o deus que desafiou os céus

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Ara estava sentado à beira do lago, observando as águas tranquilas enquanto uma nuvem tagarela flutuava ao seu lado, falando incessantemente sobre seus problemas recentes. O ar estava carregado de umidade, com um aroma fresco de terra molhada permeando o ambiente. O céu acima, sem cores para Ara, era um vago tom de cinza, uma consequência da visão perdida.

"Então, Ara, você acredita que estou sendo assombrada?" a nuvem falava em tom debochado, sua voz ecoando com um toque de gíria. "

Ara, com um sorriso cansado, perguntou gentilmente: "Você ligou o filtro de fantasma outra vez, não é?"

A nuvem parou, uma expressão de vergonha se formando em sua face vaporosa. "Ai, caraca, é mesmo. Desculpa aí, foi mal."

De repente, Ara sentiu algo frio e escamoso subindo pela sua perna. Olhou para baixo e viu Basilisk, a serpente de olhos penetrantes, enrolada em torno de seu tornozelo. Seus olhos brilhavam com uma malícia ameaçadora.

"Basilisk, o que faz aqui?" Ara perguntou, mantendo a calma.

"Ah, Ara, apenas vim ver como está o guardião cego," Basilisk sibilou, suas palavras carregadas de veneno. "Dois dias sem notícias de Stormi. Deve ser difícil para você."

A nuvem, que filmava tudo com seu celular, exclamou: "Ih, vai rolar treta!"

Ara manteve seu tom apático, mas seus olhos revelavam a dor e a preocupação que sentia. "Melhor tomar cuidado com o que fala, Basilisk. Está duas classes abaixo na hierarquia. E eu sei que Stormi está bem, provavelmente já encontrou o primeiro parceiro."

Basilisk soltou um riso seco e cruel. "Ah, realmente acredita nisso? O pobre oni dos raios, tentando provar seu valor. Ele nunca será aceito, Ara. E você, um guardião cego, como espera protegê-lo?"

A nuvem riu nervosamente. "Ouch, essa doeu."

Ara se levantou lentamente, sua postura firme. "Você está brincando com fogo, Basilisk. Eu posso não ver as cores, mas ainda tenho meus poderes. Não subestime a força do vento e dos espíritos que me acompanham."

Basilisk deslizou para mais perto, seus olhos se estreitando. "Acha que me assusta com palavras, Ara? Eu sou a Basilisk, e minha força não depende de visão. Stormi está perdido, e você sabe disso. Ele não tem a força necessária para enfrentar o que vem pela frente."

"Isso é o que você pensa," Ara respondeu, sua voz calma mas carregada de autoridade. "Stormi tem mais força do que você imagina. E eu farei de tudo para protegê-lo, mesmo que isso signifique confrontar criaturas inferiores como você."

Basilisk se ergueu, sua forma sinuosa desenhada contra o cinza do céu. "Você não vai durar muito, Ara. Sem visão, sem Stormi. Seu tempo está acabando."

Ara sentiu uma onda de raiva, mas a controlou. "Se isso é uma ameaça, Basilisk, é melhor pensar duas vezes. Eu ainda sou um guardião, e não hesitarei em usar minha autoridade contra você."

Basilisk riu, uma risada fria e cheia de desprezo. "Veremos, Ara. Veremos quanto tempo você consegue manter essa fachada de força. Quando Stormi falhar, você cairá junto com ele."

A nuvem deu uma última volta ao redor deles antes de se afastar, ainda rindo. "Show de horrores, pessoal! Até a próxima!"

Ara observou enquanto Basilisk se afastava, deslizando de volta para as sombras. Sentiu um peso no peito, a preocupação por Stormi crescendo cada vez mais. Ele sabia que seu amor estava enfrentando perigos inimagináveis, mas tinha que acreditar que Stormi conseguiria. Precisava manter a fé.

Enquanto o silêncio se instalava ao redor, Ara murmurou para si mesmo: "Volte para mim, Stormi. Por favor, volte para mim."

O vento soprou suavemente, como um sussurro de conforto, enquanto Ara se preparava para os desafios que ainda estavam por vir. Ele não podia ver as cores do mundo, mas podia sentir a presença daqueles que amava. E isso era tudo o que precisava para continuar lutando.






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