Capítulo 27 > Seungmin

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(Kim Seungmin)

Dirigia pelas ruas de Seul, era noite e a cidade brilhava, não sei o que fazer, tudo tava um caos, tudo que sentia era um caos.

Primeiro meus pais, tentei por tanto tempo evitar pensar neles, pensar que minha irmã não imaginava o que acontecia comigo mas... ela tinha onze anos, temos noção com essa idade, Eunji nunca percebeu? Ou teria fechado os olhos para imaginar a família feliz que tinha, que queria ter.

Nunca dividi isso com outra pessoa, e por isso cheguei ao meu limite, então conheci meus amigos, Felix foi quem confiei a contar tudo, tudo que senti durante minha infância e adolescência naquela casa, ela era tudo, menos o meu lar

O que mais me magoa é ele ter fechado os olhos que nem todos sempre fizeram, ele sabia de tudo, e mesmo assim cometeu o mesmo erro, mentir, me machuca ele ter feito isso, si ao menos eles tivessem me contado, seria menos pior, poderia arranjar uma forma de me acostumar.

Estacionei o carro perto do rio Han, olho para o mesmo, foi aqui, aqui que decidi viver de novo, acho que foi uma escolha sabia, e mesmo assim ainda doía, abaixo a cabeça com a mão sobre o volante, odeio sentir isso, odeio passar por tudo isso e não consegui mudar, mesmo que tente as coisas sempre voltam, todos cansaram de mim, até eu mesmo.

Só queria que me escutassem, mas as coisas vivem se repetindo e não tenho controle sobre elas, Eunji é minha irmã, a amo, tudo que queria era protegê-la, e agora quem precisa de proteção sou eu, não tem ninguém para me acoler, não quero ser um pesso para meus amigos, e não achava que uma simples decisão de fazer minha irmã morar comigo me levasse a isso. Não tem como ela nunca ter reparado, você repara em quem se importa, talvez seja isso, sou apenas uma pessoa sem importância em sua vida.

Desejo que ela esteja acordada, e bem, que seja feliz com aqueles que a faça feliz, mesmo que isso signifique ter pegado muitas coisas de mim, coisas que não controlo. Não posso controlar o que Felix sente por ela, mais posso controlar o que vou fazer, posso ser chamado de egoísta, mais ninguém suportaria a dor que passei

Imagina no seu aniversário de dez anos, comemorarem mais sobre a apresentação de sua irmã, do que seu próprio aniversário. Então podem me chamar de egoísta, pois suportei isso sem falar com alguém, e para a única pessoa que contei... a única, me trocou por ela, como todos fizeram minha vida inteira.

Levanto minha cabeça passando a mão pelo rosto secando as lágrimas, que desciam a cada segundo, me pergunto o que fiz de errado para pagar com toda essa dor que sinto no meio peito

-Por que? O que eu fiz de tão errado para pagar assim?! - um soluço saí dos meus lábios enquanto aperto o voltando do carro, não aguento mais...

Começo a respirar com mais calma para tentar controlar minhas lágrimas, não adianta nada ficar lamentando por coisas do passado, só preciso aguentar firme, sobreviver, quem sabe um dia verei se todo esse esforço valeu a pena, pois é tarde de mais para desistir.

Olho uma última vez para aquele rio antes de ligar o carro e dirigir para longe, não sei aonde devo ir. Não tem um lugar ou uma pessoa que esteja me esperando...

•••

Sentado em uma loja de conveniência, terminando de comer um simples Lamen, não comia tinha algumas horas.

O lugar que estou é de frente para uma grande janela de vidro, onde da para ver um parque, tinha famílias e casais por aqui, era um lugar tranquilo

-Mamãe - escuto uma garotinha falar -Pode comprar isso para mim?

-Meu amor... da última vez deixei você escolher, agora é sua irmã, na próxima eu compro, pode ser?

A garotinha ri -Tá bom... só não esquece

-Não irei, agora vem, vamos pegar um sorvete para você como tinha te prometido - escuto pequenos passos se distanciando

Tem pessoas com muita sorte por aí enquanto reclamam, essa garotinha tinha sorte.

Meu celular vibrou, o pego e tinha uma mensagem de Bangchan, ele quer me ver junto dos meninos, para conversar, tô com a cabeça tão cheia que só concordo de nos ver amanhã.

Saio do estabelecimento, o vento está frio, o céu brilhava com a lua e algumas estrelas, pessoas andando de um lado para o outro, aquele lugar era tão cheio, mais por que ainda sinto o vazio?

(Lee Felix)

Se passou algumas horas e Eunji já está liberada para ir embora

-Filha vamos para casa - diz sua mãe, Eun me olha e eu nego com a cabeça, ela não precisa ir com eles

-Não mãe, amanhã vocês tem que viajar, vou ir com Felix

-Mais... - meu pai a interrompe

-Tá bom querida, qualquer coisa nos avise, e converse com o seu irmão - o mais velho fala.

Saímos do hospital, e precisei pedir um taxi.

•••

Chegamos no apartamento, entro e tava tudo escuro, Seungmin não veio aqui. Eunji vai em direção ao sofá e suspira se sentando nele

-Ah tantas coisas acontecendo, parece que não temos tempo para nada - diz a mesma e só concordo me sentando no sofá ao seu lado

Ficamos ali sem falar nada um para o outro, só olhando em volta e pensando sobre tudo, até que a porta se abre e vejo meu amigo, sua expressão mostra que não esperava nos ver aqui, ele entra colocado suas chaves na bancada, foi em direção a cozinha sem dizer uma palavra ou olhar em nossos rostos novamente

Sinto uma mão sobre a minha, é quando percebo que meus punhos estão fechados com força, não estou com raiva, isso era uma forma de aliviar minha frustração, Eunji me olhou e só concorda com a cabeça, tentando me tranquilizar, não era hora certa de falar com ele, não mesmo

Problemas. Queremos fugir deles, seja o evitando ou se afundando ainda mais, arranjando uma forma de apenas correr, mesmo fazendo escolhas ruins.

Seungmin sai da cozinha passando pela sala indo em direção ao seu quarto com uma garrafa... de bebida álcoolica?

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Gostei de escrever o ponto de vista do Seungmin, espero que tenham gostado de ler também;

Esse capítulo tava escrito a alguns dias, só editei algumas coisas e comecei a escrever o outro, olha postei um capítulo mais rápido que o normal, espero que continue assim, mais não prometo;

Espero que tenham gostado, deixe uma estrela e comente. É isso, e lembre, não desitam de mim:)


- 1097 palavras

Our Destiny [Lee Felix] Onde histórias criam vida. Descubra agora