One Shots, Poemas E Afins

Bela e Phill

E se ambos estiverem quebrados?

Porque sempre um tem que salvar o outro?

Porque eles não podem se destruir juntos?

Porque um não traumatiza mais ainda o outro?

Porque sempre nos fazem pensar que vai existir alguém pra nos salvar?

Quando na verdade o que mais existe é gente tão fudida quanto a gente

E sabe, essas pessoas são as que mais te fazem sentir viva.

Mas dps te deixam na merda.

Mas eu penso, e se desse certo?

E se o - com - desse + de verdade, não só na matemática?

Seria daora.

Pô, seria o casal do ano.

E provavelmente os suicidas do ano seguinte.

E tá tudo bem.

.........

Me sento na grama ao seu lado na noite fria, quase congelante.

O lago à nossa frente reflete as poucas estrelas que iluminam o céu junto da luz principal da noite, a lua. Minha companheira de tempos e tenho a forte impressão de que ela também é a melhor amiga do homem ao meu lado.

Eu nunca procuro companhia, muito menos início contato social com qualquer ser humano, mas quando pus meus olhos nas costas grandes que se destacavam na camiseta cinza claro, senti a enorme vontade de me aproximar. Não sei se foram seus traços forte ou a solitude que emanava de seu corpo que me chamou para perto igual o canto da sereia atraí o marinheiro, mas lá estava eu, me aproximando cada vez mais a ponto de sentar praticamente à um metro de distância.

Permaneci em silêncio.

Ele fumava um cigarro que já estava pela metade, seus olhos sem foco e perdidos na água escura do lago, por um momento pensei que não tinha percebido minha presença ao seu lado, mas poucos segundos após finalizar seu cigarro e o apagar com a ponta do sapato preto, ele soltou um suspiro e me olhou.

E por um segundo, pude jurar que senti meu coração pulsar.

Pude sentir que estava viva.

Pude sentir um pequeno gosto bom na boca, não aquele amargo que eu estava acostumada a conviver.

Suas íris eram negras, escuras como o céu da noite, mas não haviam estrelas ali, não havia nada além da pura escuridão. Suas sombrancelhas franzidas o deixavam ainda mais sério enquanto nos olhamos.

E pela primeira vez em anos não consegui ler o que os olhos de alguém diziam. Eu não sabia se ele queria que eu fosse embora ou permanecesse. Seu olhar era um mistério pra mim.

Por um segundo me senti mal por ter invadido seu espaço por um puro desejo egoísta.

Porém, permaneci sentada. Ao invés de me levantar e ir embora como uma parte de meu cérebro gritava para eu fazer, apenas ergui os joelhos eos puxei para perto do meu peito abraçando-os com força.

Novamente a droga do sentimento.

Raras vezes eu sentia algo tão forte a ponto de me fazer partir do meu ponto de inércia.

Não posso afirmar com certeza, mas acho que o sentimento que mais odeio é a insegurança, e eu tenho convivido com ela a bastante tempo, e para meu grande desgosto, ela estavs batendo na porta nesse exato momento.

Quando voltei meu olhos para a frente, tentando espiar com a visão periférica a reação ou estado do homem, pude perceber que ele ainda me encarava.

Então o encarei de volta.