namorado de Park Haej...