3. Mentiras

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O mar está calmo, sem nenhum indício de tempestades. Uma brisa suave balança meus cabelos ao vento, apenas fecho os olhos e aprecio o som das ondas.

Amo essa sensação, me passa leveza e paz, como se eu fosse pura consciência. Cresci tendo contato com o mar, já que meu pai é um grande pirata muito conhecido por aí, por isso ele me faz tão bem, é reconfortante e também me dá um pouco de nostalgia

Estou no barco de Luffy, escorada em um canto usando minha mochila como almofada em minhas costas. Tivemos que colocar minha bicicleta no barco da Nami, porque com ela aqui ficou apertado, então optamos deixar no dela por ser maior

Abro minha mochila pegando minha coroa na mão, ela tem tonalidade vermelha, com alguns detalhes de ouro e pedras preciosas em seu entorno. Minha mãe me deu quando eu era criança e desde então, a levo a todo lugar que vou, sem excessões

Passo meu dedo por seu entorno, e quando percebo Zoro se aproxima e se senta ao meu lado. Ele cheira a saquê, mesmo que não tenha o visto bebendo, o que nem seria indicado, ao ver o tanto de machucados que o mesmo possui

— qual é a dessa coroa? — pergunta olhando para minhas mãos, logo erguendo o olhar até meus olhos

— minha mãe — respondo — ela me deu a alguns anos, uso como amuleto da sorte

— E acha que funciona? — questiona — ele te dá sorte?

— bom, eu diria que não sou uma das pessoas mais sortudas do mundo — explico — mas diria que com ele me sinto mais confiante

— combina com você — afirma

— obrigada — digo simples

E então só ficamos em silêncio, um ao lado do outro observando a imensidão do oceano, apreciando a sua companhia, até Luffy se aproximar um pouco de nós

— eu tava aqui pensando — começa o moreno — você é uma vampira? — pergunta me encarando pensativo

— não — respondo confusa — o que te faz pensar isso?

— bom, você tem cabelo preto e vermelho, tem pele clara, e tem o negócio do poder de sangue — explica — faz todo sentido!

— são bons pontos, mas ainda assim não me fazem uma vampira — rio leve

— não sei se acredito — diz fazendo beicinho

— vampiros não podem pegar sol, e cá estou eu, no meio do oceano num dia ensolarado

— você pode ser uma vampira mais moderna — Luffy fala despreocupado — e não vai me enganar, posso guardar esse segredo — pisca

— não é possível — dou risada

— se não é, por que tem dentes que nem os dos vampiros? — questiona

— genética — viro a cabeça. Tenho dois dentes que são um poucos mais afiados que o normal, acho que chama caninos

— vampiros mentem bem, juro que não conto pra ninguém, vampira! — ele diz dando uma risadinha indo para o outro lado do pequeno barco

— ele é sempre assim? — pergunto a Zoro

— até então é — responde

— até então? — repito sua resposta

— formamos o bando a um dia — fala ríspido me pegando de surpresa

— um dia? — digo incrédula — bom, se for analisar o "navio" e a quantidade de membros no bando, eu poderia ter imaginado, mas vocês dois são tão próximos, parece que se conhecem a tempos!

Bloody Lady - Roronoa Zoro Onde histórias criam vida. Descubra agora