Stormi acordou de repente, seu corpo sacudindo com um susto tão intenso que sua respiração ficou ofegante e irregular. Ele estava suando frio, e a dor em seu peito era insuportável, como se o próprio ar estivesse o sufocando. Seus olhos se abriram arregalados, e a escuridão ao redor dele parecia uma armadilha, enquanto sua mente ainda ecoava os gritos e o caos das princesas do inferno que os haviam perseguido. Por um breve momento, ele achou que ainda estava naquela perseguição desesperada, que elas ainda estavam próximas, que ele ainda estava em perigo.
Seu coração disparava, a respiração rápida e descontrolada, e o cheiro de terra úmida e madeira o cercava, mas seu corpo ainda tremia como se estivesse fugindo para salvar sua vida. Ele tentou se mover, mas seu corpo parecia pesado demais, como se estivesse preso entre o sonho e a realidade.
“Shhh, Stormi... está tudo bem.”
A voz suave e calorosa de Ara cortou a escuridão ao seu redor, trazendo uma onda de conforto instantânea, mas Stormi ainda estava agitado. Ara se inclinou sobre ele, a mão carinhosa tocando a bochecha de Stormi com uma ternura familiar. O toque dele era quente, o calor passando pela pele de Stormi como um bálsamo que acalmava sua mente em tumulto.
“Você está seguro agora, meu amor,” Ara continuou, sua voz baixa e tranquilizadora, como o som do vento passando pelas árvores ao longe. Seus olhos negros refletiam a luz suave das fogueiras que queimavam fora da cabana, projetando sombras dançantes nas paredes de madeira. O cheiro do fogo misturava-se ao aroma das ervas curativas que Ara havia utilizado durante o ritual de cura.
Stormi tentou falar, seu peito ainda apertado com o medo, mas sua voz saiu como um sussurro fraco. “As princesas... elas... elas ainda estão atrás de nós?”
“Não, Stormi.” Ara balançou a cabeça gentilmente, inclinando-se para perto. O toque de seus lábios no topo da cabeça de Stormi foi suave, quase como um sussurro de amor. “Você está em casa agora, comigo. Elas se foram. Nezha, Elsa e Isabella também estão seguros. Ninguém vai machucar você aqui.”
O coração de Stormi começou a desacelerar, mas ele ainda podia sentir a tensão em seus músculos, como se esperasse que algo horrível ainda pudesse acontecer. Ele olhou ao redor, tentando processar onde estava. As paredes da cabana eram rústicas, feitas de madeira e barro, e a única iluminação vinha das chamas suaves do lado de fora e de uma pequena fogueira no centro da sala. O ambiente era quente, acolhedor, mas a sombra da perseguição ainda pairava sobre sua mente.
Ara, percebendo o estado de Stormi, puxou uma manta macia que estava ao lado e a colocou delicadamente sobre ele, cobrindo-o até os ombros. “Você não precisa se preocupar mais. Está seguro aqui na tribo. Eu estou aqui com você.”
Stormi fechou os olhos, tentando controlar a respiração, mas o pânico ainda o atingia em ondas, e ele sentiu um nó se formar em sua garganta. Ele sabia que estava seguro – a presença de Ara sempre foi sua âncora, mas as imagens das princesas e o brilho verde do céu ainda assombravam sua mente.
“Eu... eu pensei que não ia conseguir,” ele sussurrou, suas palavras carregadas de angústia. “Eu pensei que elas iam me pegar, que eu... ia desaparecer.”
Ara inclinou-se mais para perto, segurando a mão de Stormi entre as suas, sentindo o calor frágil do corpo de seu amado. Ele olhou profundamente nos olhos de Stormi, com uma intensidade que misturava amor e determinação. “Eu jamais deixaria isso acontecer. Eu lutaria com tudo o que sou, com cada espírito ancestral que me guia, para manter você a salvo. Você é minha vida, Stormi. E eu sempre estarei ao seu lado.”
O silêncio que se seguiu foi preenchido pelo crepitar suave da fogueira, e por um momento, o tempo pareceu se suspender entre eles. Os olhos de Stormi estavam marejados, e ele sentia o amor de Ara como uma força envolvente que o protegia de todo o mal. O toque de Ara era gentil e cheio de ternura, o tipo de toque que só alguém que conhece o outro profundamente pode proporcionar.
