A última pista de charlie

CAPÍTULO 3

𝑹𝒖𝒎𝒐 𝒂𝒐 𝑷𝒂𝒔𝒔𝒂𝒅𝒐

Com o cair da noite, a cidade que Charlie havia acabado de deixar parecia se afastar no retrovisor de seu carro. Ela estava agora dirigindo de volta para a cidade onde tudo havia começado, suas anotações e novos conhecimentos ainda frescos em sua mente. A menção da gangue adicionava um novo e inquietante elemento à investigação, e Charlie sabia que precisava agir rapidamente para descobrir mais sobre essa possível conexão.

Ao chegar em casa, Charlie imediatamente começou a revisar os documentos que havia coletado ao longo dos meses. A ligação da gangue com o acidente de seus pais poderia ser a chave para entender o que realmente aconteceu naquela noite fatídica. O próximo passo era procurar informações sobre a gangue mencionada por Thomas Richardson.

Ela iniciou a pesquisa em registros antigos, arquivos policiais e jornais da época, tentando encontrar qualquer menção à gangue. Em sua busca, encontrou vários artigos sobre uma gangue chamada "Os Sombrios", que tinha sido ativa na região anos atrás. A gangue era conhecida por seus crimes violentos e por operar fora da lei, muitas vezes usando veículos roubados em seus crimes.

Charlie fez uma pausa e refletiu. Se a gangue ainda estivesse ativa ou se tivesse feito uma mudança significativa, isso poderia ter influenciado o acidente de seus pais. A partir dos registros, ela descobriu que a gangue havia sido desmantelada após uma grande operação policial, mas algumas de suas atividades ainda estavam envoltas em mistério.

Com essas informações, Charlie decidiu que seu próximo movimento seria investigar o impacto da gangue na cidade e tentar encontrar antigos membros ou pessoas que pudessem ter sido afetadas por suas ações. Ela contatou um antigo detetive que havia trabalhado no caso da gangue, na esperança de obter mais detalhes.

O detetive, chamado Paul Reynolds, aceitou encontrar Charlie e marcou um encontro em um café local. No dia seguinte, ela se dirigiu ao local, sentindo uma mistura de ansiedade e determinação. Quando chegou ao café, encontrou Paul sentado em uma mesa, uma xícara de café à sua frente e uma expressão de cansaço e curiosidade.

"Charlie Anderson?" Paul se levantou e estendeu a mão. "Sou Paul Reynolds. Vamos conversar sobre a gangue?"

Após as apresentações, Charlie explicou sua investigação e como a menção da gangue por Thomas Richardson parecia estar conectada ao acidente de seus pais. Paul ouviu atentamente, seu olhar se tornando mais sério à medida que a história avançava.

"Eu trabalhei no caso dos Sombrios," Paul disse finalmente. "Era uma gangue perigosa e extremamente evasiva. Muitos dos membros foram capturados, mas alguns conseguiram escapar e se esconder. É possível que eles ainda estejam na região ou tenham deixado rastros que não foram totalmente seguidos."

Charlie anotou cada palavra, compreendendo a complexidade do que estava enfrentando. "Você pode me dar mais detalhes sobre os membros da gangue ou sobre qualquer atividade suspeita na época?"

Paul consultou suas anotações antigas e começou a relatar detalhes sobre alguns dos membros-chave da gangue, incluindo seus possíveis esconderijos e conexões. "Alguns dos líderes da gangue eram conhecidos por frequentar uma série de locais na área, incluindo um armazém abandonado. Pode ser um ponto de partida para sua investigação."

Com essa nova pista, Charlie sabia que precisava agir rapidamente. A possibilidade de que algum membro da gangue ainda estivesse por perto adicionava um senso de urgência à sua busca. Ela agradeceu a Paul pela ajuda e prometeu mantê-lo informado sobre qualquer progresso.

Ao deixar o café, Charlie dirigiu-se ao armazém abandonado mencionado por Paul. O local estava à margem da cidade, escondido entre árvores e vegetação densa. A aparência do armazém era de abandono total, com portas enferrujadas e janelas quebradas. Charlie estava preparada para enfrentar qualquer situação, sabendo que a resposta para o mistério dos pais poderia estar escondida ali.

Enquanto ela se aproximava do armazém, sentiu uma onda de nervosismo e determinação. O que ela encontraria lá dentro poderia ser crucial para entender o que realmente aconteceu naquela noite fatídica. Com uma lanterna em mãos e uma sensação de expectativa crescente, Charlie abriu a porta e entrou no armazém escuro e silencioso, ciente de que cada passo a levava mais perto da verdade, mas também do perigo.

O som dos seus passos ecoava pelas paredes vazias, e cada canto do armazém parecia esconder um segredo. Ela vasculhava o lugar com cuidado, tentando encontrar qualquer pista que pudesse estar relacionada ao acidente de seus pais e à gangue. O tempo estava passando, e Charlie sabia que a cada momento ela se aproximava de uma revelação que poderia mudar tudo.

Charlie avançava com cuidado pelo armazém escuro, iluminando o caminho com sua lanterna. As sombras dançavam nas paredes e o som de seus passos ecoava, criando uma sensação inquietante. O local estava coberto de poeira e teias de aranha, mas Charlie estava determinada a encontrar alguma pista que ligasse a gangue "Os Sombrios" ao acidente de seus pais.

Ela se aproximou de uma pilha de caixas empilhadas num canto do armazém. As caixas estavam empoeiradas e pareciam não ter sido mexidas há anos. Com um pouco de esforço, Charlie abriu uma delas e encontrou uma variedade de objetos antigos: ferramentas enferrujadas, roupas desgastadas e papéis rasgados. Não havia nada imediatamente revelador, mas Charlie não desistiu. Continuou sua busca, abrindo caixas e vasculhando os cantos escuros do armazém.

Depois de uma hora de buscas infrutíferas, Charlie notou uma porta pequena e enferrujada na parte traseira do armazém. A porta estava quase escondida pelas sombras e pela sujeira acumulada. Sentindo uma pontada de esperança, Charlie se dirigiu até lá e tentou abrir a porta. Ela estava trancada, mas parecia ter sido recentemente, com marcas de arranhões e vestígios de uso.

Charlie puxou seu celular e usou a lanterna para examinar melhor a porta. Foi então que notou uma pequena fenda na parte inferior da porta. Havia um pedaço de papel visível lá dentro. Com cuidado, Charlie usou uma pequena ferramenta que carregava consigo para retirar o pedaço de papel. Quando desdobrou o papel, viu que era uma anotação escrita à mão.

As palavras eram quase ilegíveis devido ao desgaste, mas Charlie conseguiu decifrar partes do texto: "...reunião marcada para a noite... local seguro... plano para o próximo golpe..."

O texto parecia indicar uma reunião ou um plano que poderia estar relacionado às atividades da gangue. Charlie sentiu uma onda de empolgação. A reunião mencionada poderia ser crucial para entender a conexão com o acidente de seus pais.

Determinado a descobrir mais, Charlie procurou uma maneira de abrir a porta. Com um esforço adicional, conseguiu arrombar a tranca e entrou em um pequeno cômodo escondido. O espaço era minúsculo, mas estava mais organizado do que o restante do armazém. Havia uma mesa velha coberta por papéis, mapas e fotos. A mesa parecia ser um local de planejamento.

Charlie começou a examinar os documentos, tentando encontrar informações relevantes. Entre os papéis, encontrou uma pasta com documentos detalhados sobre a gangue e suas operações. Havia mapas com locais marcados e anotações sobre vários pontos estratégicos. Alguns dos documentos pareciam mencionar veículos roubados e rotas de fuga, o que poderia estar ligado aos crimes cometidos pela gangue.

O que chamou mais a atenção de Charlie foi uma foto em preto e branco. Na imagem, ela viu um grupo de homens em um local que parecia ser o próprio armazém. No centro da foto, um homem com um rosto parcialmente visível usava uma jaqueta que Charlie reconheceu de um antigo relato policial. A descrição do homem era similar a de um dos líderes da gangue mencionado por Paul Reynolds.

A descoberta foi uma reviravolta crucial na investigação. Se a gangue havia se reunido aqui e planejado atividades subsequentes, era possível que eles tivessem se envolvido em algo que levou ao acidente de seus pais. Charlie fez cópias digitais dos documentos e da foto para revisar mais tarde e se preparou para deixar o armazém.

Ao sair, ela notou algo mais: um marcador de mapa que havia sido deixado sobre a mesa, indicando um local específico na cidade. Charlie anotou a localização e decidiu que seu próximo passo seria investigar esse ponto, pois poderia ser o próximo elo na cadeia de eventos que precisava desvendar.

Com a mente fervilhando de novas pistas e possibilidades, Charlie sabia que estava se aproximando da verdade. O caminho à frente poderia ser perigoso, mas estava mais determinado do que nunca a descobrir o que realmente aconteceu naquela noite fatídica e como a gangue "Os Sombrios" estava envolvida.

𝓒𝓸𝓷𝓽𝓲𝓷𝓾𝓪...