Capítulo 1: O começo de tudo.

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— Sério isso? – Perguntei incrédula ao mais velho. — Vai realmente me deixar com desconhecidos aqui? – Olho em volta e logo sussurro: — Cá entre nós, eles são bizarros.

— Vira home- – Ele limpou a garganta. — mulher. Você sabe muito bem se cuidar sozinha, preciso que esteja pronta para o campeonato Sekai Taikai, caso eu não consiga trazer a Tory para o nosso lado.

Revirei meus olhos. — Se quer tanto que ela entre para o seu lado, então não precisa nem contar comigo, velh- sensei.

— Eu preciso de você no meu time. Preciso das duas. Com vocês dentro, teremos mais chances de vencer. Preciso que você treine com a sensei Kim na minha ausência. Seus métodos serão úteis para o campeonato, preciso que você pratique até cair no chão de dor – ele segura meus ombros. — eu, como o seu sensei, preciso que faça isso, treine até não poder mais. Até sentir que vai morrer, não importa. Faça o que for preciso.

A nossa conversa foi interrompida com batidas de palma. Olhei em direção ao ruído, ele vinha de uma mulher.

— Ela está em boas mãos. — se aproximou de nós. — Não pegarei leve com a sua aluna.

E realmente não pegou. Seus métodos de treinamento eram parecidos com os do sensei Kreese, porém tive a sensação de serem mais pesados, pareciam tortura. Após a primeira aula, senti que não conseguia respirar mais, meu pulmão estava prestes a sair do meu corpo e correr de mim. A lição havia acabado, ainda não tinha me enturmado, mas não é como se eles fossem conversar comigo, eu era apenas uma intrusa no Dojo deles.

— Senhorita Nguyen, parabéns por sobreviver a primeira lição. – Sensei Kim se aproximou. — Gostaria que treinasse com o meu melhor aluno, – sorriu de ladino. — Kwon Jae-sung.

Um cara com um cabelo bagunçado aparece ao lado da sensei Kim.

— Irei ser sincera com você: não sei o que o Kreese vê em você, nem na Tory, porém acho que pode se provar para mim. Este é atualmente o meu melhor aluno, graças ao seu sensei que colocou ele nos trilhos. – Kwon soltou uma risada sarcástica. — O seu objetivo será derrotá-lo pelo menos uma vez, até seu sensei voltar, então terá tempo. Se conseguir fazer isso, não questionarei Kreese por te escolher como uma das representantes para o Sekai Tekai, se falhar... Será substituída. Entendeu?

— Sim, sensei! – respondi, fazendo uma reverência. E então ela saiu, me deixando apenas com o seu aluno prodígio. — Escuta aqui, eu vi o que você fez com aquele seus colegas, como o sensei Kreese te colocou nos trilhos. Você pode até ser bom, mas eu vou sim te derrub- – e em um só movimento, eu já estava no chão.

— O que ia dizendo? — perguntou em um tom sarcástico, se levantando rapidamente. — achei que fosse mais forte.

Me levantei rapidamente, tentando acertar seu rosto, porém ele desviou, revidando com um chute na barriga, consequentemente me fazendo cair no chão novamente. Nunca me senti tão humilhada na vida.

— Sem compaixão. – Disse Kwon, preparado para me dar um soco, qual eu desviei, me posicionando novamente para atacá-lo. Tentei chutá-lo, socá-lo, mas nada parecia atingir o coreano.

Me sentia frustrada, humilhada. Fui nocauteada com apenas um chute dele. Como isso era possível? Eu era tão fraca assim?

— Fraca. – Foi a última coisa que eu ouvi antes de apagar.

[...]

Ao abrir meus olhos, senti meu corpo dolorido. Eu realmente não queria me levantar, não queria treinar, apenas queria sair de lá. Aquilo era demais para mim. Infelizmente eu não poderia fugir. O motivo? Primeiramente! Eu estou em um país desconhecido. Segundamente! Meu orgulho está ferido, eu preciso pelo menos derrubar o Kwon Jae-sung de algum jeito ou de outro. Terceiramente! Fugir é para os covardes. E eu definitivamente não sou uma. É questão de se acostumar com o treinamento.

Me levantei, me olhei no espelho e observei minhas olheiras: é, eu realmente não estava em uma das minhas melhores fases. Peguei meu celular e respondi as mensagens da minha mãe.

É uma loucura a minha mãe ter aceitado a minha viagem de última para a Coréia do Sul. Nem mencionei nada sobre o sensei Kreese, já que ele havia fugido da cadeia e ela não gostava nada dele desde o começo. O fato dele ter sido preso só aumentou seu ódio por ele.

Confiei na palavra do sensei Kreese quando ele disse que me faria uma campeã do Sekai Taikai, mas parece que ele sempre vai preferir a Tory. Suspirei.

Ok, preciso me preparar.

Entrei no banheiro, despindo o pijama enquanto encarava os machucados causados pelo treinamento de ontem e Kim Jae-sung. Como eu odiava aquele garoto. Convencido, muito convencido. E ele sabe que é muito bom.

Após um banho quente, escovei meus dentes e me preparei para o segundo dia do meu treinamento. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo baixo, deixando apenas as duas mechas da minha franja - que ainda estão na altura do meu nariz - para fora. Vesti meu kimono rapidamente e saí da cabana pequena.

Sensei Kim havia me deixado ficar lá, pelo menos até o torneio - isso se eu conseguir derrubar o Kwon Jae-sung.

— Está atrasada. – Sensei Kim disse em voz alta. — 150 flexões. Agora.

— Sim, sensei! – ouvi como os alunos cochichavam algo em coreano. Bufei e comecei a fazer as flexões. Parecia uma sessão de tortura.

— Kwon Jae-sung! – Sensei Kim se aproximou do moreno, lhe dando instruções.

[...]

O segundo dia não foi tão ruim assim. Precisava melhorar e muito, eles eram mais fortes que eu, mas isso era óbvio, aprenderam o método do punho com a Sensei Kim.

Peguei meu celular para checar as mensagens da minha mãe, ela havia ligado duas vezes. Decidi retornar a ligação.

— Finalmente, Lia! Você por acaso se tornou uma idol de K-pop? Parece bastante ocupada. Deixei você ir sim para a Coréia, mas com uma condição: dar notícias pelo menos três vezes ao dia!

— Desculpa, mãe. Eu esqueci. Eu estou bem. Andei treinando bastante desde que cheguei e-

— Não interessa! – me interrompeu. — Eu estava preocupada, filha.

— Eu sei, mãe. Desculpa. – Peguei minha garrafa d'água e a abri.

— Mas e aí? Como vai o treino?

— Na medida do possível, até que bem. Eles são mais fortes do que eu.

— Mhmm, entendi. Eu sei que você vai se sair bem. Lia, vem cá, andei pensando no que me contou sobre essa sua viagem... Eu não sei, todos esses senseis que você teve até agora eram barra pesada. Os dois principais acabaram indo parar na cadeia. Tenho medo dessa Sensei Kim-

— Ela é minha única opção para participar no torneio, mãe, na verdade, o Cobra Kai é a minha única opção. Você sabe como isso é importante para mim, apenas confie, vai dar tudo certo, nós vamos vencer, eu te darei muito orgulho!

— Certo, meu bebê. Confiarei na sua palavra. Escuta, tenho que voltar ao trabalho, me ligue antes de ir dormir. Eu amo você, tchau!

— Também te amo, mãe. – desliguei, guardando o celular na bolsa e finalmente tomando um pouco d'água.

— Nguyen, vamos treinar, você ainda não me derrubou. – Kwon apareceu na minha frente.

— Por favor, hoje não, me dá um descanso. A sensei Kim me quebrou muito hoje. – Me levantei, pegando as minhas coisas. O coreano me encarou no fundo dos meus olhos por longos segundos, o que me fez estremecer. — Ok, tudo bem. Esquece, vamos logo acabar com isso, mas pode pelo menos poupar a minha barriga? Você chuta muito fort-

Quase levei outro soco se eu não tivesse esquivado.

— Pode pelo menos avis- – E quando percebi, fui novamente jogada no chão. — E lá vamos nós de novo. – Me lavantei rapidamente.

Until One Of Us Is Down - Kwon Jae-Sung Onde histórias criam vida. Descubra agora