Capítulo 3 - Fantasma

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Abri um sorriso em ali e rapidamente desci as escadas.

- Mãe! Mãe! Eu voltei! Mãe!

Enquanto corro para vê-la, fico pensando que papo foi aquele que eles já sabem..? Eles quem? Aqueles malucos? Ou... Tem mais?

Foi quando a vi conversando com Marcos... Ela parecia tão.. Desamparada... Mas estou aqui agora!

- Mãe! Mãe, eu tô aqui, eu...





Eu nunca soube o que a vida me guardava.
Se algum dia, eu iria conseguir comprar algo decente para minha mãe ou para meu padrasto... Se algum dia iria recompensar literalmente por tudo que me fizeram...
Sempre ouvi a frase "nunca é tarde para isso", mas confesso que dessa vez... Foi tarde demais.

- Mãe! O quê..? Por quê?!

Eu passei pela minha mãe como se fosse um mero fantasma. Ela não me ouvia, ou me via, ela só chorava sendo amparada por Marcos o qual também não me enxergava.

Meu coração acelerou aos poucos sentindo lágrimas em meus olhos não acreditando naquilo. Não poderia ser verdade...

- Mamãe...

Tentei tocar sua mão mas acabo passando por ela... Era como se.. Eu estivesse morta, ou algo assim.. Espere.. Eu morri? Lágrimas caem pelas minhas bochechas ao cogitar isso.

Não.. Isso só pode ser obra dele... Eu juro que alguém vai realmente morrer hoje!.. Ou amanhã... Ou só quando eu tiver coragem mesmo...

Tento tocar em mamãe de novo mas foi em vão, desabei em lágrimas. Eu os via bem aqui, na minha frente. Tentei mais de uma, duas, três vezes chamar a atenção deles... Mas nada funcionou... Droga...

Sentei no chão praticamente caindo aos pés de mamãe, e chorei como uma criança. Por que isso estava acontecendo justamente comigo?!




Na madrugada...

Me encontrava na mesma posição de antes; com certeza já passava da meia noite quando vi minha mãe ir para o seu quarto junto com Marcos. Bom, agora eu não poderia remoer pelo leite derramado... E já consigo uma ideia.

Me levantei na hora, realmente não irei ficar chorando, mesmo sendo difícil aceitar minha realidade...

Dei uma última olhada para a porta do quarto dela.

- ... Eu prometo que vou voltar, e resolver isso... - Suspirei saindo de casa com uma dor no peito. Estou sendo esquecida? Era isso que estava acontecendo comigo ou realmente bati as botas? Agora como? Tudo aquilo foi uma mentira? Aquelas pessoas? Bom, só agora saberei se caí em algum tipo de inferno ou em uma casa mal assombrada...

Foi quando escutei um miado e olhei para baixo me deparando com um gato, e entendi que se tratava do gato da vizinha... Espere... Gatos viam espíritos...

- Senhor Manchas... -Sussurrei e uma lágrima desceu sobre minha bochecha.

Curiosamente consegui fazer carinho e ele miou gostando... Realmente gatos viam fantasmas.

Segui meus passos para a floresta, como eu me lembrava. Eu não tinha noção de como os enfrentar, ou melhor, o enfrentar, afinal, ele que me levou para sua casa, ou seja, apenas estava sendo impulsiva e querendo respostas.

Cheguei na entrada da floresta, observando aquele tanto de árvores ao meu redor... E quando dei meu último passo... Sou puxada por uma força assustadora sendo mandada para frente de uma casa extremamente abandonada; lembro-me que não havia visto por fora.

O céu estava cinzento, e a floresta atrás de mim era macabra com suas folhas secas e árvores tortas; eu segurava uma faca de pulso na qual peguei emprestado das coisas de Marcos, eu precisava pra me defender. Tomando coragem, avancei para as portas enormes e não tive nenhum esforço, afinal ela se abriu magicamente.

Segurei firme a faca adentrando no local não me deparando com tanta gente dessa vez.

-... A-apareça! - Gaguejei mesmo sabendo que qualquer um poderia aparecer ali. Percebo o fogo da lareira se agitar.

 "Você veio... Como o esperado..." - A voz em minha cabeça soa grave entretanto tranquila.

-  ... Mas agora por um motivo maior... Você tirou a capacidade deles de me ver! - Por pouco não gritei mas, estava prestes à explodir - Por quê fez isso?!  - O homem sem rosto não me respondeu, ao contrário, deu as costas se virando para o fogo da lareira.

"Você está marcada por nós... Além de você... Eles também poderão se ferir".

Eles... Estava falando deles...

- Você com certeza é um psicopata à sangue frio! Mas agora estou aqui... E deixarei bem claro... Não serei como seus... Sei lá o que eles são.  - Digo vendo alguns aparecerem.

Slender fez um sinal com a mão os fazendo recuar.

- E então?   - Seguro firme a faca em minhas mãos -  Vai me matar agora?

"... Eu nunca deixaria você morrer... Nunca se quer, mataria você..."

𝑂 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 |  SLENDERMANOnde histórias criam vida. Descubra agora