Bloody Lady - Roronoa Zoro

1. terra a vista

POV: Kira

Acordo com o sol batendo contra meu rosto, bocejo tentando me sentar, até eu quase cair no mar com o balanço do bote, ótimo jeito de me lembrar que estou à deriva no meio do mar em um barco de pesca. Ele é simples, feito de madeira e deve caber umas cinco pessoas, dá pro gasto.

  Me sento delicadamente, fazendo movimentos leves. É um tédio ficar aqui dia e noite, não tem nada nem ninguém. Quando embarquei nisso aqui, achei que fosse achar algum bando de piratas vagabundos vagando por aí, pra eu roubar o navio deles, mas já se passaram dez dias e nada.

  Além do barco já ser pequeno, minha bicicleta ocupa metade do espaço, ela é muito importante pra mim, mas às vezes me dá vontade de jogar ela no mar. Ela é preta e tem detalhes em vermelho e dourado, com uma cestinha na frente, parece de criança, o que só a torna mais especial.

Minha comida já acabou e não tenho mais nem um pingo d'água. Se eu não chegar em terra firme logo, vou morrer. Encosto minha mão no mar, tocando a água por poucos segundos, engraçado não é? rodeada de água, mas mesmo assim quase morrendo de sede, queria poder bebe-la, pena que é salgada.

Quando estou prestes a me deitar no fundo amadeirado do barco, avisto alguma coisa. Será um navio? Não, não está se mexendo. É uma ilha!

- terra à vista! - grito rindo. Você pode até achar isso brega, mas quando eu era criança era meu sonho ser pirata só pra poder falar isso

Nem acredito que vou finalmente desembarcar, já estava sendo uma tortura ficar aqui sozinha no tédio o dia todo. Gosto de manter minha mente ocupada, se não meus pensamentos me corroem, boa parte do tempo que passei aqui, foi contando estrelas e vendo quais formatos tinham as nuvens. Não diria que foram os melhores passatempos do mundo, mas o que eu poderia fazer? Era o que tinha.

Organizo minhas coisas dentro da minha mochila rapidamente, e logo começo a remar pra acelerar o caminho até a costa.

Chegando no porto, amarro o barco com uma cordinha numa estaca e desço andando até a praia e conduzo minha bicicleta ao meu lado. A sensação de estar em terra firme é inexplicável, me dá uma leve tontura, mas ignoro e continuo andando.

- O que aconteceu aqui? Que horrível - digo olhando ao redor, essa cidade está totalmente destruída.

Tem algo de errado, além do estado que o lugar se encontra, não tem ninguém circulando por aí. Será uma cidade abandonada? Tomara que não, se for, não vou conseguir comida tão fácil.

Adentrando cada vez mais a pequena vila, avisto uma espécie de tenda, de certo que lá deve ter alguém, vou lá dar uma olhada.

Ouço vozes vindo da parte externa, não posso abaixar minha guarda, pode ser que não sejam amigáveis. Entro na tenda pelos fundos, logo avistando barris, minha única opção vai ser rouba-los, já que tô sem um tostão, desculpa aos donos, mas é por um bem maior

Me aproximo com cuidado para não fazer barulho e chamar a atenção das pessoas do lado de fora. Abro um deles, está cheio de maçãs até o topo, é como achar ouro para quem já está a dias sem comer.

Pego uma, pronta para comer, tento levá-la até minha boca, quando sou parada por uma espada no meu pescoço, vindo de alguém atrás de mim.

Olho por cima de meus ombros, e lá está um cara me olhando rindo com deboche. Vou me virando vagarosamente com as mãos para cima, ainda com a espada apontada para mim.

— Quem é a mocinha aí que ousou tentar roubar os piratas de Buggy? — o homem fala me olhando de cima a baixo. — devia saber que iria acabar mal

— sou apenas uma visitante, acabei me perdendo.. vai me matar? — faço cara de inocente, forçando lágrimas aparecerem nos meus olhos — não sente nem um pouquinho de dó de mim? — me aproximo aos poucos, desviando da espada.