Capítulo 1 - Levada

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(Esqueci de falar na descrição, Wendy tem 18 anos)

- Tenha cuidado!  - Minha mãe alerta -  Não vá pegar muita chuva! Quem vai ter que se responsabilizar depois será eu, pra correr atrás de remédios!

- Eita como reclama...  - Digo baixo e recebo um pano de louça na cara.

- Pois eu reclamo!   - Bufou voltando a lavar a louça.

- E muito...   - Ela me olhou irritada de novo - Digo! Talvez até me encontre com o chato do Marcos.    - Digo sorrindo de canto.

- Respeite ele, é seu padrasto.  - Apontou o dedo.

- Ele não me convenceu por completo que é o cavaleiro dos seus sonhos.  - Sorri de canto cruzando os braços, a fazendo rir.

- Eu nunca disse isso, menina! Oh! Cê tá perdendo o tempo, vai antes que o mercadinho feche! E não esqueça de comprar o leite, e compra alguma coisa pra ele, só pra.. Você sabe, aumentar o laço entre vocês.   - Sorriu gentil.

- Okay ok.. Irei pensar. Tchau!  - Me despeço saindo e abrindo o guarda-chuva e assim caminhando.

Hoje não estava tão movimentada as ruas, afinal tá chovendo e já quase noite, só tem algumas famílias ali, alguns rapazes ali na praça...

Para mim era a hora perfeita e o momento certo para esticar as pernas.

Suspirei respirando aquele vento gelado, e de longe pude perceber ele vindo.

- Eae, garota.

- Olá, porte de nós todos.  - Sorri e ele me apertou a mão em cumprimento.

- Vai no mercado? Quer que eu a acompanhe?   - Sorriu gentil.

- Não. Eu tô bem. Ela que tá carente.. “Cavalo dos sonhos”  - Digo baixinho.

- Oi?!   - Me olhou confuso.

- Cavaleiro!   - Sorri inocente.

Ele estreitou os olhos na minha direção e riu passando a mão na minha cabeça e se afasta.

- Vou deixar passar dessa vez. Até daqui a pouco.   - Acenou se afastando.

- Até!   - Acenei sorrindo e volto para o meu caminho.

Chego no mercadinho, procuro o que preciso e chego na parte das geladeiras, e olhei alguns energéticos.

- ... Criar laços...  - Murmuro segurando duas latas de Red Bulls.

Marcos era um cara legal... Ele estava tentando, afinal, ser legal comigo... Perdi meu pai aos meus doze anos de idade, já passou seis anos de lá pra cá.

Eu me lembro um pouco dele, entretanto.. Parece que as lembranças com ele, estão sumindo... Ele era bem ligado no trabalho, mas as folgas eram.. Incríveis... Apenas vinte e quatro horas bem aproveitadas... Além das férias... Ele era um bom pai...

Agora Marcos chegou na nossa vida, não deixando minha mãe ser consumida pelo poço sem fundo, e trazer um pouco de alegria para nós. Até hoje eu lembro de como tentava me manter longe dele, o odiava com todas as minhas forças, afinal, eu estava passando pela fase rebelde, tentava evitar contato de todas as formas...

Agora estou aqui, comprando energéticos pra pra mim e pra ele.

Volto à realidade e ponho as latas no cestinho, pronta pra ir ao caixa, sinto uma sensação estranha; algum filho da mãe tarado estava me secando.

Ah que legal! Justo agora.

Respiro fundo e ignoro indo pro caixa, quando vejo um pacote de salgadinho e ia pegar... A sensação cresceu e simplesmente deixei quieto só pra pagar mais rápido as compras.

𝑂 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 |  SLENDERMANOnde histórias criam vida. Descubra agora