Uma semana e três dias haviam se passado desde o início da tempestade. Todos os dias, desde a escrita da maldita carta, tiveram a presença contínua das moléculas de H2O que molhavam tudo, desde o topo dos prédios até as fronhas dos travesseiros. As HellsAngels não tinham o que fazer para encontrar sua sub-líder; o clima era sempre pesado, mesmo que estivessem rindo e realizando suas atividades. A gangue, graças ao esforço e trabalho contínuo instruído pela líder, não teve grandes perdas em vendas e ações realizadas pela cidade. Todas as meninas sentiam a falta de Renata; sua ausência era um buraco fundo, sem explicação, ao qual não se conseguia ver o fim. Era hora do retorno das decisões difíceis, que já havia chegado três dias atrás, quando exatos sete dias se completaram.Pesarosa, a morena, que usava uma lace loira no dia, reuniu suas meninas para alinhar algumas informações e objetivos a serem realizados, além, é claro, da pergunta sempre refeita: "Alguma notícia?", que sempre recebia uma negativa como resposta. Depois de uma hora de uma reunião caótica — afinal, eram trinta integrantes ao todo, e mesmo que não estivessem todas presentes, sempre haveria tumulto —, a hierarquia da gangue foi convocada para assuntos mais específicos. Selena Moretti, terceira na hierarquia, cargo de estrategista; Mai Suzuki, quarta na hierarquia, cargo de organizadora.
— Bem, como o último tópico dessa reunião. Vocês sabem que a ausência da Renata parece não ter prazo pra acabar, se é que vai. — dizia normalmente. O tempo passado tinha tornado as coisas um pouco mais fáceis (?), acho que podemos descrever assim.
— Claro que vai, patroa, credo — emendou Selena.
— A chefe é forte, patroa. Já já ela tá aqui com a gente de novo — Mai completava.
— Enfim, nossa hierarquia está desfalcada, e vocês sabem que eu preciso me ausentar constantemente pra resolver algumas pendências fora da cidade. — a cara de não entendimento das outras duas era até cômica — Então, temporariamente, ou não, você é a 02, Selena, e você a 03, Mai.
Deixando as duas exclamando vários "O quê?" para trás, Cristal descia as escadas do mezanino até o térreo do local com a intenção de ir trabalhar, rindo baixo pela reação de sua agora hierarquia primária. Era óbvio que outra pessoa na posição de sub-líder nunca era cogitada pelas outras meninas, mas era necessário, e sabia disso. O crime não espera. Apesar de estar realmente precisando de um dia rindo das besteiras das recrutas enquanto rouba alguns porta-malas, Nário, o grande mandante do crime local, requereu uma reunião com a líder para que resolvessem as pendências dos materiais necessários para a confecção de seus produtos.
— Como a dona Renata me comunicou, conseguimos reformular a estrutura dos produtos de vocês para que eles não precisem de tanto cobre. Aparentemente, o produto realmente parou de rodar pela região. — Nário era uma figura respeitada e mantinha o crime girando pela cidade.
— Maravilha, tenho certeza de que a sua porcentagem vai ser bem maior agora. — feliz pelo problema resolvido, a mais baixa ressaltava os benefícios ganhos pela outra parte. A relação da gangue sempre foi boa com os mandantes, especialmente por um dos contatos mais antigos que a temporariamente loira tinha, Rogerinho, antigo funcionário da mansão Giorno, e agora, uma grande influência criminal.
— Então é isso, dona Cristal. Mantemos contato para futuros negócios, e deixo a mensagem de que um velho amigo quer contato com você — avisou já se retirando do galpão abandonado reservado para a reunião.
Saber que, mesmo depois de anos, Rogerinho ainda se importava com ela era acalentador. Quando trabalhava para seus pais, o homem sempre bem vestido era quase um mordomo pessoal de Cristal. Porque era pago pra isso? Não, porque gostava muito da garotinha, que, após ser "expulsa de casa" para aprender a viver sem suas regalias e se juntar à criminalidade, o reencontrou e descobriu que, além de milhares de empresas adquiridas, como a de aluguéis de veículos, também havia se tornado, como ela, uma grande influência no mundo do crime. Digamos assim que, com a união dessa dupla, ambos se tornaram tão grandes quanto são hoje, e, mesmo assim, vez ou outra, o mais velho lhe cobrava atualizações pessoais, igualzinho a quando era criança e acabava de chegar do colégio interno.
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My best mistake (CRISNATA)
FanfictionCristal NUNCA esperaria vê-la de forma diferente. Seu coração acelerava enquanto dirigia seu carro de forma apressada, fugir pra algumas pessoas nunca era uma opção, sempre fez questão de ensinar isso pras suas meninas. Mas ao mesmo tempo sua gangue...