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Olhava a cabeleira loira espetada cujo dono estava no sofá.
"Com certeza é a tia que tá obrigando ele, é óbvio que ele não ficaria acordado, ele sempre tá dormindo essas horas" - piscou duas vezes - "Ter apreço? Por mim?"
Agora que não sentia mais os sentimentos dos outros, não podia deduzir o que estava acontecendo.
O brigadeiro já estava pronto, separado em uma vasilha de vidro, e ela tomava coragem pra chamar ele e pedir ajuda.
Já eram 21:19, horário que normalmente estaria dormindo ou já no quarto, mas como as aulas começariam duas horas mais tarde no outro dia, ela deixou pra fazer o brigadeiro de noite, já que poderia acordar mais tarde.
– Katsuki - chamou uma vez, ele pareceu não ter escutado, então ela chegou mais perto - Ei, o brigadeiro tá pronto, sua mãe disse pra eu te chamar pra você me ajudar.
Ele virou pra ela na cara de poucos amigos de sempre.
– Tá.
Se levantou do sofá, foi com ela na ilha da cozinha.
– Passa manteiga na mão, pra não grudar. - disse a ele depois que ele lavou as mãos.
Enquanto ela passava nas próprias mãos, ele pegou e passou nas dele.
– Assim não, meu Deus - revirou os olhos, ele havia passado demais - Você não vai nem conseguir pegar o brigadeiro com esse tanto de manteiga na mão, vai lavar a mão de novo.
– Cê também não sabe explicar direito! - já tinha se irritado.
Lavou as mãos e voltou onde ela estava.
– Como que passa essa merda? - tinha uma mão na cintura.
– Pega um pouco na ponta do dedo e espalha na mão - ele fez certo.
Ela mostrou a quantidade de brigadeiro que precisava pegar e enrolar, e que depois era pra jogar na vasilha que tinha granulado e colocar na forminha.
"Também, não tinha como errar fazer isso" - via ele fazendo certo.
Sentiu vontade de ir ao banheiro e lavou as mãos rápido, depois foi no banheiro que tinha em baixo da escada.
Quando voltou e passou manteiga novamente nas mãos, viu o canto da boca dele com uma marca escura.
