ASSASINO | PART 2

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"A Terra grita em silêncio enquanto sua vida é extinta, vítima de um genocídio ambiental."


O sol poente tingiu o céu de tons dourados intensos enquanto a tarde se inclinou sobre Cliffor. Encurtava meus passos a cada centímetro que eu vasculhava e me colocava entre as árvores que sacudiram seus galhos por cima da minha cabeça. A calça de tom preto prensava em meu corpo, junto a camisa branca social que escondia meus músculos robustos.

Pisoteio a sola do tênis preto sob as folhas secas que cobriam a estrada da floresta. Meus olhos verdes escondidos pelo óculos de sol que compreendia uma pequena porcentagem de grau se estreitou, fazendo-me segurar firmemente a bengala por entre meus dedos.

— Preciso me cansar de querer tanto proteger esses animais selvagens de Cliffor. - Soei minha voz cansada. Senti a falta de ar consumindo meus pulmões pouco a pouco.

A floresta se mantivera em um silêncio pesado por longos minutos, enquanto eu caminhava, o silêncio fora interrompido apenas pelo eco distante das passadas do animal que corria na direção contrária, adentrando um matagal e indo ao início da floresta. O sol se intensificou no horizonte enquanto ele seguia uma trilha estreita, guiado pelo rastro deixado pela presa que agora se tornara medrosa, aparentemente, se escondendo de um predador feroz.

Dei um passo para frente. Respirei profundamente e tentei me ir rápido o suficiente para encontrá-la, a fim de protege-la.

Foi tarde. Ao tempo em que pisei meus pés na estrada de chão frente a delegacia local, a Égua rinchou e ecoou seu medo pelas paredes erguidas. O caminhão não parou. A velocidade não foi cessada, fazendo com que o barulho das patas do animal surgisse fortemente pelas nossas escutas e os ossos sendo quebrados surgissem ainda mais profundos.

Em poucos segundos, minha visão se intensificou e eu trouxe meus dedos para perto do meu óculos de sol. Retiro-o brevemente, colocando outra vez ao ter certeza de que era ele, o Sargento Raul Martins. Ele avançava com determinação através do animal caído sob a estrada. Sua arma pronta para qualquer movimento. Meus instintos ferozes me enviavam uma bela desaprovação com o que meus olhos avistaram.

Deixando-o agir como ele bem entendia, segui seus passos. Após longos minutos, finalmente, após se aproximar impaciente da Égua, o animal majestoso estava parado a poucos metros de distância, sua pelagem brilhando sob a luz crepuscular. Com um movimento rápido e preciso, o Sargento apontou sua arma e disparou. O som estridente do tiro perfurou o ar tranquilo da comunidade, seguido pelo grito de agonia do animal. Ela caiu com a cabeça pesadamente sobre o chão, seus olhos expressando dor e confusão enquanto sua vida se esvai rapidamente.

Assustado, segurei mais firme na bengala. Raul, com seu fardamento e arma ao lado do corpo, se aproximou do animal caído, olhando para ele com uma mistura de triunfo e indiferença. Era apenas mais um troféu para ele, mais uma tarefa cumprida em sua carreira como policial florestal. Sem hesitar, ele se afastou e com tamanha insignificância, se preparou para voltar para dentro da delegacia.

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⏰ Última atualização: Aug 06, 2024 ⏰

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