Capítulo 3: Hwachae pt. 2

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— Você?! — exclamaram os dois em uníssono.

— Vocês se conhecem? Que bom! Assim podemos pular as formalidades. Filho, sente-se aqui com a Lia, vou pegar o seu jantar — disse Ji-Hyo, levantando-se e caminhando em direção à cozinha.

— Nguyen, aprecio a sua determinação em tentar me derrotar, mas aqui? No restaurante dos meus pais? Sério? — Jae-Sung se sentou à frente de Lia, claramente irritado. — Vaza daqui antes que eu perca a paciência.

— Ah, claro! Porque eu perderia meu dia seguindo o queridinho da sensei Kim. Fala sério, Kwon, nem em mil anos eu perderia meu tempo te seguindo. Se eu soubesse que este era o restaurante dos seus pais, nem teria pisado aqui. A última pessoa que eu quero ver no meu tempo livre é você.

— Yah! Vai me dizer que é só coincidência você aparecer justamente no restaurante dos meus pais? Nem você acredita nisso, Nguyen.

— Claro, porque o mundo gira ao redor de você e do seu ego inflado. Poupe-se dessa humilhação — retrucou Lia, pegando outro pedaço de kimbap e mastigando de boca aberta, apenas para provocá-lo. Jae-Sung fez uma careta de nojo.

— Você é nojenta! Fecha a boca quando mastiga!

— Então sai da minha mesa e para de encher o meu saco. Já é ruim o suficiente ter que ver a sua cara todo dia no Dojo, não preciso disso no meu tempo livre.

— Saia você do restauran...

— Jae-Sung, aqui está a sua sopa, meu amor. Seu pai acabou de fazer, está quentinha. — Ji-Hyo voltou com um sorriso, apertando as bochechas do filho. Lia tentou disfarçar a vontade de rir, limpando a garganta para manter a seriedade. Jae-Sung a fuzilou com o olhar. — E então, queridos, como vocês se conhecem?

— Ela é a garota dos Estados Unidos de quem eu falei, mãe — respondeu Jae-Sung, começando a tomar a sopa em silêncio.

— Ah, sim! Jae-Sung me falou sobre você. Vocês têm essa pequena disputa, certo? Pelo que entendi, você precisa derrotá-lo? Fico feliz que sejam amigos e que essa tarefa boba não atrapalhe a amizade de vocês. Jae-Sung, deveria pegar leve com ela. Não é assim que se trata uma dama; deveria deixá-la ganhar de você — disse a mãe, encarando-o.

— Ela tá mais para um dragão do que para uma dama — murmurou Jae-Sung, mas Lia ouviu.

— Desculpe, querido, não ouvi direito. Pode repetir? — perguntou Ji-Hyo.

— Nada, omma — respondeu ele, forçando um sorriso.

— Bom, vou deixar vocês em paz. Lia, já trago o seu Hwachae, você vai adorar — Ji-Hyo se retirou novamente.

Lia havia terminado de comer o kimbap e queria sair daquela situação desconfortável o mais rápido possível, mas também não queria parecer ingrata com Ji-Hyo, que tinha sido tão gentil. Mesmo sendo a mãe do idiota que precisava derrotar, Lia gostava de conversar com a mulher mais velha.

— Nunca mais volte aqui — disse Jae-Sung, quebrando o silêncio.

— Qual é o seu problema, sério? Já falei que não vim aqui de propósito, e além disso, a escolha não é sua. Eu volto aqui se eu quiser — respondeu Lia, com firmeza.

— Não me importa como você veio parar aqui, só não quero que volte — ele respondeu, encarando-a diretamente nos olhos. — Nguyen, mantenha sua tarefa de me derrotar no Dojo. Não se envolva com a minha família. Estou sendo claro?

— Claríssimo. E, como eu disse, volto aqui se eu quiser! Você não manda em mim.

— Lia, aqui está o Hwachae — disse Ji-Hyo, voltando com a sobremesa.

Until One Of Us Is Down - Kwon Jae-Sung Onde histórias criam vida. Descubra agora